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Política
é uma doença
“Querido
Osho,
Na noite passada, você disse que quando
encontrar um lugar para se fixar, você começará
a expor a hipocrisia dos políticos e governos
do mundo, um por um.
Você ainda não me expôs. Por acaso, eu perdi
a minha chance?
Milarepa,
você não é um político. Você não precisa
de qualquer exposição. Você é um sannyasin
que já está dançando no sol, na chuva, no
vento, nada escondendo dos outros.
Este
é um dos princípios mais fundamentais do
sannyas: nada esconder. Simplesmente estar
aberto e disponível. Nenhuma porta e nenhuma
janela de seu coração devem estar fechadas,
assim a brisa fresca pode continuar entrando,
mantendo-o sempre refrescado, sempre pronto para
qualquer aventura, sempre esperando acontecer
alguma coisa divina. Você se torna um anfitrião
que está esperando pelo convidado.
As
pessoas que se fecham e mantêm todas as janelas
e portas fechadas, vivem num ar viciado, numa
vida viciada. Nenhuma brisa nova consegue entrar
para refrescá-las. Elas nunca se tornam jovens;
elas já nasceram velhas ou talvez mortas. Elas
nunca enfrentam uma aventura em busca do
desconhecido. Elas têm muito medo de que alguma
janela possa se abrir. Elas ficam preocupadas
com ventos fortes. Elas se preocupam com um
homem como eu, que nada mais é que um vento
forte que fica batendo em sua janela fechada, e
dizendo: ‘por favor, abra a janela’. Fechado
por todos os lados, você já está em sua
sepultura. (...)
Um
sannyasin é alguém que escolheu um caminho no
qual ele se abrirá para as pessoas, para as árvores,
para os pássaros, para o oceano, para o rio.
Ele não viverá no medo. O medo não será o
seu sabor. A morte vem, como vem para todo
mundo. E porque é certo que ela vem não há
necessidade alguma de se ter medo dela. Na vida,
exceto a morte, tudo é incerto, pode acontecer
ou não. Mas, com relação à morte você pode
ter certeza.
Se
ela é absolutamente certa e ninguém em toda a
história do mundo foi capaz de escapar dela, a
sua preocupação é absolutamente desnecessária.
A morte virá quando o tempo for oportuno. Ela não
pode ser impedida. Assim, você pode esquecer
tudo a este respeito. Essa questão não é sua.
É uma questão da existência decidir quando
vai mudar o seu corpo e lhe dar um novo, uma
nova forma.
A
sua questão é: viver agora e tão totalmente
quanto for possível, não se preocupando com a
morte, mas estando totalmente em amor com a
vida.
Afirmação
da vida é a essência do sannyas.
Milarepa,
você não precisa de qualquer exposição. Ao
tornar-se um sannyasin você aceitou expor-se
por conta própria.
Os
políticos precisam de exposição porque em
seus armários existem muitos esqueletos. Todo
político é um criminoso, mas um criminoso bem
sucedido.
Existem
dois tipos de criminosos: os que são bem
sucedidos, que se tornam poderosos e fazem história,
e os criminosos sem sucesso que são presos nas
grades, nas prisões e morrem com uma morte
infame; vivem e morrem inexpressivamente.
De
vez em quando um criminoso bem sucedido é pego.
O presidente Nixon, por exemplo, foi pego. Se
ele não tivesse sido pego, nós nunca pensaríamos
que ele era um criminoso. Ele poderia ter
permanecido na história como um grande
presidente de uma grande nação.
É
importante lembrar o que Mao-Tsé-Tung, da
China, disse quando Nixon, totalmente
envergonhado, renunciou à presidência. Ele
disse, ‘eu não compreendo de jeito algum que
crime Nixon cometeu, porque nós, políticos,
fazemos as mesmas coisas em todo lugar. O único
erro daquele pobre homem foi ter sido pego, não
que ele tenha cometido algum crime, mas ter sido
pego.’
E
você precisa saber que mesmo depois, quando
Nixon já não era mais presidente, Mao-Tsé-Tung
enviou um avião presidencial especialmente para
pegá-lo e trazê-lo para passar umas férias na
China, para lhe dar consolo e lhe dizer, ‘Você
nada fez de errado. Não se sinta culpado. Todo
político faz o mesmo: você apenas tem que ser
cuidadoso ao fazer as coisas.’
