.

              

 

Verdades e Mentiras 
em torno do Osho e de sua comuna

 

      “Os jornalistas vivem criando sensacionalismos. Qualquer notícia, somente é notícia quando é sensacionalista. Eles vivem em cima de boatos e têm que criar boatos muito picantes. Eles não têm qualquer interesse na verdade, porque a verdade nunca é novidade. A verdade é muito antiga, ela sempre é a mesma. Ela foi dita por Buda, foi dita por Jesus e por todos aqueles que a conheceram. Ela não é algo novo. Como ela pode ser novidade?
      Eles vêm aqui em busca de notícias. Eles têm que inventá-la e é realmente interessante o quanto as pessoas conseguem ser inventivas. 
      Há poucos dias, eu estava lendo uma matéria numa revista do Punjabi a respeito desta comuna, deste ashram. O jornalista dizia que ele esteve aqui por quinze dias, hospedou-se na comuna e tudo o que ele estava escrevendo era baseado em sua própria experiência. Porque ele começou o seu artigo dessa maneira, eu fiquei interessado: o que será que ele viu? Então eu segui em frente. Normalmente eu não leio o que os jornalistas ficam escrevendo, é impossível. Nós temos aqui um grande departamento de imprensa para cuidar disso, pelo menos trinta pessoas continuamente lêem e colecionam o que está acontecendo por todo o mundo, em todas as línguas. Muita coisa é publicada e é impossível para mim acompanhar tudo. Mas, como aquele homem disse que, ‘Eu estive no ashram por quinze dias’, eu quis ver o artigo. E fiquei pasmo!
      Ele diz que o ashram ocupa mais de vinte e cinco mil quilômetros quadrados (NT: = 2.500 campos de futebol). E no momento em que você entra no portão, a primeira coisa que se vê é uma grande estátua feita em mármore branco de uma mulher nua! E como raramente eu vou ao portão, eu perguntei à Laxmi, ‘O que aconteceu? Onde está essa estátua?’
      Ele disse que existem lagos artificiais, cachoeiras artificiais e milhares de sannyasins nadando nus no lago. E que existe um salão subterrâneo com ar condicionado que acomoda dez mil pessoas sentadas. Toda manhã eu dou uma palestra nesse salão subterrâneo. Então vocês devem estar sentados num salão subterrâneo, com ar condicionado. E não era só isso, todos os discípulos tinham que se sentar absolutamente nus! Sintam suas roupas agora – se vocês acham que estão usando roupas, vocês estão enganados. Todos vocês estão nus.  
      Essas pessoas investem muito na criação de boatos. É assim que se vendem jornais e revistas. Eles nada têm a ver com a verdade. Aquele homem nunca esteve aqui.
      Eles não conseguem compreender o que acontece aqui por duas razões. Primeiro: se eles compreenderem, eles não serão capazes de escrever coisa alguma. Isto já aconteceu a uns poucos jornalistas. Aqueles que compreenderam, se tornaram sannyasins, e esqueceram tudo a respeito do que iriam escrever. Eles vieram para escrever, mas agora eles decidiram não ir mais embora, decidiram ficar.
      Não apenas jornalistas... Aqui existem detetives de muitos paises e alguns chegam mesmo a se tornar sannyasins. E eles me confessam que vieram aqui como espiões, mas agora eles compreendem o que está acontecendo aqui e querem fazer parte da comuna. 
      Se um jornalista for e relatar exatamente o que ele viu, ninguém irá acreditar nele. Isto foi o que aconteceu com o Satyananda. Ele veio como jornalista de uma famosa revista alemã, STERN, para fazer uma matéria e então ele se tornou sannyasin. Ao se tornar sannyasin, um grande problema foi criado. O pessoal com o qual havia trabalhado por muitos anos – o editor chefe e os outros editores – ficou achando que ele tinha sido hipnotizado. Por vários meses ele tentou arduamente convencê-los de que não estava hipnotizado, mas eles não o ouviram. Eles não estavam mesmo preparados para publicar o que ele tinha escrito. Eles disseram, ‘você está muito influenciado, perdeu todo o bom senso.’ E mesmo depois de alguns meses de argumentação quando eles concordaram em publicar, metade do artigo foi cortado, de maneira que o contexto ficou perdido, o todo ficou perdido, ele se tornou apenas um fragmento.

