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Esta
Terra é mais que um paraíso
Querido
Osho,
Várias
vezes eu ouvi você descrever seu trabalho como
‘um experimento para provocar Deus’ e como
‘uma cidade modelo para o futuro.’ Depois
veio a ‘Excursão pelo Mundo’. No contexto
atual de crise global ascelerada, como você
descreveria o seu trabalho agora, e o que está
acontecendo àqueles que se reuniram ao seu
redor aqui?
Mutribo, são muitas coisas que você
perguntou. O mais fundamental é lembrar que o
que está acontecendo aqui, não é um trabalho.
Chamar isto de trabalho implica tensão,
preocupação e medo de fracasso. Isto não é
um trabalho, mas um relacionamento brincalhão
com a existência.
No
que diz respeito ao mundo dos homens, eu não
penso que haja muita chance de converter as
massas contra seu próprio passado. Elas são
criações do passado, e o passado delas vem num
crescendo em direção a essa crise que se
aproxima. As massas serão afogadas nessa crise.
Eu fico triste com isso, mas a verdade tem que
ser dita.
Somente
algumas poucas pessoas no mundo serão capazes
de sobreviver após esse suicídio global, e
elas serão as pessoas que estiverem
profundamente enraizadas na consciência:
alertas, atentas, amorosas e prontas para se
desconectar do passado completa e
incondicionalmente, e prontas para começar o
Novo Homem e a nova humanidade no mundo com o
frescor de uma criança. Me agrada o fato de que
existem muitas pessoas no mundo capazes de
entrar fundo nelas mesmas. A única esperança
delas é um ser auto-realizado.
É
tarde para fazer alguma coisa para impedir a
imensa destruição que está por acontecer. Se
nós pudermos proteger apenas uns poucos seres
humanos genuínos, isso será o suficiente, mais
do que o suficiente. O passado da humanidade tem
sido absolutamente acidental; as pessoas têm
feito coisas sem saber suas conseqüências.
Agora nós estamos sofrendo as conseqüências e
não existe jeito de mudá-las.
Por
exemplo, toda a ecologia ao redor da terra tem
sido destruída. A vida não existe como uma
ilha separada; nem um simples homem é uma ilha.
Tudo está entrelaçado. Você tem ouvido essas
duas palavras, ‘dependência’ e ‘independência’.
Ambas não são reais; a realidade é a
interdependência. Nós somos todos muito
interdependentes uns dos outros – não apenas
homens de outros homens, não apenas nações de
outras nações, mas árvores e homens, animais
e árvores, pássaros e o sol, a lua e os
oceanos... Tudo está entrelaçado. E a
humanidade passada nunca pensou a esse respeito,
que isto é um cosmos. Eles continuaram pensando
em termos de considerar tudo separadamente. Era
impossível para as pessoas no passado pensar
que o homem e as árvores estavam conectados,
que eram interdependentes.
Você
não consegue viver sem as árvores, nem as árvores
conseguem viver sem você. Mas é muito tarde.
Árvores com cem anos, duzentos e até
quatrocentos anos têm sido destruídas e
cortadas para fazer mais papéis para todos os
tipos de jornais estúpidos, sem jamais terem
qualquer consideração com o que estão
fazendo. Vocês não serão capazes de repô-las.
Justamente
no Nepal... Infelizmente ele é um dos países
mais pobres do mundo. Ele nada possui a não ser
o Himalaia eterno e a antiga e densa floresta.
Ele vendeu sua floresta para diferentes paises
– aquela era a única mercadoria que ele podia
vender. Nos últimos 30 anos, metade das árvores
do Nepal desapareceram e para os próximos
trinta anos, a Rússia comprou os direitos sobre
a floresta remanescente. E eles estão cortando
as árvores, não da maneira antiga, com um
machado, mas com técnicas muito modernas de
modo que em um dia milhares de árvores
simplesmente desaparecem. Quilômetros de terras
estão se tornando desertos.
Essas
árvores impediam que os rios do Himalaia
descessem com muita força, porque os rios
tinham que passar por entre todas essas árvores
e elas diminuiam a força do fluxo de água que
assim descia mais devagar. Com o tempo os rios
alcançavam Bangladesh, onde eles se encontram
com o oceano e a quantidade de água que chegava
era exatamente o tanto que o oceano podia
absorver. Mas agora essas árvores
desapareceram.