Joseph
Stalin matou mais de um milhão de russos e a Rússia
não tinha um milhão de pessoas ricas. Aquele
um milhão era de pessoas pobres, as pessoas
para quem a revolução havia sido feita, em
nome de quem Stalin tornou-se um ditador e
estava governando o país. Por que aquelas
pobres pessoas foram mortas? Elas não estavam
conscientes de que ao escolher o Partido
Comunista e fazer a revolução elas estavam
cometendo um engano. Elas apenas pensavam que os
comunistas iriam fazer todo mundo ficar rico.
Elas não tinham outra idéia.
A idéia
delas era simples, elas eram pessoas simples.
Pensavam que quando o Partido Comunista
estivesse no poder, todo mundo ficaria rico,
feliz e empregado. Mas quando o Partido
Comunista chegou ao poder, milhares de outras
coisas começaram a acontecer, sobre as quais o
povo não tinha nenhuma idéia.
Eles
não fizeram a revolução e não lutaram contra
o czar e seu reinado por causa dessas coisas.
Primeiro eles ficaram chocados. O czar e toda a
sua família - dezenove pessoas – foram
brutalmente assassinados, e um deles era um bebê
com apenas seis meses de vida. Eles não
deixaram nem aquela garotinha viver, e ela
nenhum mal tinha feito a quem quer que fosse,
ela ainda nem sabia o que era a vida e nem
estava preocupada com ricos e pobres nem com
todo esse jargão. Eles os colocaram de pé numa
fila e atiraram com uma metralhadora.
Quando
as pessoas souberam, elas não podiam acreditar,
porque elas nunca pensaram que as coisas
aconteceriam assim. E logo outras coisas começaram
a acontecer. As igrejas tiveram que se
transformar em hospitais e escolas porque no
Partido Comunista não tem deus. E nem
acreditavam que o homem tivesse uma alma. Para
eles a consciência era apenas uma combinação
de elementos físicos, era um sub-produto, de
modo que matar um homem não era diferente do
que desmontar uma cadeira; tudo é matéria.
O
povo pobre não estava consciente de que eles
estavam fazendo a revolução e morrendo por ela
para implantar o materialismo. E quando suas
igrejas foram fechadas, eles começaram a lutar,
quando suas bíblias lhes foram tiradas, eles
começaram a combater. O resultado final foi que
um milhão de pessoas foram mortas porque elas não
estavam prontas para aceitar a ideologia
comunista do materialismo.
Mas
ninguém pensa no Stalin como um assassino. Ele
será lembrado na história como um grande líder.
E assassinos comuns que talvez tenham matado
apenas um homem são condenados pela sociedade,
pela lei, pelos tribunais. O que eles fizeram, a
sociedade faz com eles. Ainda vivemos na idade
da pedra, de milhões de anos atrás, quando a
lei era olho por olho. ‘Se você atirar um
tijolo em mim eu vou lhe atirar uma pedra.’
Esta era a lei. Esta ainda é a lei. Embora
estas palavras não sejam mais usadas, o
resultado final é o mesmo.
Adolf
Hitler sozinho matou seis milhões de pessoas
por um simples e estúpido desejo: dominar todo
o mundo. E vocês não irão acreditar que na América,
eu recebi uma carta do presidente do partido
nazista americano ameaçando-me e dizendo que eu
estava em perigo por ter criticado Adolf Hitler,
‘pois Adolfo Hitler era a reencarnação do
profeta Elijah do Velho Testamento e sempre que
você o critica, isso machuca nossos sentimentos
religiosos.’ Adolf Hitler que matou seis milhões
de pessoas seria a reencarnação de Elijah...
Nunca
antes as pessoas foram mortas em tão grande
quantidade e com tanta precisão científica.
Ele construiu câmaras de gás. Mil pessoas
podiam ser colocadas numa câmara de gás;
apenas um interruptor era ligado e podia-se ver
nas chaminés que, em poucos segundos, todas
aquelas mil pessoas tinham desaparecido numa
fumaça. Apenas os ossos permaneciam. Eles
fizeram fossos com quilômetros de extensão que
foram enchidos com os ossos. Depois da guerra,
quando aqueles fossos foram abertos, ninguém
acreditava que algum homem pudesse ter feito
aquilo.
Mas
ainda existem pessoas cujos ‘sentimentos
religiosos’ são machucados. Eu nunca imaginei
que criticar Adolf Hitler iria machucar os
sentimentos religiosos de alguém, ao ponto dela
ameaçar-me de morte caso eu fizesse aquilo de
novo.
