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Sobre
o Vegetarianismo
Sou vegetariano e gostaria que todo o mundo
se tornasse vegetariano.
Deveríamos criar uma regra que nenhuma comida não-vegetariana
deveria fazer parte do cardápio das
universidades, pois matar e praticar a violência
em nome da alimentação é tão feio e desumano
que não se pode esperar que essas pessoas se
comportem de uma maneira amorosa, sensível,
humana. A alimentação não-vegetariana é uma
das causas básicas de toda a sociedade estar em
uma luta praticamente contínua. Ela o torna
insensível, duro, como uma rocha, e cria raiva
e violência em você, o que pode ser facilmente
evitado.
The Last
Testament, volume 5, capítulo 13
Amado Osho, por que todos
seus discípulos são vegetarianos?
Meus discípulos são vegetarianos não como
um culto, não como uma crença, mas porque suas
meditações os tornam mais humanos, mais do
coração, e eles podem perceber toda a
estupidez que é matar seres sensíveis para
comer. É a sensibilidade deles, a consciência
estética que os tornam vegetarianos.
Não ensino o vegetarianismo, pois ele é um
sub-produto da meditação. Sempre que a meditação
aconteceu, as pessoas se tornaram vegetarianas,
sempre, por milhares de anos.
Os jainistas são vegetarianos há milhares de
anos. Você precisa saber que todos seus 24
mestres vieram da casta de guerreiros. Todos
eles comiam carne; eles eram guerreiros
profissionais. O que aconteceu com essas
pessoas? A meditação transformou toda a visão
delas. Não apenas suas espadas caíram de suas
mãos juntamente com seu espírito guerreiro,
mas um novo fenômeno começou a acontecer: um
tremendo sentimento de amor para com a existência.
Elas se tornaram absolutamente unas com o todo,
e o vegetarianismo é apenas uma pequena parte
dessa grande revolução. O mesmo aconteceu com
o budismo.
O cristianismo, o islamismo e o judaísmo não são
vegetarianos pela simples razão de que essas
religiões nunca se depararam com a revolução
que a meditação traz. Elas nunca se deram
conta da meditação.
O vegetarianismo não é minha filosofia, mas
simplesmente um sub-produto. Não insisto nele,
mas insisto na meditação. Seja mais alerta,
mais silencioso, mais alegre, mas extasiado e
encontre seu centro mais profundo. Com isso,
muitas coisas seguirão por si mesmas e, vindo
por si mesmas, não há repressão, não há
luta, não há esforço, não há tortura.
Para mim, a meditação é a única religião
essencial, e tudo o que segue é virtude, pois
vem espontaneamente. Não tenho nada com o
vegetarianismo, mas sei que, se você meditar,
crescerá em você nova perceptividade e
sensibilidade e você não poderá contribuir
com a morte de animais.
Há milhões de pessoas que nunca pensaram no
vegetarianismo. Desde a infância elas
contribuem com o assassinato de animais. Isso não
é diferente do canibalismo. E, desde Charles
Darwin, é um fato absolutamente científico que
o ser humano evoluiu dos animais; então, você
está matando seus próprios antepassados, e os
devorando com alegria. Não faça algo tão
maldoso!
A meditação lentamente lhe traz de volta sua
sensibilidade, e essa sensibilidade torna meu
povo vegetariano. Isso é um ganho, e não uma
perda.
A humanidade perdeu seu coração, e precisamos
trazê-lo de volta a todos que o desejam. Esse
é o significado do meu sannyas.
From Death to Deathlessness, capítulo 32,
questão 3
Vocês cresceram em famílias que não se
preocupavam com o que vocês comiam. Desde o
começo, tudo o que lhes era dado, vocês
aceitavam. Vocês se acostumaram com isso. Essa
é uma das razões de que o maior número de
iluminados aconteceu na Índia, pois este é o
único país em que as pessoas são
vegetarianas. Na Índia, também existem não-vegetarianos,
mas, de não-vegetarianos, nenhuma pessoa se
iluminou.