Os
rios estão chegando com grande força e com uma
tal quantidade de água que o oceano não
consegue absorver tão rapidamente. O oceano
devolve a água e Bangladesh está sofrendo
continuamente, todo ano, grandes e estranhas
enchentes -
rios correndo para trás porque o oceano
não aceita a água. Elas destroem todas as
plantações de Bangladesh. Bangladesh é pobre
e essas enchentes estão matando milhares de
pessoas, milhares de animais, destruindo
milhares de casas. E Bangladesh não pode fazer
nada. Está além de seu poder dizer ao Nepal
‘Por favor, não corte as árvores.’ Em
primeiro lugar, mesmo se o Nepal parar de cortar
as árvores, o estrago já está feito. E, em
segundo lugar, o Nepal não pode parar de cortar
as árvores, pois elas já estão vendidas para
os próximos trinta anos. Eles já pegaram o
dinheiro para sobreviver.
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Situação semelhante existe em muitas áreas
do mundo. Existem muitos gases que estão sendo
produzidos pelas nossas fábricas e que nos têm
feito consciente de um fenômeno estranho. Esses
gases se movem para o alto e fazem buracos numa
certa camada chamada Ozônio, uma variedade de
oxigênio, que cobre toda a área de ar da terra
a duzentas milhas de altitude. O ozônio é
totalmente necessário para a humanidade, para
os animais, para as árvores, porque nem todos
os raios solares são benéficos para a vida.
Existem uns poucos raios solares que destroem a
vida. O ozônio manda de volta esses raios
destrutivos e permite a passagem apenas dos
raios benéficos.Agora, grandes buracos têm
sido criados pelos gases gerados por nossas fábricas
e indústrias, e através desses buracos, raios
mortais vindos do sol estão entrando na
atmosfera.
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Esta terra nunca esteve tão doente; ela
nunca enfrentou tantos perigos de novas doenças.
Mas, os interesses ocultos não estão prontos
para ouvir, para interromper essas fábricas ou
encontrar alternativas. E os cientistas estão
engajados somente em criar mais armas para
guerra. Nenhum governo está pronto para dar
apoio aos cientistas para que eles possam criar
mais ozônio para preencher esses vazios, os
quais, inconscientemente, nós mesmos criamos.
A
minha ênfase é que nossos problemas são
internacionais, mas as nossas soluções tem
sido nacionais. Nenhuma nação é capaz de
resolvê-los. Eu considero isso como um grande
desafio e uma grande oportunidade: as nações
devem ser desmontadas cedendo para um governo
mundial.
Isso
foi tentado pela Liga das Nações antes da
segunda guerra mundial, mas não conseguiu ser
bem sucedida. Ela permaneceu apenas como um
clube para debates. A segunda guerra destruiu
toda a credibilidade da Liga das Nações. Mas a
necessidade permaneceu e, por esta razão, eles
tiveram que criar a Organização das Nações
Unidas, a ONU. Mas a ONU tem sido um fracasso
como era a Liga das Nações. De novo, ela ainda
é um clube para debates, porque ela não tem
poder. Ela é apenas um clube formal, ela não
consegue implementar coisa alguma.
Eu
gostaria de um governo mundial. Todas as nações
deveriam entregar os seus exércitos e suas
armas ao governo mundial. Centamente, se existir
um governo mundial, nem exercitos serão necessários,
nem armas. Com quem você vai guerrear? Será
quase impossível encontrar o vizinho mais próximo
entre os planetas para algum tipo de guerra.
Nações
se tornaram ultrapassadas, mas elas continuam
existindo, e elas constituem o problema maior.
Se pudéssemos olhar para o mundo como os pássaros
olham, uma sensação estranha iria surgir: nós
temos tudo, nós só precisamos de uma
humanidade.
A
Índia possui muito carvão – e carvão não
é criado em um dia, leva milhões de anos para
a madeira se tornar carvão. E depois de mais
outros milhões de anos o mesmo carvão se torna
diamante. São os mesmos elementos que
constituem o carvão e o diamante. É o carvão
submetido a pressão por milhões de anos que
cria a coisa mais dura no mundo, o diamante.
