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Uma
saída para um beco sem saída
“Querido
Osho,
Eu venho de uma família na qual
ocorreram quatro suicídios no lado materno,
incluindo minha avó. Como isto afeta a morte de
uma pessoa? O que pode ajudar a superar essa
perversão da morte que é um tema presente na
família?
O
fenômeno da morte é um dos mais misteriosos e
assim também é o fenômeno do suicídio. Não
defina o suicídio a partir da sua superfície.
Ele pode significar muitas coisas. A minha
compreensão é que as pessoas que cometem suicídio
são as mais sensíveis no mundo, elas são
muito inteligentes. Por causa de sua
sensibilidade e de sua inteligência, elas têm
dificuldade para conviver com este mundo neurótico.
A sociedade é neurótica. Ela existe sobre
bases neuróticas. Toda a sua história é uma
história de loucuras, de violência, guerras e
destruições. Alguém diz, ‘Meu país é o
maior do mundo’. Isto é uma neurose. Um outro
diz, ‘Minha religião é a maior e a mais
evoluída do mundo’. Esta é outra neurose. E
estas neuroses já entranharam no sangue e nos
ossos e as pessoas tornaram-se muito embotadas e
insensíveis. Elas tiveram que se tornar assim,
caso contrário a vida ficaria impossível.
Você tem que se tornar insensível para
conviver com essa vida dura ao seu redor. Senão,
você ficará fora de sintonia. Se você não
estiver em sintonia com a sociedade, ela declara
que você está louco. A sociedade é louca, mas
se você não estiver ajustado a ela, você é
declarado louco. Assim, ou você se torna louco
ou tem que encontrar um jeito de sair da
sociedade. O suicídio é isto: a vida se torna
intolerável. Parece ser impossível conviver
com tantas pessoas ao seu redor, sendo todas
elas insanas. (...)
Neste mundo neurótico, se você for sadio, sensível
e inteligente, ou ficará louco ou cometerá
suicídio – ou você terá que se tornar um
sannyasin. Que outra possibilidade existe?
Quem formulou esta pergunta foi a Jane Ferber.
Ela é esposa do Bodhicitta. Ela veio a mim na
hora certa. Ela pode tornar-se uma sannyasin e
evitar o suicídio.
No Oriente não acontecem tantos suicídios,
porque o sannyas é uma alternativa. Você pode
abandonar tudo com muito respeito. O Oriente
aceita isto. Você pode começar a fazer as suas
próprias coisas, o Oriente tem respeito por
isto. É de cinco vezes a diferença entre a Índia
e os Estados Unidos, para cada indiano que
comete suicídio, cinco americanos fazem o
mesmo. E o fenômeno do suicídio está
crescendo nos Estados Unidos. A inteligência
está crescendo, a sensibilidade está
crescendo, enquanto a sociedade está ficando
mais embotada. E a sociedade não provê um
mundo inteligente. Então, o que fazer?
Continuar sofrendo desnecessariamente?
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Daí,
a pessoa começa a pensar, ‘Por que não
abandonar tudo isto? Por que não acabar com
tudo? Por que não devolver o bilhete de entrada
para Deus?’ Se o sannyas tornar-se um grande
movimento nos Estados Unidos, a taxa de suicídio
vai começar a cair porque as pessoas terão uma
alternativa muito melhor e mais criativa do que
abandonar tudo. Você já observou que os
hippies não cometem suicídio? É no mundo
quadrado, no mundo convencional, que o suicídio
predomina. O hippie abandonou tudo. Ele é um
tipo de sannyasin, ainda não totalmente alerta
quanto ao que está fazendo, mas está no rumo
certo; movimentando-se, tateando no escuro, mas
indo na direção certa. O hippie é o começo
do sannyas. Ele diz, ‘Eu não quero fazer
parte desse jogo podre, eu não quero fazer
parte desse jogo político. Eu vejo como as
coisas são, mas gostaria de viver a minha própria
vida. Eu não quero tornar-me escravo de alguém.
Eu não quero morrer numa guerra. Eu não quero
combater, pois existem coisas muito mais bonitas
para serem feitas.’
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The Journey - Osho
Neo Tarot
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Mas
para milhões, nada existe. A sociedade tirou
todas as suas possibilidades de crescimento.
