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               . 
              
              
                
                  
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                                Quando
                                a alegria acontece,             
                                
                                . 
                                .                       
                                simplesmente agradeça  
                                 
                                
                                 
                                Querido
                                Osho,  
                                O ego ainda está ativo, quando eu sinto alegria
                                e contentamento?
                                
                                 
                                     
                                Champak, quando a alegria está presente,
                                não existe ego. Mas quando a alegria se vai, o
                                ego retorna; e quando o ego retorna, ele
                                transforma a alegria em uma experiência. Fora
                                isso, quando a alegria está presente, não
                                existe experienciador nem experiência – não
                                existe divisão. Não é que você sinta
                                alegria, você é a alegria. Quando a alegria
                                está presente, você não está, a alegria está,
                                apenas a alegria. Porém, mais ou cedo ou mais
                                tarde... 
                                     
                                Você ainda não é capaz de conter
                                aquela alegria para sempre; a janela e a porta
                                se fecham, a fragrância desaparece, a música
                                vai se tornando distante até desaparecer. O ego
                                está de volta e diz, ‘Garoto, que bela experiência!
                                Foi muito legal, fantástico!’ E agora, aquilo
                                que não era uma experiência foi reduzido a uma
                                experiência. 
                                
                                 
                                     
                                Você me pergunta: O ego ainda está
                                ativo, quando eu sinto alegria e contentamento?
                                
                                 
                                     
                                Quando você está verdadeiramente na
                                alegria e no contentamento, o ego não está,
                                ele não consegue estar, porque o contentamento
                                não pode estar junto com o ego – é impossível
                                – eles não conseguem existir juntos. Nunca se
                                ouviu isso. A coexistência deles é impossível.
                                Quando a alegria e o contentamento estão
                                presentes, apenas Deus está.  
                                     
                                Mas
                                eu posso entender a sua pergunta, Champak. A
                                pergunta surge mais tarde, quando o ego retorna
                                e o momento de alegria já desapareceu, daí ele
                                toma posse. O ego é muito ganancioso, ele toma
                                posse de tudo, ele acumula tudo. Ele reduz toda
                                coisa viva em uma coisa morta, porque somente
                                coisas mortas podem ser acumuladas. Aí, ele
                                diz, ‘Mantenha isto como uma memória, isto
                                foi uma grande coisa.’ E aquilo ficou reduzido
                                a uma memória. E o ego ainda diz, ‘Tenha este
                                tipo de alegria mais e mais vezes, crie mais
                                alegrias.’ E você sabe que você não foi o
                                criador dela; ela só veio quando você não
                                estava, ela veio sem ser solicitada, ela veio
                                por si mesma, ela veio inesperadamente. Você não
                                foi o criador da alegria, você não a fabricou,
                                você não colocou ela ali; ela foi algo do além
                                que de repente tomou posse de você, que o
                                sacudiu, deu-lhe um banho. E por um momento você
                                esteve iluminado pelo sol, esqueceu todas as
                                suas misérias, angústias e dores. Você não
                                era um homem naquele momento, aquilo foi um
                                vislumbre da energia búdica, exatamente a
                                experiência de um relâmpago. 
                                     
                                Mas
                                o ego não pode perder a oportunidade. Uma vez
                                que o momento tenha passado, ele imediatamente
                                salta, toma posse daquilo e armazena na memória.
                                E fica instigando você a ter mais daquilo. Daí
                                você fica com um problema, pois você não sabe
                                o que fazer para trazer aquela alegria de novo.  
                                     
                                Isto
                                acontece diariamente aqui. Quando pessoas novas
                                chegam até a mim e elas começam a meditar, de
                                repente, num dia aquilo acontece – a bênção
                                – e elas ficam emocionadas, ficam em êxtase.
                                Mas o ego toma posse e depois aquilo se torna
                                cada vez mais difícil de acontecer. Então,
                                elas ficam preocupadas, ‘Aquilo aconteceu...
                                Por que não está acontecendo agora?’ 
                                     