A
Índia tem muito carvão e a Rússia não tem
carvão algum. Mas eles têm uma superprodução
de trigo. Metade da população da Índia passa
fome; o trigo é necessário, pois não se pode
comer carvão. Na União Soviética, no tempo de
Stálin, eles queimaram trigo para os trens
circularem em suas ferrovias, no lugar de carvão.
Eles não possuem carvão, mas agora eles têm
plantações com uma produção super tecnológica.
Era fácil para eles queimarem trigo, mas eles não
sabiam que eles estavam queimando milhões de
pessoas que estavam morrendo porque não tinham
o que comer.
Os
problemas são mundiais.
As
soluções também têm que ser mundiais.
E
a minha compreensão é totalmente clara, de que
existem coisas que em algum lugar podem não ser
necessárias, mas em outro lugar a própria vida
depende delas. Um governo mundial significa
olhar para toda a situação deste globo e
deslocar as coisas para onde elas sejam necessárias.
Esta é uma humanidade.
Na
Etiópia estão morrendo mil pessoas por dia e
na Europa eles estão jogando bilhões de dólares
em alimentos no mar, porque eles têm uma
tecnologia mais avançada para produção. Alguém
que esteja olhando pelo lado de fora pensará
que a humanidade é demente. Milhares de pessoas
morrendo e montanhas de manteiga e outros
alimentos sendo jogados no oceano. Num ano
recente, quando a América jogou seus alimentos
no mar, apenas o gasto para jogá-los no mar foi
de dois bilhões de dólares. Não era o custo
do produto, era apenas o custo de carregá-lo até
o oceano e jogar fora.
A
própria América possui trinta milhões de
pessoas que não conseguem ter alimentos
suficientes. Não é uma questão de dar os
alimentos para um outro país, a questão era
dar os alimentos para o seu próprio povo. Mas
os problemas se tornam mais complicados, porque
se você começar a dar alimentos de graça para
trinta milhões de pessoas, os outros começarão
a questionar, ‘Por que nós temos que pagar
pelos nossos alimentos?’ Depois, o preço das
coisas começarão a baixar. Com os preços
baixos, os fazendeiros não estarão mais
interessados em produzir – qual o sentido? Com
medo de perturbar a economia, eles deixam trinta
milhões de pessoas morrerem nas ruas e
continuam jogando os alimentos excedentes no
oceano.
E
não é apenas isto. Exatamente trinta milhões
de pessoas estão morrendo nos hospitais e clínicas
da América por problemas causados por excesso
de alimentação. Não se pode deixá-las em
casa, porque em casa é muito difícil proteger
as geladeiras dessas pessoas. Elas estão
morrendo porque elas comem demais, e nas ruas
existem pessoas que estão morrendo porque não
têm o que comer. Uma mesma quantidade: trinta
milhões morrendo por excesso de comida e trinta
milhões morrendo porque não têm comida
suficiente. Sessenta milhões de pessoas
poderiam ser imediatamente salvas com uma
pequena compreensão.
Mas
é preciso olhar para o mundo com os olhos de um
pássaro, por toda parte, como uma unidade. Os
nossos problemas nos trouxeram a uma situação
onde ou nós teremos que cometer suicídio ou
teremos que transformar o homem, suas velhas
tradições e seus condicionamentos. Os
condicionamentos e os sistemas educacionais, as
religiões que o homem tem seguido, contribuíram
para esta crise. Este suicício global é o
resultado final de todas as nossas culturas,
todas as nossas filosofias e todas as nossas
religiões. Todas elas contribuiram para isso,
de maneiras estranhas, pois ninguém jamais
pensou no todo, todo mundo esteve olhando para
um pequeno pedaço, não se preocupando com o
todo. (...)
Ninguém
está interessado na crise que se aproxima, a
qual não está distante. Este século está
para terminar daqui a doze anos. Doze anos não
é um longo tempo; quase todo mundo presente
aqui será capaz de ver o final deste século.
Você será afortunado se não presenciar o fim
da vida nesta terra. As preparações estão a
caminho para destruir toda a terra. E as pessoas
que estão fazendo isso, fazem escondidas atrás
de grandes nomes: nações, religiões,
ideologias políticas, comunismo.