Eles estão amarrados. As pessoas cometem suicídio
porque elas estão se sentindo amarradas e não
vêem algum jeito de sair dessa situação. Elas
chegaram a um beco sem saída. E quanto mais
inteligente você for, mais cedo você chegará
a esse beco sem saída, a esse impasse. Então,
o que se espera que você faça? A sociedade não
lhe dá alternativa alguma nem permite uma
sociedade alternativa.
O sannyas é uma sociedade alternativa. Parece
estranho que na Índia a taxa de suicídio seja
a mais baixa do mundo. Logicamente deveria ser a
mais alta, porque as pessoas estão sofrendo, são
miseráveis, estão famintas. Mas este estranho
fenômeno acontece em todo lugar: o povo pobre não
comete suicídio. Eles não têm um motivo para
viver, nem para morrer. Uma vez que eles estão
famintos, a sua ocupação é com comida,
abrigo, dinheiro, coisas assim. Eles não podem
se dar o luxo de pensar em suicídio; eles não
têm ainda essa abundância. Os Estados Unidos têm
tudo enquanto a Índia nada tem.
Há poucos dias, eu estava lendo um texto que
dizia, ‘Os americanos têm um risonho Jimmy
Carter, Johnny Cash e o Bob Hope, enquanto os
indianos têm um seco, insensível e morto
Morarji Desai, nenhum dinheiro (cash) e muito
pouca esperança (hope).’
Mas, ainda assim, as pessoas não cometem suicídio.
Elas continuam vivendo e curtindo a vida. Mesmo
os mendigos estão vibrantes e excitados. Não há
motivo algum para excitação, mas eles têm
esperança.
Por que o suicídio acontece tanto nos Estados
Unidos? Os problemas comuns da vida
desapareceram, a mente está livre para
elevar-se além da consciência comum. A mente
pode elevar-se além do corpo, além dela mesma.
A consciência está pronta para abrir suas
asas, mas a sociedade não o permite. Em cada
dez suicídios, nove são de pessoas sensíveis.
Vendo a falta de sentido na vida, a indignidade
que a vida impõe, os compromissos que têm que
assumir em troca de nada, vendo toda a
melancolia, olhando ao redor e vendo essa
‘história contada por um idiota, sem qualquer
significado’, eles decidem livrar-se do corpo.
Se eles pudessem ter asas no corpo, eles não
teriam tomado tal decisão.
O suicídio
tem também um outro significado, e isto tem que
ser entendido. Na vida tudo parece ser comum,
simples imitação. Você não pode ter um carro
que os outros não têm. Milhões de pessoas têm
o mesmo carro que você tem. Milhões de pessoas
estão vivendo a mesma vida que você, vendo o
mesmo filme, o mesmo programa de TV, lendo o
mesmo jornal. A vida é tão comum, nada de único
é deixado para você fazer, para você ser. O
suicídio parece ser um fenômeno único:
somente você pode morrer por si mesmo; ninguém
mais pode morrer por você. A sua morte será a
sua morte, não será a morte de ninguém mais.
A morte é única.
Veja este fenômeno: a morte é única. Ela o
define como indivíduo, ela lhe dá
individualidade. A sociedade tirou a sua
individualidade; você é apenas um dente na
engrenagem, substituível. Se você morrer,
ninguém irá sentir sua falta, você será
substituído. Se você é um professor universitário,
um outro professor universitário irá substituí-lo.
Mesmo se você for o Presidente da República,
no momento em que não for mais, um outro se
tornará Presidente, imediatamente. Você é
substituível.
Dói saber que seu valor não é muito, que não
sentirão a sua falta, que um dia você vai
desaparecer e, logo depois, aquelas pessoas que
ainda se lembram de você irão também
desaparecer. E então, será como se você nunca
tivesse estado ali. Simplesmente pense em tal
dia. Você vai desaparecer... Sim, por um certo
tempo as pessoas irão se lembrar, o seu
namorado irá se lembrar de você, seus filhos
irão se lembrar, talvez uns poucos amigos também.