O caso é semelhante no Ocidente. Isto fere seus
condicionamentos, mas a verdade é que Moisés,
Elias e Jesus não são nada, comparados com
Gautama Buda, Vardhamana, Mahavira, Shankara e
Nagarjuna, simplesmente nada. Seu florescimento,
sua elevação... A distância entre Jesus e
Gautama Buda é tão grande pela simples razão
de que essas pessoas, Jesus, Moisés e Elias, são
todas grosseiras, não são sensíveis o
suficiente para se tornarem iluminadas. E porque
elas não puderam se tornar iluminadas, não
puderam ensinar o vegetarianismo a seus
seguidores. Se eles tivessem se iluminado, a
primeira coisa a lhes ensinar teria sido o
vegetarianismo.
From Death to
Deathlessness, capítulo 5, questão 4
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Nos Estados Unidos, muitas pessoas me
perguntaram: “É verdade que sua comuna é
vegetariana?” Elas nunca pensaram a respeito;
elas comem carne desde a infância e não podiam
acreditar que cinco mil não-vegetarianos se
tornaram vegetarianos. Eu explicava a elas que
é feio matar animais, seres sensíveis, para
servirem de comida, havendo outras comidas
disponíveis. Se você faz isso, então qual é
a diferença entre você e os canibais? Na
verdade, os canibais dizem que a carne mais
deliciosa é a de humanos. Dessa maneira, se o
sabor é o fator decisivo, por que não matarem
uns aos outros, por que não matar o seu filho,
a sua esposa? E é isso o que você está
fazendo ao ser conivente com a morte de um
animal – você está matando um marido, um
filho, uma esposa, um pai, uma mãe.
E elas entendiam e diziam: “Nunca pensamos
dessa maneira, mas está certo.”
The Last
Testament, volume 4, capítulo 17
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Innocence - Osho
Transformation Tarot
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Buda disse a seus discípulos para não
comerem carne, pois não se trata apenas de uma
questão de reverência à vida. Também é uma
questão de que, se você não estiver repleto
de reverência à vida, seu coração se tornará
enrijecido; seu amor se tornará falso, sua
compaixão será apenas uma palavra.
A preocupação de Mahavira e de Gautama Buda
era a de que o ser humano não deveria comer
apenas para viver; ele deveria comer para
crescer em uma consciência mais pura. Um
comedor de carne permanece inconsciente,
acorrentado à terra; ele não pode voar pelo céu
da consciência. As duas coisas não podem
coexistir: você estar se tornando mais e mais
consciente e não estar nem mesmo consciente do
que está fazendo, e apenas para satisfazer o
paladar, o que é impossível sem matar. Você
pode se alimentar de comidas vegetarianas
deliciosas; então, comer carne é absolutamente
desnecessário, um hábito apodrecido do
passado.
The Messiah, volume 1, capítulo 12
O jainismo é a primeira religião que
tornou o vegetarianismo uma necessidade
fundamental para a transformação da consciência,
e eles estão certos. Matar apenas para comer
torna a sua consciência pesada, insensível, e
você precisa de uma consciência muito sensível,
muito leve, muito amorosa, muito compassiva. É
muito difícil para um não-vegetariano ser
compassivo, e, sem ser compassivo e amoroso, você
estará freando seu próprio progresso.
The
Transmission of the Lamp, capítulo 25, questão
1
Temos uma expressão: “Não tenho estômago
para isso.” Essa é uma expressão exatamente
precisa. Há coisas para as quais você não tem
estômago. Alguém lhe insulta e você diz: “Não
tenho estômago para isso, não posso engolir
essa.”
Quando a mente começa a mudar, paralelo a isso
o estômago começa a mudar. Esta é minha
observação, que as pessoas que meditam terão
de chegar ao momento em que seus estômagos terão
de ser reajustados. É por isso que os grandes
meditadores vieram a acreditar no vegetarianismo.