Parece
que o homem existe para todos esses tipos de
coisas – comunismo, democracia, socialismo,
fascismo. A realidade deveria ser que tudo
existisse para o homem, e se fosse contra o
homem, não deveria existir de jeito algum. Todo
o passado da humanidade é cheio de ideologias
estúpidas pelas quais os homens estiveram
guerreando nas cruzadas, matando, assassinando,
queimando pessoas vivas nas fogueiras. Nós
temos que abandonar toda essa insanidade.
Se as nações desaparecerem, a segunda
grande doença são as religiões, porque elas têm
lutado entre si, têm matado, por razões nas
quais ninguém está realmente interessado. Eu
nunca encontrei um homem que estivesse realmente
interessado em Deus. Se você lhe oferecer cinco
rúpias numa mão e Deus na outra, ele pegará
as cinco rúpias e dirá, ‘Deus é eterno, nós
nos veremos mais tarde. Neste momento, cinco rúpias
me serão muito úteis.'
Quem se interessa por Deus, a não ser os
sacerdotes? Porque esse é o negócio deles, e
eles querem que seus negócios se ampliem. (...)
|
|
Se for para o mundo sobreviver, primeiro
as nações devem ir; em seguida as religiões
também devem ir. Uma humanidade é o bastante
– não há necessidade alguma de Índia,
Inglaterra e Alemanha. E uma religiosidade é o
bastante: meditação, verdade, amor,
autenticidade, sinceridade, que não precisam de
nome algum – hindu, cristão ou muçulmano –
apenas uma religiosidade, uma qualidade, não
alguma coisa organizada. No momento em que entra
a organização vai haver violência porque
existem outras organizações em conflito. Nós
precisamos de um mundo de indivíduos sem
quaisquer organizações. Sim, as pessoas que
tiverem sentimentos semelhantes, jogos e
alegrias semelhantes, poderão se juntar. Mas não
deverá haver quaisquer organizações,
hierarquias ou burocracias.
|
Primeiro,
as nações, segundo, as religiões e terceiro,
uma ciência completamente devotada a uma vida
melhor, a mais vida, a uma inteligência melhor,
a mais criatividade – não para criar mais
guerra, não para ser destrutiva. Se essas três
coisas forem possíveis, toda a humanidade poderá
estar salva de ser destruída pelos seus próprios
líderes religiosos, políticos e sociais.
Esta crise que está a caminho é boa,
porque ela vai forçar as pessoas a escolherem.
Você quer morrer ou quer viver uma nova vida?
Morrer para o passado, abandonar tudo o que lhe
foi dado como herança do passado e começar
fresco, como se você estivesse descendo nesta
terra pela primeira vez. E então comece a
trabalhar com a natureza não como um inimigo,
mas como um amigo, e a ecologia estará logo
funcionando novamente, como uma unidade orgânica.
O
mal pode ser reparado; não é difícil fazer a
terra mais verde. Se muitas árvores foram
cortadas, muito mais árvores podem ser
plantadas. E com ajuda científica, elas podem
crescer mais depressa. Elas podem ter uma
folhagem melhor. Diferentes tipos de barragens
podem ser construídos nos rios, de modo que
eles não inundem pobres países como
Bangladesh. A mesma água pode criar muito mais
eletricidade e ajudar milhares de povoados a
terem luz à noite, a terem calor nos invernos
frios.
Isso
é uma coisa simples. Todos os problemas são
simples, mas os fundamentos básicos são o
problema. Aquelas três coisas tentarão de toda
maneira não desaparecerem, mesmo pagando com o
preço do desaparecimento de todo o mundo. Eles
estarão prontos para esse desaparecimento, mas
não estarão prontos para declararem. ‘Nós
entregamos todas as nossas armas e todos os
nossos exércitos a uma organização
mundial.’
As
funções das nações permaneceriam simples:
rede de ferrovias, agências de correio, uma
pequena força policial para cuidar de questões
internas. Mas não haveria necessidade de exércitos.
Milhões de pessoas estão engajadas nos exércitos,
os quais são inúteis. Elas poderiam ser
colocadas em artes criativas, em fazendas, em
jardins. E elas são pessoas treinadas, elas
podem fazer trabalhos que outras pessoas não
conseguem. Um exército pode construir uma ponte
rapidamente – este é o seu treinamento –
ele pode construir mais casas para as pessoas.
