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Apenas
sente-se
“Muitas vezes você percebe que está
correndo desnecessariamente, mas como parar? Não
que você não tenha percebido que esta é uma
corrida de ratos sem significado. Você sabe.
Mas, como parar? E o treinamento para essa
corrida foi muito profundo. Você se esqueceu de
como parar; suas pernas tem o hábito de correr,
a mente tem o hábito de correr. Seu treinamento
é tal que você não pode se sentar. O
treinamento para se sentar desapareceu”.
Um poeta diz:
Uma queixa
veio aos meus lábios,
Mas a quem
dizê-la, será sem sentido
Engolindo a
dor, eu continuo me movendo,
Recusando-me
a sentar, recusando a derrota.
E as pessoas
ainda pensam que se sentar é derrota. Caso elas
se sentam, elas pensam que estão derrotados,
que é escapismo, uma fuga! Caso elas apenas se
sentam, milhares de passantes as olharão com
condenação. . . assim as pessoas continuam se
movimentando.
Reclamações
de que tudo é inútil vem freqüentemente à
mente, mas para quem reclamar? Quem vai
entender? Aqui todo mundo é como você. Ninguém
conta para ninguém. E as pessoas continuam se
movendo, cada um escondendo sua própria ferida.
Uma queixa veio aos meus lábios, mas a
quem dizê-la, será sem sentido.
Se
você encontrar um ‘Ashtavakra’ ou um
‘Buda’ fará sentido dizer. Mas aqui, para
quem você pode falar?
Engolindo a dor, eu continuo me movendo.
As pessoas
engolem a dor e continuam.
…recusando-me a sentar, recusando a
derrota.
E isso se
tornou a idéia do ego: ‘Sentar significa
estar derrotado. . . acabado, caído, morto.
Continue andando, continue fazendo uma coisa ou
outra. Continue tentando executar alguma coisa
ou outra. Senão você estará perdido’.
E aqueles que
apenas se sentam atinge. Aqueles que param
atingem.
O divino não
é alcançado correndo; parado é que se alcança.
Ashtavakra
diz, no máximo de facilidade, alcance.
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Apenas
sente-se, por algum tempo. Encontre um tempo, só
para sentar-se, e nada fazer. Os monges Zen têm
uma técnica de meditação: o Zazen. Zazen quer
dizer apenas sentar-se e nada fazer. É um método
muito profundo de meditação. Chamar isto um método
nem está certo, porque não existe método
algum, somente sentar-se, enquanto nada se faz.
O Zen diz o mesmo que Ashtavakra está dizendo:
Sente-se! Sente-se durante algum tempo e relaxe.
Deixe este tumulto por um tempo. Deixe toda a
ambição por um tempo. Deixe a mente correr ao
redor, deixe-a na corrida de ratos. Simplesmente
sente-se um tempo, e mergulhe dentro de si
mesmo.
Gradualmente
uma luz começará a se espalhar dentro de você.
Talvez no inicio você não a veja. É como
voltar para casa sob o sol luminoso da tarde.
Inicialmente a casa parece escura por dentro. Os
olhos foram usados no sol. Sente-se um
pouquinho, e os olhos se ajustam, e o aposento
se ilumina. Muito lentamente a luz penetra nele.
É o mesmo dentro de você. Você tem estado
fora, fora por muitas vidas, daí parece que
dentro está escuro. Na primeira vez que você
entrar, nada será visível. . . nada, exceto
escuridão. Não se apavore. Sente-se. . . e
deixe os olhos se ajustarem ao interior. As
pupilas desses olhos só foram usadas no sol
luminoso.
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Becoming Centered
Osho Neo Tarot
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Você sempre
soube que ao sol a pupila do olho fica pequena.
Se você olhar no espelho logo depois de estar
ao sol a pupila aparecerá muito pequena, porque
muita luz solar não pôde ser trazida para
dentro, ela é excessiva, desta forma as pupilas
têm contrações. Contrair é automático. Então
quando você entra na escuridão as pupilas têm
que se expandir, elas têm que aumentar. Depois
de se sentar durante algum tempo na escuridão,
olhe novamente no espelho e você verá que elas
aumentaram.
Com o
terceiro olho acontece exatamente igual aos
olhos externos. Ao olhar para fora as pupilas
devem ser pequenas; e ao olhar para dentro as
pupilas devem ser grandes. Houve um antigo e
longo treinamento. Para destruir esse
treinamento nenhuma prática nova é necessária,
apenas fique sentado.
As pessoas
perguntam, ‘O que nós faremos sentados? Dê-nos
algum 'Ram-Ram’, algum mantra para entoarmos,
nós o repetiremos — dê-nos algo para
fazer’. As pessoas dizem, ‘Nós queremos
muletas, nós queremos ajuda’. Assim que você
pratica, a escravidão começa. Apenas sente-se!
Por
sentar-se, eu não quero dizer se sentar; você
pode permanecer de pé, também pode se deitar.
Sentar-se quer dizer nada fazer. Nas vinte e
quatro horas apenas dedique algum tempo a fazer
nada. Torne-se livre da ação. Permaneça
vazio. Deixe o que está acontecendo, acontecer.
O mundo está fluindo, deixe fluir. Ele está
movendo, deixe mover. Sons vêm, deixe-os vir.
Um trem parte, um avião passa voando, o barulho
existe - deixe acontecer, você continua
sentado. Não se concentre - você apenas se
senta. O Samadhi começará gradualmente a ficar
mais forte dentro de você. Você entenderá o
que Ashtavakra quer dizer - o significado de
estar livre das práticas e rituais.
Sabendo que o
que tem forma é falso, e conhecendo o sem forma
como inalterável e perpétuo. Aprendendo esta
verdade não é possível nascer no mundo
novamente.
Então você
é o que o Buda chamou de ‘anagamin’ - uma pessoa que nunca retorna depois da morte. Nós
voltamos por causa de nossos desejos, por causa
de nossas políticas; nós voltamos por causa de
desejos e esperanças. Aquele que morre sabendo,
‘Eu sou o conhecedor’, não volta novamente.
Ele é libertado desta roda inútil - de ir e
vir.
Sabendo que o
que tem forma é falso, e conhecendo o sem forma
como inalterável e perpétuo. Aprendendo esta
verdade não é possível nascer no mundo
novamente.
Sabendo que o que tem forma é falso... Dentro de nós o que tem forma é ilusório, e o
que não tem nenhuma forma é a verdade. Algum
dia olhe para um remoinho d’água. O que é um
remoinho, a não ser ondas surgidas na água?
Quando ele fica calmo, para onde elas foram? Não
havia nenhum remoinho, era apenas uma onda na água,
uma forma que surgiu na água. Da mesma maneira,
nós somos apenas ondas do divino. Quando a onda
se for, nada é deixado para trás. Nem mesmo
cinza é deixado, nem mesmo os rastros
permanecem. É como escrever na água:
desaparece enquanto você escreve - da mesma
maneira, tudo o que acontece em nossa vida são
apenas ondas.”
OSHO
– Enlightenment: The Only Revolution – Capítulo
5
Tradução: Ma Shanti Leela
Copyright
© 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.
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