      Em primeiro lugar, o jornalista vive de boatos. Ele não vem aqui para me compreender, ele vem aqui para me compreender erradamente, este é o seu investimento. Em segundo lugar, as pessoas que se tornam jornalistas – não todas, mas quase noventa e nove por cento das pessoas que se tornam jornalistas – são pessoas muito pouco criativas. Na verdade, quem consegue criar, cria; e quem não consegue criar, critica. Pessoas não criativas se tornam grandes críticos.
      É fácil criticar poesia, mas é difícil escrever poesia. É fácil criticar uma pintura – você pode criticar Picasso, mas não consegue pintar como Picasso. É fácil criticar tudo”
       

     

      Outra coisa que de vez em quando acontece, desde que a comuna era o Ashram e até agora que é o Resorte, são as reclamações contra as atitudes tomadas por quem está na coordenação.  Também vale a pena saber o que Osho disse a alguém que foi criticar a Laxmi, que na época era a sua secretária que resolvia as mil e uma questões que surgiam diariamente no ashram. The Diamond Sutra – capitulo 8 – pergunta n° 5:

 

Osho,
Outro dia, eu ia passando pelo portão com um sannyasin indiano e ele foi mandado embora pelo guarda, sem lhe dar qualquer explicação. Quando eu fui falar com a Laxmi a respeito, ela mais ou menos me disse para eu me preocupar com a minha vida. Sempre que eu vejo pessoas sendo tratadas injustamente, minha reação imediata é de lhe prestar alguma ajuda. É verdade que não é da minha conta o que acontece com as outras pessoas?

      "A pergunta é da Ma Deva Tulika.
      Isto é muito importante para todo mundo que está presente aqui, e para todo mundo que de alguma forma vai estar relacionado comigo. Tudo o que acontece nesta comuna, acontece de acordo comigo. Eu sei quem está sendo mandado embora do portão. E o homem que foi mandado de volta sabe porque ele foi mandado embora. E não é um assunto seu entrar nessa história.
      Isto você tem que compreender muito bem, que tudo o que acontece aqui… Eu posso nem sair de meu quarto, eu nunca saio, a não ser de manhã e à tarde, e eu nunca fico andando pelo ashram – mas qualquer coisa que acontece aqui, eu estou sabendo perfeitamente, acontece de acordo comigo. Por favor, não interfira.
      Existem algumas pessoas como a Tulika que estão constantemente interferindo no trabalho. Quem é você para julgar o que está certo e o que está errado? Se você já sabe tudo, então não precisa estar aqui, você já se tornou iluminada – vá para casa.
      Este não é um assunto seu, decidir o que é justo e o que é injusto. Este não é um lugar comum onde as coisas comuns possam ser aplicadas. Alguns experimentos extraordinários estão acontecendo aqui. Eu sei qual é a necessidade de alguém. Se eu sentir que aquele alguém tem que ser recusado no portão, ele será recusado. Se eu sentir que nenhuma explicação terá que ser dada, então nenhuma explicação será dada. Esse é um artifício meu para a vida dele e para o trabalho dele. 
      Você não deve entrar nisso. Se você começar a entrar nisso, irá apenas perder a sua oportunidade de crescimento. Os guardas têm as suas obrigações, eles sabem o que estão fazendo. E eu estou em contato com eles, com o que eles estão fazendo. Você simplesmente fique de lado.
      Este não é um lugar comum. Tudo é cuidado, e se alguém precisar de uma cacetada na cabeça, ela lhe será dada. E você não deve impedir isto senão você estará entrando no crescimento dele também, você estará dificultando o caminho dele e dificultando o seu próprio. E você pode ficar desnecessariamente agitada com isto.
      Existem algumas pessoas, e Padma Sambhava é uma delas. Elas continuam me escrevendo que isto aconteceu e que alguém fez aquilo e que aquela outra coisa não deveria ser assim. Aqui você não é quem decide o que deve ser e o que não deve. No momento em que você se torna parte de minha comuna, você deixa tudo por minha conta, de outra maneira o trabalho será impossível. 
      Eu conheço o homem que foi recusado e eu sei porque ele foi recusado – e ele também sabe o porquê. Não há qualquer explicação para lhe ser dada, nenhum motivo. Existem mil pessoas chegando e para todo mundo terá que ser dadas as explicações e motivos sobre tudo? A Laxmi está certa. 
      E lembre-se sempre que a Laxmi nunca faz algo por conta própria. Ela é um veículo perfeito. É por isto que ela foi escolhida para esse trabalho. Eu não posso escolher a Tulika para esse trabalho, porque ela tem suas idéias próprias a respeito do que é certo e o que é errado. A Laxmi não tem idéia alguma. Ela simplesmente escuta e faz. O que for dito ela faz.
      E você tem que aprender essas coisas, porque logo nos tornaremos uma comuna bem maior e milhares de pessoas estarão vindo e estas coisas têm que ser estabelecidas. Você não deve ficar trazendo essas coisas para mim. Você está sempre escrevendo questões: ‘alguém fez isto...’ Cabe a mim cuidar dessas coisas e se eu achar que não está certo, será impedido. Você não precisa trazer nem para minha informação. Você está desperdiçando o meu tempo. 
      E você fica tão agitada... Existem algumas pessoas tolas que renunciaram aos seus sannyas porque viram alguma coisa injusta que estava sendo feita. Eles estão simplesmente perdendo a oportunidade. Não era um assunto delas. Você veio aqui para o seu próprio crescimento. Essa aceitação tem que ser total, somente então o trabalho será possível, somente então eu poderei ajudar você. Por favor, não me dê sugestões. No momento em que você me dá sugestões, você se desconecta de mim. 