Agora,
se a ciência não estiver mais envolvida apenas
com guerras e criando mais armamentos, ela é
capaz de criar tanto alimento que cinco vezes
mais pessoas do que as que existem hoje poderão
viver alegremente nesta terra. Hoje existem
apenas cinco bilhões de pessoas. Vinte e cinco
bilhões de pessoas poderão viver alegremente
sem fome, sem sofrer doenças. Mas a ciência
deve ser libertada das mãos das nações, as
quais forçam seus cientistas a criar mais
armamentos. Os cientistas estão trabalhando
quase como prisioneiros.
Eu
quero que isso seja conhecido em todo o mundo:
se vocês não estiverem prontos para serem um,
estejam prontos para desaparecer deste planeta.
Mas eu espero que existam pessoas inteligentes
que gostariam de sobreviver, que gostariam que
este belo planeta crescesse mais lindamente, que
esta humanidade crescesse mais inteligente. Eu
receio que talvez toda a humanidade não esteja
nem mesmo alerta para o perigo que está
chegando mais próximo a cada momento.
Mutribo,
você está me perguntando, ‘Várias vezes
eu ouvi você descrever seu trabalho como ‘um
experimento para provocar Deus...’ Ele
ainda é o mesmo. Eu ainda estou tentando
provocar o Deus dentro de você, o divino dentro
de você... Com mais consciência, mais luz,
mais vitalidade, mais êxtase.
Pessoas
miseráveis são perigosas, pela simples razão
que elas não se preocupam se a terra vai
sobreviver ou não. Elas são tão miseráveis
que no fundo elas podem até sentir que será
melhor se tudo acabar. Quem se importa, se você
está vivendo na miséria? Somente pessoas
felizes, pessoas que estão em êxtase, pessoas
que dançam gostariam que este planeta
sobrevivesse para sempre. De maneira que meu
esforço continua o mesmo: Um experimento para
provocar Deus.
‘...e
como ‘uma cidade modelo para o futuro.’ No
contexto atual de crise global ascelerada, como
você descreveria o seu trabalho agora, e o que
está acontecendo àqueles que se reuniram ao
seu redor aqui.’ Mutribo, ele é o mesmo;
nada mudou, porque a crise mundial não mudou.
As
pessoas que se reuniram junto a mim estão
aprendendo agora como serem mais felizes, como
serem mais meditativas, como rir mais, viver
mais, amar mais e espalhar o amor e o riso ao
redor do mundo. Esta é a única proteção
contra armas nucleares. Se todo o globo pudesse
aprender a amar e rir, a curtir e dançar, então
o Ronald Reagan e o Gorbachev ficariam
surpresos... O que aconteceu? Parece que todo o
mundo ficou maluco!
Pessoas
felizes e satisfeitas, não são pessoas a serem
forçadas a matar outras que não lhes fizeram
mal algum. Não é de se estranhar que todos os
exércitos, ao longo do tempo, têm sido
mantidos reprimidos sexualmente, porque pessoas
sexualmente reprimidas, provavelmente, serão
destrutivas. A própria repressão as força a
destruir algo.
Você
já observou em si mesmo, quando está feliz,
alegre, você quer criar alguma coisa; quando
você está sofrendo, se sentindo miserável,
você quer destruir algo. Isso é uma vingança.
Todos os exércitos são mantidos sexualmente
reprimidos, de modo que no momenmto em que eles
têm que matar, aquilo se torna a sua alegria;
pelo menos suas energias reprimidas estão sendo
expressas – naturalmente, de uma maneira muito
feia e desumana, mas alguma expressão acontece.
Você
já observou? – pintores, poetas, escultores,
dançarinos nunca são um povo sexualmente
reprimido. Na verdade eles são super sexuais.