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Os
políticos, todos os políticos do mundo, têm
muita coisa para esconder porque para conseguir
a realização de sua ambição – tornar-se
presidente, primeiro-ministro – eles têm que
fazer tudo... Seja legal ou ilegal, moral ou
imoral, não interessa. Os meios não interessam
aos políticos, apenas os fins interessam. Se o
fim for alcançado, então todos os meios estão
certos.
Os
políticos certamente precisam ser expostos
porque até onde eu posso ver, se eles forem
expostos completamente, a humanidade, pela
primeira vez, será capaz de se livrar da política.
A
política é uma doença e ela deve ser tratada
exatamente como tal. Ela é mais perigosa do que
câncer e se uma cirurgia for necessária, ela
deverá ser feita. A política é basicamente
suja. E não há como ser diferente porque
milhares de pessoas estão desejando e aspirando
a um cargo, e para consegui-lo elas naturalmente
lutam, matam e fazem qualquer coisa.
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Politics - Osho
Zen Tarot
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Toda
a programação de nossa mente está errada. Nós
fomos programados para sermos ambiciosos. E é aí
que entra a política. Ela tem poluído a sua
vida normal e não apenas o mundo habitual dos
políticos.
Mesmo
uma pequena criança já sabe sorrir para a mãe
e para o pai com um sorriso falso, sem qualquer
autenticidade. Ela sabe que sempre que sorri,
ela é recompensada. Ela aprendeu a primeira
regra para ser um político. Ela ainda está no
berço e você já lhe ensinou política.
Nos
relacionamentos humanos existe política em todo
lugar.
O
homem incapacitou a mulher. Isso é política.
Metade
da humanidade é constituída por mulheres. O
homem não tem direito algum de incapacitá-la,
mas por séculos ele a tem incapacitado
completamente. Ele não permitiu que ela tivesse
acesso à educação. Ele não lhe permitiu
sequer que ouvisse as escrituras sagradas. Em
muitas religiões eles não permitiram que elas
entrassem nos templos. Ou, se permitiram, elas
tinham uma seção separada, elas não podiam
ficar ao lado dos homens como iguais, mesmo
perante Deus. (...)
O
homem tem tentado de todas as maneiras cortar a
liberdade da mulher.
Isto
é política; isto não é amor.
Você
ama uma mulher, mas não lhe dá liberdade. Que
tipo de amor é este, que tem medo de dar
liberdade?
Você
a coloca numa gaiola como um papagaio. Você
pode dizer que ama o papagaio, mas você não
entende que o está matando.Você tirou todo o céu
do papagaio e deu-lhe apenas uma gaiola. A
gaiola pode ser feita de ouro, mas ela nada
significa ao ser comparada com a liberdade dos
papagaios no céu, movendo-se de uma árvore a
outra, cantando suas canções – não aquela
que você forçou-o aprender a cantar, mas
aquela que lhe é natural, que lhe é autêntica.
A
mulher continua fazendo as coisas que o homem
quer. Pouco a pouco, ela vai esquecendo que ela
também é um ser humano.
Na
China, por milhares de anos, o marido podia
matar a esposa. Somente em 1951 uma nova lei
surgiu proibindo isto. Até 1951 o marido estava
autorizado, caso ele quisesse, matar sua esposa,
era uma questão que dizia respeito a ele. Ela
era a sua mulher, uma posse. O
sistema de leis não tinha interesse algum em
interferir nas suas posses. E, além disto, na
China pensava-se que a mulher não tinha alma;
somente o homem tinha.
É
por isto que na história da China você não
encontra uma única mulher com a importância de
um Lao Tzu, Chuang Tzu, Lieh Tzu, Confúcio,
Mencius. Se você não tem alma, você é apenas
uma coisa, não consegue competir com o homem.
Metade
da humanidade, em todos os países, em toda
civilização, foi destruída pela política de
família. Você pode não chamar isto de política,
mas é política. Sempre que existe um desejo de
ter poder sobre outras pessoas, isto é política.
O poder é sempre político, mesmo quando se
trata de pequenas crianças. Os pais pensam que
as amam, mas apenas em suas mentes, porque o que
eles querem são crianças obedientes. E o que
significa obediência? Significa que todo o
poder fica nas mãos dos pais.
Se a
obediência é uma grande qualidade, por que os
pais não devem ser obedientes para com os
filhos? Se essa é uma questão religiosa, por
que os pais não devem obedecer aos filhos? Mas
isto nada tem a ver com religião. Tudo isto é
política escondida atrás de belas palavras.