Essa não era uma filosofia, nada tinha a ver
com qualquer atitude filosófica. Através de
meditações profundas eles vieram a compreender
que não tinham estômago para muitas coisas,
era impossível.
O vegetarianismo nada mais é do que um
sub-produto da meditação profunda. Se uma
pessoa segue meditando, aos poucos perceberá
que é impossível comer carne. Não que alguém
diga para não comer, mas, se você entrar fundo
em meditação, um dia não terá estômago para
isso, será nauseante. A própria idéia de
comer carne lhe dará ânsia de vômito e ela não
será tolerada pelo seu estômago. Agora você
está sentido que está em um mundo suave, tão
sutil e refinado que não pode acreditar que
antes comia carne. Parece impossível, e para quê?
Podemos colocar carne e coisas assim no estômago
porque muitos instintos primitivos estão na
mente: raiva, ganância, ódio, violência. Uma
vez desaparecidas essas coisas da mente, então
o paralelo também desaparecerá no estômago.
O Cipreste no Jardim, capítulo 17
A contribuição de Pitágoras à filosofia
ocidental é imensa, incalculável. Pela
primeira vez, ele introduziu o vegetarianismo ao
Ocidente. A idéia do vegetarianismo é de
imenso valor; ela está baseada na grande reverência
à vida.
A mente moderna pode agora entender isso de uma
maneira muito melhor, pois agora sabemos que
todas as formas de vida estão interligadas, são
interdependentes. O ser humano não é uma ilha,
ele existe em uma rede infinita de milhões de
formas de vida e de existência. Existimos em
uma corrente, não estamos separados. E destruir
outros animais não é apenas feio e desumano,
mas também não-científico. Estamos destruindo
nossa própria fundação, já que a vida existe
em uma unidade orgânica. O ser humano existe
como parte dessa orquestra.
O vegetarianismo simplesmente significa: não
destrua a vida; vida é Deus. Evite destruí-la,
senão você estará destruindo a própria
ecologia.
E há algo muito científico por trás disso. Não
é por acaso que todas as religiões que
nasceram na Índia são basicamente vegetarianas
e que todas as que nasceram fora da Índia são
não-vegetarianas. Os cumes mais elevados da
consciência religiosa nasceram na Índia.
O vegetarianismo funciona como uma purificação.
Quando você come animais, fica pesado, é
puxado mais em direção à terra. Quando você
é vegetariano, fica leve, está mais sob a lei
da graça, sob a lei do poder e começa a ser
puxado em direção ao céu.
Sua comida não é apenas comida, ela é você.
O que você come, você se torna. Se você come
algo que esteja fundamentalmente baseado em
assassinato, em violência, não pode se elevar
acima da lei da necessidade. Você se tornará
mais ou menos um animal. O humano nasce quando
você começa a se mover acima dos animais,
quando começa a fazer algo a si mesmo que
nenhum animal pode fazer.
O vegetarianismo é um esforço consciente, um
esforço deliberado, para tirá-lo do peso que o
mantém atado à terra, de tal modo que assim
você possa voar.
Quanto mais leve a comida, mais profunda será a
meditação. Quanto mais grosseira a comida, então
a meditação se torna mais e mais difícil. Não
estou dizendo que a meditação é impossível
para um não-vegetariano; ela não é impossível,
mas é desnecessariamente difícil.
É como um homem que sobe uma montanha e carrega
muitas pedras. É possível que, mesmo
carregando pedras, você possa chegar ao topo da
montanha, mas isso cria problemas desnecessários.
Você poderia ter jogado fora essas pedras,
poderia ter se aliviado e a escalada poderia ser
mais fácil e mais agradável.
A pessoa inteligente não carrega pedras quando
sobe uma montanha, não carrega nada desnecessário.
E, quanto mais alto ela estiver, mais e mais
leve ficará; mesmo se estiver carregando algo,
ela o abandonará.
O vegetarianismo é de imensa ajuda, ele muda a
sua química. Quando um animal é morto, ele está
com raiva, com medo, naturalmente. Quando você
mata um animal... Pense em você sendo morto.
