NOSSO RECADO 

Recebemos no mês de junho duas mensagens distintas que se referem a uma mesma questão. Pela  sua relevância, achamos oportuno publicar um resumo de nossa resposta. 
A primeira mensagem foi da Vera Gomes, de São Paulo. Entre outras coisas, ela nos disse: 

"...eu quero me tornar uma sannyasin e me sinto perdida aqui em minha cidade. Apesar de ter as meditações nos livros, eu gostaria de fazê-las sob a orientação de quem as conheça. Em minha cidade não há Centro Osho (oficial). Mas existe aqui uma pessoa que não é sannyasin do Osho e que dirige um espaço terapêutico, se propondo a 'dar um empurrão' em quem quer se tornar sannyasin. Ele oferece trabalhos como: 'Sannyas: mudança de nome e aprendendo a abandonar o passado', 'Iluminação Intensiva: o aqui e o agora', etc... Onde eu posso ir com confiança para ser orientada corretamente em relação às técnicas de meditação?..." 

A segunda mensagem é de outra leitora, sannyasin antiga e também residente numa grande capital brasileira. Ela nos diz:

"...na minha cidade existe um Centro de Meditação do Osho mas também existe uma outra pessoa, que não é sannyasin, mas se diz um amante de Osho, e que dispõe de um espaço terapêutico e de um site com um farto material do Osho o qual ainda oferece: 'baixe aqui o formulário para pedir seu sânias'. Isso pode criar confusão nas pessoas que estão procurando orientação?" 

Nós respondemos a essas duas leitoras, expressando o nosso entendimento de que se alguém leu Osho, praticou suas meditações, foi tocado no seu coração pela sua mensagem, se propõe a seguir esse caminho, dedicando-se inclusive a oferecer trabalhos segundo essa orientação, o seu primeiro passo obviamente deveria ser tornar-se um sannyasin. Se essas pessoas são tão apaixonadas pelo Osho, o que as impede de se tornarem sannyasins?
E da mesma forma, se elas são devotadas ao Osho, como dizem, e dispõem de espaços onde se propõem a oferecer trabalhos relacionados com Osho, porque não entram em contato com Puna e oficializam a filiação desses seus espaços, tornando-os Centros Osho? O que as impede de fazerem isso?
Supomos que uma possível desculpa dessas pessoas é de que não querem submeter seus espaços às orientações de Puna, Índia, porque agora Osho não está mais no corpo e quem está dirigindo a antiga comuna são pessoas como nós, as quais podem tomar medidas a seu bel-prazer. Essas desculpas são da mesma natureza daquelas que são utilizadas por quem resiste a tornar-se um sannyasin. Tudo isso é argumentação de mente esperta. Muitos dizem que não formalizam seus pedidos de sannyas porque Osho já deixou o corpo e quem estaria lá agora para aceitá-los? 
Se fisicamente Osho não está mais em Puna, onde ele poderia estar agora, fora do corpo? Ele próprio disse que após a sua morte estaria muito mais disponível para nós, sem as limitações impostas pelo seu corpo. Que tipo de interferência então ele ainda pode ter nas escolhas de nome e em muitas outras coisas? Isso não sabemos explicar. A relação mestre-discípulo é uma relação esotérica. Há mistérios que não se explicam em palavras e há dimensões que não são reveladas. Entrar nessa área é entrar no desconhecido e as características básicas do discipulado é abertura, receptividade, aceitação e entrega. Ou seja, é preciso o seu "sim" para que o Mestre possa fazer o seu trabalho. É preciso que a mente questionadora ceda lugar ao coração receptivo e confiante. Essas condições são preliminares e fundamentais. O mesmo ocorre em relação a um espaço devotado ao trabalho do Osho.
Osho deixou orientações sobre o funcionamento de seus Centros e quando alguém se propõem a oficializar o seu espaço como um Centro Osho, isso significa uma confiança, uma abertura e uma entrega, isso significa que as portas do espaço estão abertas para Osho entrar e se fazer presente em suas atividades. Se não existe essa abertura e essa entrega, o espaço fica livre e à vontade para promover o que bem entender, para misturar o que quiser. Na verdade, a pessoa não quer realmente se comprometer com o trabalho do Osho, pois isso implica, entre outras coisas, num comprometimento profundo de exclusividade e clareza.
Se ocorre muitas vezes de termos dúvidas a respeito das atitudes de um determinado sannyasin e a respeito da maneira como um Centro Osho está sendo sendo conduzido, o que dizer então de uma pessoa que está resistente a se entregar ao Osho como discípulo e de um espaço cujos coordenadores estão resistentes a abri-lo e entregá-lo ao Osho?
A entrega não é ao fulano nem ao sicrano, nem às novas orientações dos coordenadores de plantão da Osho Global Connections. Independentemente do que se possa pensar a respeito dessas pessoas, independentemente do que essas pessoas possam estar fazendo, existe uma presença do Osho no meio de tudo isso, e o que interessa nesse caso é a entrega e a confiança. Se nem esse passo mais preliminar e fundamental foi dado, o que dizer dessas pessoas e desses espaços? Dizer que elas têm boas intenções? O ego de quem tem boas intenções?