O
homem precisa ser exposto em todos os pontos em
que a política entra, e ela entra em todo
lugar, em todos os relacionamentos. Ela
contaminou toda a vida do homem e continua
contaminando.
Em
suas escolas vocês ensinam as crianças a serem
os primeiros da sala. Por que? Você já pensou
na psicologia disto?
A pessoa que chega primeiro começa a se
tornar um egoísta: ela é a primeira. E a
pessoa que chega por último começa a se sentir
inferior. Qual a necessidade de se fazer isto?
Os exames deveriam simplesmente ser abolidos.
Não
há necessidade alguma de exames. Os professores
podem simplesmente dar notas todos os dias da
mesma maneira como eles controlam a freqüência.
Eles podem dar notas todos os dias a todas as
crianças e no final aquele que demonstrar maior
aproveitamento passa mais cedo para uma classe
mais elevada. Aquele que for um pouco mais
preguiçoso, passará um pouco depois. Mas sem
qualquer exame e sem a classificação de
‘primeira classe, segunda classe, terceira
classe’. Isto se torna um estigma.
Se
uma pessoa em todo o seu currículo escolar, no
nível básico, médio e universidade, tiver
sido sempre classificada como terceira classe,
terá um reduzido senso de auto-respeito. O seu
auto-respeito terá sido morto. Ela sabe que não
tem valor. Todo mundo poderá exercer poder
sobre ela.
Essa
expressão ‘terceira classe’ tornou-se tão
feia na Índia que se você perguntar a alguém,
‘com que classificação você passou?’
e se ele tiver passado como terceira
classe, ele responderá, ‘classe Mahatma
Gandhi’ porque
Gandhi nunca obteve outra classificação. Ele
sempre passou classificado como terceira classe
e daí, por toda a sua vida ele viajava de trem
de terceira classe. Assim, na Índia, ninguém
fala que passou em terceira classe, mas na
‘classe Mahatma Ghandi’. É uma maneira de
ocultar aquela classificação, de tapear a si
mesmo.
É
criada em você a ambição de que tem que ser
alguém no mundo. Você tem que provar que não
é uma pessoa comum, você é extraordinário.
Mas, para que? A que propósito isto serve? Isto
serve a um único propósito: se você se torna
poderoso, os outros se tornam subservientes a
você. Você é uma pessoa extraordinária. Eles
são os pobres companheiros, eles são da classe
Mahatma Ghandi. Eles, no máximo, conseguem ser
balconistas e nada mais. Eles não têm coragem.
Toda a humanidade foi castrada de maneiras
diferentes, e esta castração é política.
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The Miser - Osho Zen
Tarot
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Assim,
aqueles que estão no poder se perpetuam através
das gerações sucessivas. Agora na Índia, após
quarenta anos de lutas pela liberdade, uma família
tem dominado. Isto se tornou uma dinastia e não
uma democracia. E é impossível removê-los
porque em quarenta anos eles tomaram todas as
providências para que não pudessem ser
removidos. Eles se tornaram indispensáveis e
colecionaram arquivos. Eu vi com meus próprios
olhos os arquivos que Indira Gandhi costumava
usar contra todos os outros políticos do seu próprio
partido e os da oposição.
Em
tais arquivos estão registrados todos os crimes
que aqueles políticos cometeram, todos os
subornos que eles aceitaram, todas as coisas
ilegais que eles fizeram, todo abuso de poder
que praticaram. Isto mantém aqueles políticos
com medo de que Indira Gandhi possa expô-los,
se forem contra ela. Aqueles arquivos passam de
uma geração a outra dentro da mesma família.
E isto representa um grande poder.
Vocês
ficarão surpresos ao saber o que aconteceu
quando o segundo filho de Indira, Sanjay Ghandi,
morreu num acidente. Em
|
primeiro
lugar ela era uma política e em segundo, era mãe.
O avião dele caiu próximo de onde Indira
morava. Assim que ela soube, correu para o
local. Havia uma multidão e a polícia. O que
ela perguntou primeiro não foi ‘Como está
Sanjay? Ele está vivo ou morto? Como aconteceu
o acidente?.’ O que ela perguntou foi, ‘Onde
estão as duas chaves que ele carregava?’ Uma
das chaves era do cofre onde todos aqueles
arquivos estavam guardados e a outra era do
dinheiro do ‘caixa 2’ para ser usado nas
campanhas eleitorais – milhões de dólares.
