Conexão Brasil                             março de 2007
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Notícias de Puna


O Osho Conexão Brasil tem apresentado, nestes últimos meses, notícias diretamente do Resort de Meditação do Osho, em Puna. O nosso amigo Ansu nos tem brindado com suas matérias, relatando sua experiência na visita à comuna do Osho na Índia. Este é o último artigo de sua série, escrito dois dias antes dele retornar ao Brasil. 

 

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As águas de março estão chegando

      Fevereiro vai chegando ao fim e com ele a temporada de alta estação no Osho Resort, em Puna. Muitas pessoas estarão saindo nos próximos dias, mas tenho visto muita gente no Welcome Day, um evento diário especial para quem está chegando pela primeira vez. Vários grupos e treinamentos estáo acontecendo, alguns iniciando agora e outros agendados para os próximos dias. Sinal de que o lugar ainda continuará vibrando e pulsando, apesar do calor crescente e da quantidade menor de pessoas.

      Passei muitos anos sem voltar a Puna, talvez por achar que não haveria mais o que aprender por aqui. No ano passado, durante uma viagem pela Índia e Nepal, resolvi passar pelo ashram só para ver o que estava acontecendo. Me diverti tanto que resolvi voltar este ano. Desta vez, não foi apenas diversão, pois tive muitas experiências e compreensões novas que mudarão a minha vida. Mais uma vez. Um amigo me disse que o sinal de que este lugar continua vivo é que o ashram sempre lhe dá o que está precisando no momento. Entretanto, não vejo isso acontecer com todo mundo. Tenho ouvido com certa frequência que o Resort foi uma decepção, que não é o que esperavam, etc.
      Parece-me que “algo” acontece somente para quem, de alguma forma, se envolve com totalidade na vida do Resort. A primeira camada geralmente é a da diversão, parte integral da vida do ashram criado pelo Osho. Oportunidades para dançar, conhecer pessoas, encontrar um(a) namorado(a) não faltam. Além dos grupos, onde sempre existe a oportunidade de um contato profundo acontecer mais rapidamente, existem festas disco duas vezes por semana, meditações sociais, como a AUM Meditation, criada pelo Veeresh, e outras. Mas, uma vez esgotada a camada da diversão, se não me envolvo no ashram mais profundamente através das meditações, grupos ou trabalho-meditação, sinto que “empaco” em algum ponto e começo a ver problemas em tudo: na poluição e no ruído do lado de fora (às vezes dentro do ashram também), no tédio em fazer as mesmas coisas todos os dias, encontrar as mesmas pessoas, etc. Esta também é a hora em que muita gente vai para Goa para continuar com a diversão.
      Entretanto, existe uma “mágica” que parece funcionar aqui de maneira mais intensa. Tudo o que acontece, quase todas as pessoas que encontro parecem ser espelhos de uma realidade interior que estou vivendo. Depois que meu treinamento em pintura terminou e minha namorada voltou ao Brasil, me senti “travado”, triste, solitário, sem energia para me relacionar com ninguém. Então, comecei a fazer mais meditações, voltei a fazer Dinâmica depois de muitos anos e, de repente, todas as pessoas que encontrei “por acaso” pareciam estar dizendo ou mostrando algo (bom ou ruim) que eu precisava enxergar justamente naquele momento.
      Certo dia, eu estava sentado no jardim, escrevendo alguns trechos do discurso matinal do Osho que, naquele dia, era sobre tantra e a transformação do sexo em amor e em meditação, quando uma facilitadora de grupos, vestida com seu robe preto, se aproxima de mim e diz: “Você gostaria de se juntar a um grupo?” Surpreso, perguntei que grupo era, quando, etc., para saber se valia a pena. Ela simplesmente disse: “Sim ou não? Tem de ser agora.” Respondi que sim, e lá fui eu sem saber exatamente o que me esperava. Quando entro no salão do grupo, para meu espanto, era um trabalho sobre tantra! Estavam precisando de um homem para fechar o número certo de casais.
      Aqui não existem acasos. Participando de grupos, dançando numa festa, jogando ping-pong na área de lazer e esportes do Resort, conversando de maneira mais “social” com desconhecidos na hora do almoço ou de maneira mais íntima e pessoal com algum amigo ou amiga especial, praticamente todas as situações se tornaram espelhos e me ajudaram a descobrir novas coisas sobre mim. Minha alegria voltou, a poluição, o ruído, as mesmas pessoas deixaram de ser inconvenientes e passei a novamente a enxergar a beleza deste lugar, da música, da dança, da meditação, do espaço de amizade e amorosidade que pode brotar a cada encontro. Até mesmo o poluído céu de Puna ficou azul! Compreendi que tudo é um espelho do que se passa interiormente. Mas parece que a “cola” que permitiu unir estas diferentes situações e dar uma compreensão sobre o que estava acontecendo comigo, que permitiu enxergar a mim mesmo em eventos triviais ou mais profundos, foi a meditação.
      Geralmente tento equilibrar um ponto de vista pessoal com descrições mais objetivas sobre o que anda acontecendo no ashram, mas desta vez não pude evitar. Escrevi praticamente apenas sobre o que aconteceu comigo. Mas o que fazer? Tudo aponta para dentro. Percebi que algumas das minhas críticas sobre “os outros” nas minhas colunas anteriores, sobre as pessoas presas ao passado de um outro ashram, eram na verdade sobre mim mesmo.
     
Revisando o que acabo de escrever, comecei a me questionar novamente. E se tudo for mesmo um acaso e apenas enxergamos o que queremos ver e, ao enxergarmos algo, damos a este algo a qualidade de “isto realmente tinha de acontecer” ? Será que existe algo como sincronicidade ou é uma criação da nossa imaginação? Será que agora estou apenas fazendo uma gibberish, uma fala sem sentido? Ou será simplesmente que não quero terminar a coluna porque curti muito escrever sobre Puna nos últimos meses? Hora de arrumar as malas...

                                                                                          Ansu    

PS: Aqui não cai uma gota de chuva em março, mas o título me pareceu irresistível.

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Você já ouviu falar em Didgeridoo? 

Didgeridoo é um instrumento aborígine australiano fácil de tocar,com grande potencial de nos trazer para o momento presente!    
Saiba mais: www.didgeridoo.com.br

Didgeridoo: fácil de tocar, som preenchedor, 
silencia a mente.

 

 

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