      Isto não vai ser uma democracia. Você não será consultada sobre o que deve ou não ser feito. Isto deve ser lembrado desde o início, que esta comuna não vai ser uma democracia. O seu voto nunca será pedido. Você se torna parte dela sabendo disso, que tudo o que eu decidir é absoluto. Se você não quiser deste jeito, sinta-se feliz em poder ir embora.
      As pessoas são impedidas de entrar, mas ninguém é impedido de sair. Você pode ir embora. Você já viu pessoas sendo impedidas de sair? A saída é perfeitamente livre – você é livre e esta é a sua decisão. Se você quiser estar aqui, você tem que estar totalmente aqui. Se você sente que este não é o lugar para você, que as suas idéias não estão sendo satisfeitas, que isto não está de acordo com você, sinta-se livre para ir embora.
    
     Este lugar nunca será de acordo com você. Este lugar é para mudar você, não para estar de acordo com você. Este lugar será uma transformação para você. E estes são os primeiros passos. Quem é você para saber o que é certo e o que é errado? Quem é você para pedir explicações? Como você entrou aqui?

      O indiano que foi recusado, se ele quiser perguntar, ele virá e perguntará. Ele não perguntou porque ele sabe, já lhe foi dito porque ele está sendo recusado. Ele já criou uns aborrecimentos por aqui. Mas essas coisas não são para serem questionadas por todo mundo. E não é bom que seja dito para todo mundo o que foram esses aborrecimentos. Isso seria desrespeitoso para com ele. Já foi dito a ele e ele compreendeu porque ele sabe o que fez. 
      Agora, você de repente se lança nesta questão. Você acha que está fazendo um grande trabalho, prestando um grande serviço. Você acha que está salvando alguma pessoa de alguma injustiça. Você não conhece a história toda. E você não precisa conhecer a história toda, porque, quem estará aqui para contar para você todas as histórias de todo mundo? Você decide apenas a respeito de si mesma. 
      Este é um lugar onde muitas coisas nunca serão de acordo com você. Você terá que entrar em sintonia com as coisas. Se você acha que isto não é possível para você, sinta-se livre para ir embora. 
      E deixe que este seja o seu último questionamento. Muitos questionamentos têm chegado a mim. Algumas pessoas participam de um grupo e me escrevem, ‘Por que tem tanta violência no grupo de Encounter?’ E isto veio de uma facilitadora de grupos, uma mulher que tem sido facilitadora de grupos. Ela participou um ou dois dias de um grupo de Encounter e abandonou.
      E foi ela que pediu para fazer o grupo. Eu não ia lhe recomendar o grupo de Encounter, eu ia lhe recomendar outros grupos, mas ela pediu, ‘ eu quero fazer o Encounter’. Então eu disse, ‘Ok’. Mas quando eu disse ‘OK’ você deveria ter entendido o que eu quis dizer. Eu quis dizer que então é você quem decide. 
      Ela pensa que sabe das coisas porque é uma facilitadora de grupos. Ela tem facilitado grupos e por isto ela pensa que sabe. E eu soube naquele exato momento que ela não seria capaz de passar pelo grupo, porque o grupo de Encounter que acontece aqui é o melhor do mundo neste momento. Em nenhum outro lugar tal liberdade absoluta é permitida. 