                                Aconteceu
                                porque você não estava alerta a respeito,
                                aconteceu porque você não havia solicitado.
                                Você não poderia ter solicitado, porque você
                                não tinha qualquer experiência prévia.
                                Aconteceu porque não havia nenhuma procura
                                daquilo, aconteceu porque você não estava
                                buscando – você não poderia ter buscado,
                                pois aquilo era desconhecido. Agora você já
                                conhece algo a respeito, e porque conhece, você
                                está procurando por aquilo. E porque você está
                                à procura, você está presente. E a procura do
                                buscador persiste, permanece – o buscador é a
                                barreira.  
                                     
                                Esta
                                é toda a mensagem de Yoka e de seu Shodoka
                                – toda a mensagem: a que o buscador é a
                                barreira. Deus não pode ser buscado; Deus vem.
                                Você tem apenas que estar receptivo, disponível
                                e isto é tudo. 
                                     
                                Quando
                                em meditação você sente o êxtase surgindo
                                pela primeira vez, não é você que está
                                fazendo aquilo. Fique alerta. Você não está
                                fazendo coisa alguma. Aquilo está acontecendo
                                com você – é um puro presente. Sinta-se
                                agradecido. Não pense em termos de que você é
                                o fazedor, não dê um tapinha nas suas próprias
                                costas, não diga, ‘Olhe, eu fiz isto’. Se
                                tiver agido assim, você terá problemas, pois
                                aquilo não virá de novo. Você se tornou
                                esperto, engenhoso e a sua inocência se perdeu.  
                               | 
                             
                          
                         
                       
                      
                        
                          
                            
                              | 
                                  .     
                                Assim, sempre que acontecer belas experiências
                                de alegria, contentamento, amor, beatitude e benção,
                                lembre-se de uma coisa, você não é o
                                manipulador delas; elas simplesmente vêm.
                                Sinta-se agradecido e diga obrigado, e esqueça
                                tudo a respeito delas. Não as guarde em sua memória,
                                e não fique ganancioso a respeito delas. Se você
                                ficar ganancioso o ego já entrou e, por vingança,
                                ele começa a envenená-lo de novo.  
                                
                                
                                      
                                Champak, o ego desaparece muitas vezes,
                                na vida comum ele também desaparece muitas
                                vezes, mas as pessoas não sabem como manter
                                aqueles momentos de pureza intactos, sem serem
                                poluídos pelo ego, o qual logo em seguida entra
                                em ação; ele está de prontidão para entrar.
                                Isto nada tem a ver com meditação enquanto
                                tal. A meditação é apenas uma das maneiras
                                para torná-lo disponível, para ajudá-lo a se
                                tornar passivo, receptivo e feminino. Mas isto
                                acontece; apenas por ver um pássaro voando,
                                isto pode acontecer.  
                                     
                                O
                                primeiro samadhi de Ramakrishna aconteceu
                                desse jeito. Ele tinha apenas 13 anos de idade.
                                Ele estava voltando para casa, vindo da fazenda,  
                               | 
                              
                                   
                                Playfulness -  Osho
                                Zen Tarot  
                               | 
                             
                          
                         
                       
                      
                        
                          
                            
                              | 
                                 e
                                passava pelo lago do vilarejo quando alguns
                                cisnes de repente levantaram vôo. O céu estava
                                escuro, cheio de nuvens carregadas. Em contraste
                                com o fundo daquelas nuvens escuras, os cisnes
                                brancos reluziam como relâmpagos. O momento era
                                tão puro, a beleza era tão completa que
                                Ramakrishna curvou-se ali mesmo no chão em
                                grande prece. Ele foi golpeado por Deus. 
                                     