Um
político pode sacrificar tudo, mas ele não
consegue sacrificar o seu poder; e isto é
inconsciente. E quando disseram a ela que as
duas chaves haviam sido encontradas e que
estavam no posto policial; ao invés de ir para
o hospital e ver as condições de seu filho,
ela foi primeiro ao posto policial para pegar as
duas chaves, porque elas eram mais importantes
do que uma centena de Sanjay Ghandis. Ele
poderia ser visitado depois. E, de qualquer
forma, ele já estava morto.
Quando
eu ouvi que a primeira coisa que ela perguntou
foi pelas duas chaves, eu fiquei chocado... Não
pela morte de Sanjay Ghandi. Pessoas morrem
mesmo. Isto não é um grande problema. E cada
um tem seu próprio estilo de morte. Uns morrem
num acidente, outros morrem de outro jeito,
outros, de uma maneira normal, deitados em suas
camas. (...)
Sanjay
Gandhi morreu num acidente. Aquele foi seu
estilo de morrer.
Isso não foi um problema, mas aquela
mulher, que era uma mãe, perguntou pelas
chaves! E não sobre a morte de seu filho, ou
sobre o acidente. E ela correu ao posto
policial, antes que as chaves pudessem se
perder.
E
vocês também ficarão surpresos ao saber que
Indira Gandhi nunca viveu com seu marido por
muito tempo. E foi um casamento por amor. Indira
era uma brâmane hinduísta e seu namorado era
um parsi. Era muito difícil para as mentes
ortodoxas aceitarem aquele casamento. Mas a
Indira era filha única de Jawaharlal. Ele não
quis contrariá-la e ela estava inflexível: ela
só se casaria se fosse com aquele homem; com
nenhum outro. Assim ela casou-se com o jovem
parsi. Jawaharlal aceitou o casamento.
Ela
puxou o seu marido para a política também. Ele
tornou-se membro do parlamento, mas ela
raramente vivia com ele. Ele ficava muito
irritado com isto. Eu o conheci. Ele realmente
vivia muito frustrado porque Indira continuava
morando com Jawaharlal. O poder estava com ele e
ela era sua única filha.
Jawaharlal
não teve filho e sua esposa estava morta. Havia
toda possibilidade de que Indira lhe sucedesse.
E o que seu marido podia lhe dar? Por fim, houve
uma completa separação e ele começou a beber
muito. Talvez ele tenha morrido pelo excesso de
bebida.
Mas
Indira continou a viver com seu pai, porque tudo
estava ali, todo o poder do país estava
concentrado ali. E dele ela recebeu todo o
treinamento em política, todos aqueles
arquivos. Quando ele morreu, ela se apossou de
todos aqueles arquivos e de todo aquele
dinheiro. O partido nada conseguiria ser sem
ela. O partido teve que escolhê-la, porque as
pessoas do partido, mesmo os principais líderes,
estavam com medo pois ela tinha os arquivos. E
ela tinha o dinheiro.
De
que outra maneira você pode competir numa eleição?
Particularmente num país como a Índia, onde
você pode comprar um voto por apenas duas rúpias.
Nada é preciso ser feito, apenas dê duas rúpias
a uma pessoa e ela votará em você. Ela não
tem idéia alguma sobre ideologia ou sobre
democracia. Por dois mil anos a Índia tem sido
escrava, assim as pessoas não têm idéia
alguma sobre liberdade. Duas rúpias parecem ser
mais importantes do que qualquer outra coisa; é
mais sólido e mais tangível. Democracia e
liberdade parecem ser palavras vazias para um
povo faminto e moribundo. Duas rúpias parecem
ser mais significantes. Assim, quem tiver o
dinheiro, quem tiver os recursos e as conexões
corretas para conseguir dinheiro, continuará no
poder.
É
impossível para a Índia livrar-se da família
do Nehru. Eles declaram que é uma democracia,
mas é apenas uma monarquia, uma dinastia. Esta
é a situação em todo o mundo; é como as
coisas funcionam. O povo só vê a aparência;
ele não vê o que existe por dentro das coisas.
Eu
realmente quero expor todo tipo de política. Eu
não estou preocupado com os políticos, mas com
a maneira como a política funciona: ela é
feia, ela é desumana, ela é bárbara. Nós
deveríamos viver de uma maneira não-política.
Nossos relacionamentos deveriam ser não-políticos,
senão, nós não teremos relacionamentos, mas
apenas nomes, rótulos, e por trás desses rótulos
o conteúdo é algo diferente.”
OSHO
– The Path of the Mystic- Disc. 42 –
pergunta n° 1
Tradução:
Sw. Bodhi Champak
Copyright
© 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.
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