Sim, nós entendemos que essas pessoas, esses sites e esses espaços e seus trabalhos podem estar trazendo muito mais confusão do que luz. Essas pessoas, que nem mesmo aceitaram tornar-se aprendizes, discípulas, já querem ser os professores. Resistem a passar pela iniciação e já querem iniciar os outros. O comprometimento implica em responsabilidade e dedicação exclusiva. Para que um espaço se torne um Centro Osho, é preciso que seus coordenadores assinem uma "Carta de Entendimento" e que assumam responsabilidades. Se não há comprometimento, se a pessoa não se torna um sannyasin, se o espaço não está filiado, então tudo é possível. Por isso, nesses sites os textos do Osho podem aparecer sem citação da fonte. Ficamos sem saber se o texto é do Osho ou do "dono" do site, ficamos sem saber se o texto é uma tradução fiel ou se foi enxertado com opiniões pessoais deste ou daquele. Por isso, num desses sites, Osho está misturado com Vicca, com Xamanismos, com outras orientações. Tudo isso é possível porque não houve a entrega, porque não se assumiu um comprometimento com as orientações básicas deixadas pelo próprio Osho. 

Essa situação é realmente grave e muito pouco podemos fazer do ponto de vista legal. Essas pessoas não têm permissão para publicar textos do Osho em seus sites, mas como impedi-las? Quem poderia tomar essa iniciativa aqui em nosso país onde impera a "pirataria". 
Nós assumimos todos os compromissos necessários para fazer uso do nome Osho em nosso Instituto Osho Brasil e para podermos divulgar textos do Osho em nosso site. Mas o que podemos fazer diante dessa situação? 
Poucas coisas podemos fazer. Uma delas é fazermos esta denúncia para alertar os menos avisados, para que fiquem sempre atentos quanto à origem e autenticidade do que se publica na internet, dos trabalhos que são oferecidos usando o nome do Osho, de quem se apresenta como "facilitadores".
Outra atitude que decidimos tomar a partir desses questionamentos, foi alterarmos a nossa orientação interna quanto à divulgação de espaços e trabalhos em nosso site e neste boletim. Daqui para a frente, só divulgaremos espaços oficialmente filiados à Osho Global Connections de Puna, Índia. É certo que deixaremos de estar divulgando espaços muito recomendáveis, mas junto com eles deixaremos de estar divulgando outros espaços cuja sinceridade e fidelidade não temos como assegurar. Assim, seremos mais coerentes e estaremos estimulando às pessoas que sinceramente estão querendo oferecer trabalhos do Osho, a que procurem se oficializar junto à Global Connections e recebam de lá todas as orientações necessárias para que possam usar o nome Osho.  É uma questão de trazer mais clareza ao nosso trabalho.