Mas, pouco a pouco, a memória que eles têm de
você vai perder as cores, vai se enfraquecer e
começará a desaparecer. Talvez, enquanto
estiverem vivas, aquelas pessoas com as quais
você teve um certo tipo de intimidade, irão
lembrar-se de você, de vez em quando. Mas uma
vez que elas também tenham ido, você
simplesmente desaparecerá, como se nunca
tivesse existido. Então não haverá qualquer
diferença se você esteve aqui ou não.
A vida não lhe dá um único respeito. Isto é
muito humilhante. Isto leva você para um buraco
onde você nada mais é que um dente na
engrenagem, um dente no vasto mecanismo. Isto
faz de você um anônimo.
A morte pelo menos é única. E o suicídio é
ainda mais único que a morte. Por quê? Porque
a morte acontece a você e o suicídio é algo
que você faz. A morte está além de você,
quando ela chega, simplesmente chega. Mas o suicídio
você pode dirigir, você não é uma vítima.
Com a morte você será uma vítima, com o suicídio
você estará no controle. O nascimento já
aconteceu. Você nada pode fazer quanto a isto,
e você não fez coisa alguma para nascer. O
nascimento foi um acidente.
Existem três coisas na vida que são vitais:
nascimento, amor e morte. O nascimento já
aconteceu; não há nada mais para se fazer a
respeito. Você não foi sequer consultado se
queria nascer ou não. Você é uma vítima. O
amor também acontece; você nada pode fazer a
respeito, você está desamparado. Um dia você
se apaixona por alguém e nada consegue fazer
quanto a isto. Se você quiser se apaixonar por
alguém, não há como controlar isso, é impossível.
E se você se apaixonar por alguém e não
quiser que essa paixão aconteça, será muito
difícil sair de tal situação. O nascimento é
um acontecimento, e assim também é o amor.
Agora resta apenas a morte a respeito da qual
algo pode ser feito: você pode ser uma vítima
ou pode decidi-la por si mesmo.
Um suicida é alguém que decide e diz,
‘Deixe-me pelo menos fazer uma coisa nesta
existência onde eu sou quase que acidental: eu
vou cometer suicídio. Existe pelo menos uma
coisa que eu posso fazer.’ O nascimento é
impossível fazer; o amor não pode ser criado,
se ele já não estiver ali; mas a morte tem uma
alternativa. Ou você pode ser uma vítima ou
pode ser quem decide.
Esta sociedade tirou-lhe toda a dignidade. É
por isto que as pessoas cometem suicídio. O
suicídio lhes dá uma certa dignidade. Eles
podem dizer a Deus, ‘Eu renunciei ao seu mundo
e à sua vida. Eles não tinham valor.’ As
pessoas que cometem suicídio são quase sempre
mais sensíveis que as outras que continuam
vivendo e se arrastando. Mas eu não estou lhe
dizendo para cometer suicídio. Eu estou lhe
dizendo que existe uma outra possibilidade muito
mais elevada. Cada momento da vida pode ser
muito lindo, individual, sem imitação e sem
repetição. Cada momento pode ser muito
precioso! Então não há necessidade alguma de
cometer suicídio. Cada momento pode trazer
tantas bênçãos e pode defini-lo como único
– porque você é único. Nunca existiu alguém
como você antes, e nunca existirá depois.
Mas a sociedade o obriga a ser parte de um
grande exército. A sociedade não gosta de uma
pessoa que segue o seu próprio caminho. A
sociedade quer que você seja parte da multidão:
seja um hindu, seja um cristão, seja um judeu,
seja um americano, seja um indiano – mas seja
parte de uma multidão; não importa qual multidão,
mas seja parte de uma multidão. Nunca seja você
mesmo. E aqueles que querem ser eles mesmos, o
sal da terra, estas são as pessoas de maior
valor nesta terra. A terra tem um pouco de
dignidade e fragrância devido a estas pessoas.
Mas elas cometem suicídio.
O sannyas e o suicídio são alternativas. Esta
é a minha experiência: você pode se tornar um
sannyasin somente quando chegar a um ponto em
que, se não for o sannyas, então só lhe resta
o suicídio. O sannyas significa, ‘Eu tentarei
tornar-me um indivíduo enquanto estou vivo. Eu
viverei a minha vida do meu próprio jeito. Eu não
serei dominado, não aceitarei que me ditem o
que fazer. Eu não funcionarei como um
mecanismo, como um robô. Eu não terei ideais
nem metas. Eu viverei cada momento, na excitação
de cada momento. Eu serei espontâneo e
arriscarei tudo por isto.’
