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Permita
o amor e aceite também o ódio
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(Um
sannyasin faz uma pergunta ao Osho a respeito de
seu relacionamento, o qual está gerando algum ódio
e agressão de ambos os lados.)
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Mm, isso é natural. Quando você permite
que o amor venha à tona, o ódio também vem. É
por isso que muitas pessoas reprimem seu amor –
porque lhes foi ensinado a reprimir o ódio e
ambos são aspectos da mesma energia. Eles não são
dois; eles são um. Assim, quando o amor vem à
tona, o ódio também vem, e se você reprimir o
ódio, o amor também será reprimido
simultaneamente.
Se
você compreender isso, não irá pensar em termos
de querer ou não querer. Isso é um fato. O seu
querer ou não querer não fará qualquer diferença.
Tem que aceitar isso, tem que aceitar tudo que
for. O que você pode fazer? Se você reprimir o
ódio – e a sua repugnância irá reprimi-lo –
então, imediatamente, o amor será reprimido.
Assim, você pode se tornar, pelo menos na superfície,
menos rancoroso, mas então, você será menos
amoroso também. O custo disso é grande e não
vale a pena.
A
coisa verdadeira é permitir o amor e aceitar o ódio
também. Se você aceitá-lo, logo verá que ele
estará desaparecendo e a mesma energia está se
voltando para o amor. Um dia ele desaparece, mas
ele não pode ser reprimido. Ele desaparece através
da aceitação – e então uma qualidade
totalmente nova de amor surge, não corrompida
pelo ódio. Mas tal amor somente é possível se
você aceitar isso: amor e ódio. Se você
reprimir isso, aquele amor mais profundo nunca será
possível. Tal amor mais profundo não conhece ódio
algum, mas você nada sabe sobre ele, a mente não
consegue saber coisa alguma sobre ele. Ele é algo
além da mente. Ele não é da mente.
A mente sempre é dual. Se o amor está
ali, o ódio está ali. Se a compaixão está ali,
a crueldade também está. Se o compartilhamento
está ali, a avareza também está. A mente sempre
é dual, e se você quiser ir além da mente, então
não faça escolhas a partir dessa dualidade. Não
diga, ‘Eu escolherei o amor e não escolherei o
ódio.’ Assim, você permanecerá na mente para
sempre. Simplesmente aceite ambos. Na aceitação,
você trancende. Você vai além de ambos, porque
você não fez qualquer escolha a favor disso ou
daquilo. Mas eu compreendo – o problema é prático.
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Se você ama um homem ou uma mulher, e
simultaneamente o ódio surge, o que fazer? Seja
franco e verdadeiro, e diga à pessoa que você a
ama, mas que também a odeia, porque, a quem mais
você iria odiar? Diga, ‘Se você decidir
escolher me amar, então você tem que me aceitar
em minha dualidade, eu estou em minha mente. Eu
ainda não sou um Buda. A não-mente ainda não
aconteceu para mim, assim, se você me ama, ame
como eu sou. Eu não terei uma face falsa. Se
existir ódio, eu o mostrarei a você. Tenha
compaixão por mim.’
Nós
estamos pedindo coisas impossíveis às pessoas. Nós
dizemos a uma mulher, ‘Se você me ama, não
pode me odiar jamais. E se você me odeia, nunca
poderá me amar.’ Isto é absolutamente absurdo.
Se ela o ama, irá odiá-lo também, porque a
mente sempre divide. A mente trabalha através de
polaridades, de opostos. É exatamente como a
eletricidade positiva e negativa. Se você quer
eletricidade positiva, terá que ter a
eletricidade negativa também. Se você disser,
‘Eu tenho
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apenas eletricidade
positiva’, então não haverá eletricidade
alguma. Ela existe apenas entre os dois polos. A
tensão entre os opostos é a sua própria existência.
Se o
seu ódio desapareceu completamente, então haverá
apenas duas possibilidades: ou você se tornou um
Buda e agora você atingiu aquele amor que é uno,
indiviso, indivisível, incorrupto, virgem, ou –
o que é mais provável – o seu amor para com
aquela pessoa também desapareceu.