Qual será o estado de sua consciência? Qual
será sua psicologia? Todos os tipos de veneno
serão liberados em seu corpo, pois, quando está
com raiva, um certo tipo de toxina é liberada
em seu sangue. Quando você está com medo, de
novo outros tipos de toxinas serão liberadas em
seu sangue. E, quando você está sendo
assassinado, esses são o medo e a raiva
supremos. Todas as glândulas de seu corpo
liberam todos os seus venenos.
E o ser humano segue vivendo dessa carne
envenenada. Se ela o mantém raivoso, violento,
agressivo, isso não é estranho, mas natural.
Quando você vive da morte, não tem nenhum
respeito pela vida, é inimigo da vida.
E quem é inimigo das criaturas de Deus também
não pode ser amigo de Deus. Se você destruir
uma pintura de Picasso, não pode ser respeitoso
para com Picasso, é impossível. Todas as
criaturas pertencem a Deus; Deus vive nelas,
respira nelas. Elas são sua manifestação,
assim como você. Elas são irmãos e irmãs.
Quando você vê um animal, se a idéia de
irmandade não lhe surgir, você não sabe o que
é prece, nunca saberá o que é prece. E é tão
feia a própria idéia de que apenas por comida,
apenas pelo paladar, você pode destruir a vida.
É impossível acreditar que o ser humano siga
fazendo isso.
Pitágoras foi o primeiro a introduzir o
vegetarianismo no Ocidente. É de uma grande
profundidade o ser humano aprender a viver em
irmandade com a natureza, em irmandade com as
criaturas. Essa é a base, e somente sobre essa
base você pode basear sua prece, sua
meditatividade. Você pode observar por si
mesmo: quando você come carne, a meditação
será mais difícil.
É um fato inquestionável que, se você quiser
meditar, se quiser silenciar a mente, se quiser
ficar leve, tão leve que a terra não possa puxá-lo
para baixo, tão leve que você comece a
levitar, tão leve que o céu se torne disponível
a você, então precisará se mover do
condicionamento não-vegetariano para a
liberdade do vegetarianismo.
O vegetarianismo não tem nada a ver com religião:
ele é algo basicamente científico. Ele não
tem nada a ver com moralidade, mas muito a ver
com estética. É inacreditável que um ser
humano de sensibilidade, de consciência, de
compreensão e de amor possa comer carne. E, se
ele puder comer carne, então algo está
faltando; em alguma dimensão ele ainda está
inconsciente do que está fazendo, inconsciente
das implicações de seus atos.
Mas Pitágoras não foi ouvido, não foi
acreditado; pelo contrário, foi ridicularizado
e perseguido. E ele trouxe um dos maiores
tesouros do Oriente para o Ocidente, ele trouxe
um grande experimento. Se ele tivesse sido
ouvido, o Ocidente teria se tornado um mundo
totalmente diferente.
Não podemos mudar a consciência humana a menos
que comecemos a mudar o corpo humano. Quando você
come carne, está absorvendo o animal em você,
e o animal precisa ser transcendido. Evite!
Você terá que observar toda a sua vida, terá
que observar cada pequeno hábito em detalhe,
pois, algumas vezes, algo muito pequeno pode
mudar toda a sua vida. Algumas vezes pode ser
algo muito simples, e ele pode mudar a sua vida
tão totalmente que parece inacreditável.
Tente o vegetarianismo e você ficará surpreso:
a meditação se tornará mais fácil, o amor se
tornará mais sutil e perderá sua grosseria, se
tornará mais sensível e menos sensual, e o seu
corpo também começará a ter uma vibração
diferente; você se tornará mais gracioso, mais
suave, mais feminino, menos agressivo, mais
receptivo.
O vegetarianismo é uma mudança alquímica em
você, ele cria o espaço no qual o metal básico
pode ser transformado em ouro.
Philosophia Perennis, volume 2, capítulo 6
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