O sannyas é um risco.
Jane, eu gostaria de lhe dizer: eu olhei em seus
olhos; a possibilidade de suicídio está aí
também. Mas não pense que você terá que
cometer suicídio – o sannyas cuidará disso.
Você é muito mais afortunada que as quatro
pessoas de sua família que cometeram suicídio.
Na verdade, qualquer pessoa inteligente tem a
capacidade de cometer suicídio, somente os
idiotas nunca cometem. Você já ouviu falar de
algum idiota que cometeu suicídio? Ele não se
preocupa com a vida, por que cometer suicídio?
Somente uma inteligência rara começa a sentir
a necessidade de fazer alguma coisa, porque a
vida como está sendo vivida não vale a pena.
Assim, ou faça alguma coisa ou mude a sua vida,
dê a ela uma nova forma, uma nova direção,
uma nova dimensão. Por que continuar carregando
esse fardo de pesadelos, dia após dia, ano após
ano? E isso vai continuar... A ciência médica
está ajudando as pessoas a continuarem por mais
tempo ainda – cem anos, cento e vinte anos. E
agora essas pessoas estão dizendo que o homem
pode viver facilmente até perto dos trezentos
anos. Simplesmente imagine se as pessoas tiverem
que viver por trezentos anos: a taxa de suicídio
irá subir muito, porque mesmo as mentes medíocres
começarão a refletir sobre a falta de sentido
da vida.
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Laughter - Osho Neo
Tarot
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Inteligência
significa ver as coisas em profundidade. A sua
vida tem algum sentido? Ela tem alguma alegria?
Há alguma poesia nela? Há alguma criatividade?
Você se sente agradecido por estar aqui? Você
se sente agradecido por ter nascido? Você pode
agradecer ao seu Deus? Você pode dizer com todo
o seu coração que esta vida é uma bênção?
Se você não pode, então por que continuar
vivendo? Faça de sua vida uma bênção ou
desapareça. Por que continuar carregando seu
peso nesta terra? Algum outro pode ocupar o seu
espaço e fazer as coisas de um jeito melhor.
Este é o pensamento que vem naturalmente a uma
mente inteligente. É uma idéia muito natural
quando você é inteligente. Pessoas
inteligentes cometem suicídio. E entre as
pessoas inteligentes, aqueles que são os mais
inteligentes tomam sannyas.Eles começam a criar
um sentido, uma significância, eles começam a
viver. Por que perder esta oportunidade? (...)
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Eu não estou dizendo que você deve cometer
suicídio. Eu estou dizendo que a sua vida, tal
como ela é, está levando você ao suicídio.
Mude a sua vida.
E reflita sobre a morte. Ela pode vir a qualquer
momento, por isto não considere mórbido pensar
sobre a morte. A morte é a culminação da
vida, é o próprio crescendo da vida. Você tem
que tomar nota disto. A morte está vindo. Isto
tem que acontecer. Você tem que se preparar
para ela e a única maneira de se preparar para
a morte, a maneira correta, não é cometendo
suicídio; a maneira correta é morrer a cada
momento para o passado. Esta é a maneira
correta. Isto é o que se supõe que um
sannyasin faça: morrer a cada momento para o
passado, nunca carregar o passado por um simples
momento. A cada momento, morrer para o passado e
nascer para o presente. Isto irá mantê-lo
revigorado, jovem, vibrante, radiante; isto irá
mantê-lo vivo, pulsante, excitado e extático.
E o homem que sabe como morrer a cada momento
para o passado, sabe como morrer, e esta é a
maior arte e habilidade. Assim, quando a morte
chega a tal homem, ele dança com ela, ele abraça-a.
Ela é uma amiga, não é inimiga. É Deus que
chega a ele sob a forma de morte. É um
relaxamento total com a existência. É
tornar-se novamente o todo, é voltar a ser um
com o todo.
Então, não chame isto de perversão.