                                Ele
                                permaneceu inconsciente por algumas horas. Alguém
                                o descobriu e as pessoas carregaram-no para
                                casa. Aquele foi o seu o seu primeiro samadhi.
                                Quando ele abriu seus olhos, depois de algumas
                                horas, ele era um homem totalmente diferente.
                                Aqueles olhos não eram mais os antigos; eles
                                tinham um novo brilho. Seu rosto não era mais o
                                antigo; ele tinha uma nova glória. O garoto
                                estava transformado. As pessoas começaram a
                                venerar o garoto; elas vinham de longe, dos mais
                                variados lugares, apenas para ver o que tinha
                                acontecido. Alguma coisa divina o havia
                                penetrado. E ele não estava fazendo coisa
                                alguma. Ele simplesmente estava passando pelo
                                lago, mas ele nunca permitia que seu ego tomasse
                                posse dele. Quando as pessoas perguntavam ‘O
                                que você fez?’ ele respondia, ‘Eu nada fiz,
                                aconteceu.’ Ele nunca ficou ganancioso para
                                que aquilo acontecesse de novo; caso contrário,
                                ele teria perdido o ponto. E aquilo começou a
                                acontecer repetidas vezes; mesmo devido a coisas
                                pequenas aquilo começava a se desencadear. 
                                     
                                Você
                                não consegue encontrar cisnes voando no meio de
                                nuvens escuras todos os dias. Mas aquilo não
                                era o ponto; aquilo apenas desencadeou. E
                                depois, qualquer coisa pequena... Alguém estava
                                sorrindo e acontecia. Uma flor na beira do
                                caminho, se Ramakrishna a visse, ele entrava em
                                êxtase e já não estava mais ali. Ou alguém
                                dizia alguma coisa... bastava o som. Alguém
                                estava repetindo um mantra... bastava o som. Ou
                                alguém tocando uma veena... bastava o
                                som, e ele entrava em êxtase.  
                                     
                                Mais
                                tarde isto se tornou difícil para seus discípulos;
                                levá-lo a qualquer lugar era um problema. Na
                                estrada, caminhando, de repente ele já tinha
                                ido, ele desaparecia. Em qualquer lugar que ele
                                fosse, qualquer coisa... 
                                     
                                Na
                                verdade, lentamente, lentamente, tudo é divino;
                                lentamente, lentamente, qualquer coisa... 
                                     
                                Isto
                                deve ter acontecido com Basho, o poeta e místico
                                Zen. 
                                
                                 
                                                                   
                                O antigo lago 
                                                                   
                                Um
                                sapo salta 
                                                                      
                                Plop!
                                
                                 
                                     
                                Basho deve ter entrado em um profundo êxtase
                                – apenas o ‘plop’, o som do sapo saltando
                                no antigo lago, era suficiente, mais do que
                                suficiente, e a porta se abria. 
                                     
                                Ela
                                se abre para você também – Deus é generoso
                                – mas você perde o ponto, porque você o
                                interpreta erroneamente. Algumas vezes acontece
                                quando você está fazendo amor, mais freqüentemente
                                quando você faz amor, porque esta é a sua
                                experiência mais profunda. Ramaskrishna deve
                                ter sido uma alma muito estética, caso contrário,
                                quem entraria em tamanho orgasmo por ver alguns
                                cisnes voando ao encontro das nuvens negras? Ele
                                deve ter sido de uma imensa sensibilidade estética.
                                Aquilo era o suficiente para ele entrar em
                                estado orgástico. 
                                     
                                Normalmente
                                as pessoas não são tão sensitivas; elas se
                                tornaram muito duras. Para conseguir sobreviver,
                                elas tiveram que colocar uma armadura ao seu
                                redor, exatamente para se protegerem; elas
                                tinham medo de ficar vulneráveis. Mas enquanto
                                você está fazendo amor, você se torna vulnerável.
                                Naquela intimidade, o vislumbre vem; você se
                                perde, você está possuído por alguma energia
                                que não é você. Você é minúsculo,
                                comparado com ela. A energia é imensa, enorme.  
                                     
                                Mas
                                não tome posse dela no momento seguinte; o ego
                                é muito astuto. Quando aquela energia vem,
                                agradeça a Deus, e quando ela se for, agradeça
                                a Deus, mas não se torne de maneira alguma um
                                fazedor, permaneça um não-fazedor. 
                                
                                 
                                                              
                                OSHO
                                – The Sun Rises in the Evening – Capítulo
                                10 – pergunta n° 3 
                                                                
                                Tradução:
                                Sw. Bodhi Champak
                                
                                 
                                  
                                Copyright
                                © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça. 
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