      No Ocidente, o grupo de Encounter tem limitações, porque o facilitador do grupo tem limitações. Ele só consegue ir até certo ponto. Quando ele vê que as coisas estão se tornando difíceis, que agora ele pode não ser capaz de controlar, que as coisas foram longe demais, que ele pode não ser capaz de trazer as pessoas de volta, então ele impede de ir além. Aqui nós não acreditamos em quaisquer limitações. 
      Eu só envio pessoas para o grupo de Encounter quando eu vejo que elas compreenderam que agora elas têm que ir além de todas as limitações – limitações de sexo, de violência, de raiva, de fúria. Elas têm que quebrar todas as limitações. Este é o ponto de ruptura, quando todas aquelas limitações são quebradas.
      Agora a mulher está com muito medo, ele está contra o grupo. E ela me perguntou, ‘Por que você permite tal violência?’ Isto não é um assunto seu. Se você não era capaz de participar do grupo, não se inscrevesse nele, mm? Você pode fazer algum grupo não violento – Zazen, Vipassana. Nós temos todos os tipos de brinquedo aqui em volta. Mm? Você pode escolher. 
      Mas não continue me escrevendo. Tudo o que acontece aqui, está acontecendo com o meu conhecimento. Nenhuma simples coisa acontece aqui sem que eu saiba, assim você não precisa me informar sobre essas coisas, eu já sei delas. É um puro desperdício de tempo.
      E no momento em que você se entrega e se torna uma iniciada, uma sannyasin, essa entrega tem que ser total. Viva simplesmente alguns meses em total entrega e você verá – ela é alquímica, ela transforma você. 
      As pessoas novas chegam e pensam, ‘Qual é o problema? Os sannyasins antigos não interferem. Alguém está sendo barrado pelo guarda e os sannyasins antigos simplesmente continuam passando. O que aconteceu com aquelas pessoas? Será que eles compreendem ou não que isto não está certo? Eles se tornaram apáticos e indiferentes?’
      Não, eles aprenderam e da mesma maneira que você. Pouco a pouco eles aprenderam que tudo o que acontece está acontecendo de acordo com um plano, um artifício. Existem alguns motivos ocultos aqui. E ninguém exceto eu sabe o que é esse motivo oculto. Por isto você não pode ir até a Laxmi, ela não sabe. Ela simplesmente me pergunta o que é para ser feito e ela faz. Você não pode perguntar ao Sant no portão ‘O que você está fazendo?’ Ele simplesmente faz o que lhe é dito para fazer. 
      Se você quer ser parte desta comuna, terá que entender isto. Você terá que relaxar, terá que parar de julgar. Logo, depois de poucos meses de relaxamento e aceitação, você será capaz de compreender aquilo que aconteceu com os sannyasins antigos – eles agora compreendem. “

 

Os textos acima foram traduzidos por Sw. Bodhi Champak.

 Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados

 

Instituto Osho - Caixa Postal 450 - 36001-970 - Juiz de Fora (MG)
 Tel: (32) 3232-4635 - E-mail: oshoinstituto@uol.com.br