Você disse: ‘Eu venho de uma família na
qual ocorreram quatro suicídios no lado
materno, incluindo minha avó.’
Não condene essas pobres pessoas, e não pense
por um momento que elas tenham sido pervertidas.
‘Como
isto afeta a morte de uma pessoa? O que pode
ajudar a superar essa perversão da morte que é
um tema presente na família?’
Não
chame isto de perversão; não é. Aquelas
pessoas simplesmente foram vítimas. Elas não
conseguiram conviver com a sociedade neurótica,
e decidiram desaparecer entrando no
desconhecido. Tenha compaixão por elas, não as
condene. Não as denigre, não dê nomes, não
chame isso de perversão ou algo assim. Tenha
compaixão por elas e as ame.
Não há necessidade alguma de segui-las, mas
tenha sentimentos por elas. Elas devem ter
sofrido muito. Não é fácil decidir abandonar
a vida; elas devem ter sofrido intensamente;
elas devem ter visto o inferno nesta vida. Não
se decide facilmente pela morte, porque
sobreviver é um instinto natural. Segue-se
sobrevivendo a todo tipo de situações e condições.
As pessoas continuam comprometendo-se, apenas
para sobreviver. Quando alguém abandona a sua
vida, isto simplesmente demonstra que está além
de sua capacidade comprometer-se; a exigência
é demasiada. A exigência é tanta e não vale
a pena; somente então é que se decide cometer
suicídio. Tenha compaixão para com aquelas
pessoas.
E se você sentir que algo está errado, esse
algo errado está na sociedade, não naquelas
pessoas. A sociedade é pervertida! Numa
sociedade primitiva ninguém comete suicídio.
Eu estive em tribos primitivas na Índia; por séculos
eles nunca souberam de alguém que tivesse
cometido suicídio. Eles não têm qualquer
registro de suicídio. Por quê? Porque a
sociedade é natural, não é pervertida. Ela não
conduz as pessoas a coisas não naturais. A
sociedade aceita e permite a cada um que tenha o
seu jeito, a sua escolha para viver sua vida.
Isto é um direito de todo mundo. Mesmo se uma
pessoa ficar louca, a sociedade aceita; é seu
direito enlouquecer. Não existe condenação.
Na verdade, nas sociedades primitivas, as
pessoas loucas eram respeitadas como místicas,
e havia um certo mistério ao redor delas. Se
você olhar para os olhos de um homem louco e
para os olhos de um místico, verá alguma
semelhança – alguma coisa vasta, indefinida,
nebulosa, algo como um caos de onde nascem as
estrelas. O místico e o louco têm alguma
semelhança.
Todos os loucos podem não ser místicos, mas
todos os místicos são loucos. Por louco eu
quero dizer que eles foram além da mente. O
louco pode ter ido para baixo da mente e o místico
pode ter ido além da mente, mas numa coisa eles
são semelhantes, ambos não estão em suas
mentes. Numa sociedade primitiva, mesmo o louco
é respeitado, tremendamente respeitado. Se ele
decide enlouquecer, não há problemas. A
sociedade cuida de sua alimentação e de seu
abrigo. A sociedade o ama, ama a sua loucura. A
sociedade não fixa regras; então ninguém
comete suicídio porque a liberdade permanece
intacta.
Quando a sociedade exige escravidão e segue
destruindo a sua liberdade, aleijando-o por
todos os lados, paralisando sua alma e matando
seu coração, chega-se a um sentimento que é
melhor morrer do que se comprometer.
Não os chame de pervertidos. Tenha compaixão
por eles; eles sofreram muito, eles foram vítimas.
E tente compreender o que aconteceu com eles;
isto lhe trará algum insight para a sua própria
vida. E não há necessidade alguma de repetir o
que eles fizeram, pois eu dou a você uma
oportunidade de ser você mesma. Eu abro uma
porta para você. Se você estiver entendendo,
você verá qual é o ponto, mas se você não
estiver entendendo, então será difícil. Eu
posso continuar gritando e você ouvirá apenas
aquilo que consegue ouvir, aquilo que quer
ouvir. (...)
OSHO
– The Heart Sutra – Disc n° 4 – pergunta
n° 1
Tradução:
Sw. Bodhi Champak
Copyright
© 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.
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