Eles amam muito e amam muitas pessoas. Talvez
uma pessoa não seja suficiente para exaurir o
seu amor. Eles têm sido condenados pelos
sacerdotes ao longo dos tempos: esses poetas,
pintores, escultores, músicos, eles não são
tidos como boas pessoas. E este é o único povo
que fez alguma coisa bela nesta humanidade, que
contribuiu para o mundo com algumas flores de
alegria, algumas flores de música, algumas
belas danças. O que os sacerdotes fizeram para
o mundo? Eles têm queimado mulheres nas
fogueiras, chamando-as de bruxas; eles têm
matado pessoas que pertencem a outra fé. Eles não
têm sido pessoas criativas. Eles não
melhoraram a terra e não melhoraram a vida.
Nós
precisamos, com essas três mudanças
fundamentais, um grande respeito pelas pessoas
criativas em qualquer dimensão. E nós devemos
aprender a transformar nossas energias de modo
que elas não sejam reprimidas, de modo que elas
sejam expressas em forma de amor, de riso, de
alegria. Esta terra é mais que um paraíso, você
não tem outro lugar para ir. Paraíso não é
alguma coisa que tem que ser alcançada, ele é
algo que tem que ser criado. Isso depende de nós.
Esta
crise, Mutribo, dá uma chance para as pessoas
corajosas se desconectarem do passado e começarem
a viver de uma nova maneira – não o passado
modificado, não uma continuação do passado, não
o passado melhorado, mas algo totalmente novo.
Encontre
maneiras para se relacionar de uma nova forma.
Esqueça casamentos, comece a pensar como
investigar a vida. Esqueça todas as suas crenças,
comece a meditar em busca de encontrar quem você
é exatamente, porque encontrando a si mesmo,
você terá encontrado a própria essência da
existência. Ela é imortal e eterna, e são
inexprimíveis a felicidade e a bênção
daqueles que a encontraram.
Nós
precisamos de mais pessoas alegres ao redor da
terra para impedir a terceira guerra mundial.
Você vai ficar pasmo, surpreso com a minha
resposta. Você pode não ser capaz de descobrir
imediatamente que conexâo pode existir entre
armas nucleares e pessoas risonhas – mas ela
existe. Essas armas nucleares e essas máquinas
de guerra destrutivas não conseguem funcionar
sozinhas. Elas estão sendo manuseadas por seres
humanos, por trás delas existem mãos humanas.
Uma
mão que conhece a beleza de uma rosa não pode
soltar uma bomba em Hiroshima. Uma mão que
conhece a beleza do amor não é a mão que
aperta um gatilho carregado de morte. Basta um
pouco de contemplação e você compreenderá o
que estou dizendo.
Eu
estou dizendo, espalhe o riso, espalhe o amor,
espalhe valores de uma vida afirmativa, faça
crescer mais flores ao redor da terra. Tudo o
que é belo, aprecie; e tudo que é desumano,
condene. Tire toda esta terra das mãos dos políticos
e dos sacerdotes e você terá salvo o mundo, e
você terá transformado o mundo em um novo fenômeno,
com uma nova consciência humana. E isto tem que
ser feito agora, porque o tempo é muito curto.
Ao final do século vinte, ou você entrará no
primeiro século de uma nova história do homem
ou correrá o risco de não haver uma folha
viva, nem mesmo uma simples flor silvestre. Tudo
poderá estar morto.
Existem
experimentos acontecendo na União Soviética, e
talvez na América também, com raios mortais.
Ao invés de soltar bombas, será muito mais fácil
espalhar raios mortais, que simplesmente matam
pessoas vivas, animais, pássaros, árvores.
Apenas coisas mortas – casas, templos, igrejas
– permanecerão. Será realmente um pesadelo.
E todos esses raios mortais não são visíveis.
Nós sabemos que raios mortais existem; o que
eles estão tentando descobrir é como espalhá-los,
para alcançar um certo destino e destruir todos
os seres vivos que passarem por eles.
O
homem tem que se libertar desses monstros. O
nosso trabalho aqui, Mutribo, é para ensinar às
pessoas consciência, mais estado de alerta,
mais amor, mais compreensão, mais alegria e
espalhar a dança e celebração ao redor da
terra. Reduzindo a uma simples declaração, eu
posso dizer: se nós pudermos fazer a humanidade
mais feliz, não haverá qualquer terceira
guerra mundial. (…)
Osho
– Hari Om Tat Sat –
capítulo 5
Tradução: Sw. Bodhi Champak
Copyright
©
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