(Osho
disse que pelo menos no amor você deveria ser
verdadeiro. Nos relacionamentos sociais formais e
de trabalho você não pode abrir totalmente o seu
coração, não pode ser você mesmo totalmente.
Mas, todo o significado do amor é ser capaz de
estar com alguém, com quem você pode ser você
mesmo totalmente, pode relaxar e não estar de
guarda...)
Se com sua mulher você tem que estar de
guarda, onde você estará sem vigilância? Onde
você estará de férias? Você estará
constantemente tenso e não haverá domingos em
sua vida.
O amor
é um domingo.
Cansado
– cansado das falsidades, cansado das máscaras,
cansado de mostrar faces feias e não verdadeiras
às pessoas, e continuamente reprimindo seu ser
– a pessoa quer alguém com quem possa ser ela
mesma totalmente – relaxada, à vontade, tranqüila.
Assim, se você ama uma pessoa, desde o início,
nunca seja não verdadeiro. Se o amor desaparecer,
é melhor que o relacionamento seja quebrado. Ele
tem que ser quebrado – porque não há qualquer
sentido em tal relacionamento. Se a sua verdade
for aceita, se você for aceito, somente então
este é um amor que vale a pena. Então você
cresce através dele.
(Osho
disse que uma pessoa deve dizer ao seu amado que o
aceita totalmente em todos os seus humores
passageiros e em suas diferentes faces – as
belas e as não tão belas....)
Em um simples momento, a pessoa pode mudar
completamente. Ela estava muito alegre e pode se
tornar muito triste. Exatamente um momento antes
ela estava pronta para morrer e no momento
seguinte ela está pronta para matá-lo. Mas a
humanidade é assim. Isso traz uma profundidade,
traz surpresas e um tempero... Caso contrário, a
vida seria muito entediante.
Tudo
isso é belo. Tudo isso são notas de uma grande
harmonia. E quando você ama uma pessoa, você ama
essa harmonia e aceita tudo que compõe essa
harmonia. Algumas vezes está chovendo, outras
vezes o céu está escuro e cheio de nuvens, e
outras vezes as nuvens desaparecem e ele fica
repleto da luz solar. Algumas vezes é muito frio
e outras vezes é muito quente. E exatamente desse
mesmo jeito, o clima humano vai mudando, todas as
coisas vão mudando. Quando você ama uma pessoa,
você ama todas essas possibilidades. Infinitas são
as possibilidades e você ama todos os matizes e
tons.
Assim,
seja verdadeiro e ajude-a a ser verdadeira. Então
o amor se torna um crescimento. Caso contrário. O amor pode se tornar uma coisa
muito venenosa. Pelo menos, não corrompa o amor.
E lembre-se, ele não é corrompido pelo ódio.
Ele é corrompido pela falsidade. Ele não é
corrompido pela raiva, nunca. Mas ele é destruído
por uma pessoa não autêntica, por uma falsa
face.
O amor
somente é possível quando existe a liberdade de
você ser você mesmo, sem qualquer vigilância,
sem qualquer restrição. Você simplesmente está
fluindo. O que você pode fazer? Quando você está
rancoroso, você está rancoroso. Quando as nuvens
estão no céu e o sol está brilhando, o que você
pode fazer? E se a outra pessoa compreende e ama
você, ela aceitará, ela o ajudará a sair das
nuvens – porque ela sabe que isto é apenas um
clima que vai e vem – Estes são apenas humores,
são fases passageiras, e por trás dessas fases
passageiras está a realidade, o espírito da
pessoa, a alma.
Quando
você aceita todas essas fases, logo os vislumbres
da alma verdadeira começam a acontecer para você.
Continue meditando e faça de seu amor uma meditação
também.
OSHO – A Rose is a Rose is a Rose - Cap.
21
Tradução:
Sw. Bodhi Champak
Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL
FOUNDATION, Suiça.
Todos
os direitos reservados
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