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Confiança:
a nossa conexão com a Existência
Querido Osho,
Parece que o círculo se completou.
Sinto-me chegando a um lugar que deixei em minha
infância, vivendo uma vida inocente, poética e
extática. O universo inteiro era minha família.
E então - primeiro devido à confiança e depois
devido ao medo -, eu permiti que a sociedade
assumisse o comando. Agora tudo foi descascado. Eu
caminhei através da dor, o medo se foi, a ambição
se foi. Entendendo toda essa jornada com os olhos
abertos, eu estou sentado sob o céu, bebendo o
doce esplendor, dia e noite. Osho, parece não
existir escuridão alguma, nenhum fim, algumas
vezes, nem mesmo eu.
Deva Pratito, raramente acontece de se
alcançar a infância novamente. Isso deveria
acontecer mais. Isso deveria acontecer a todo
mundo porque sem esse acontecimento a sua vida
permanece incompleta.
Alguma coisa continua lhe faltando – algo
que você conheceu, mas que esqueceu – uma memória
desaparecida, uma lembrança perdida. E essa
lacuna não é apenas uma lacuna, é uma ferida. E
ela dói, porque você trouxe algo com o seu
nascimento neste mundo, e você perdeu isso em
algum lugar. E parece ser impossível reencontrar
esse algo neste mundo abarrotado. Mas, a não ser
que isso aconteça, a sua vida terá sido em vão,
uma miséria, um sofrimento, um anseio fútil, um
desejo sem sentido, uma sede que você não
consegue saciar.
Deva Pratito, você é abençoado. E
lembre-se sempre de pedir à existência para que
todo mundo seja abençoado da mesma maneira.
Você está dizendo, ‘Parece que o círculo
se completou.’ Ele
se completou – não diga que parece estar
completo. ‘Sinto-me chegando a um lugar que
deixei em minha infância, vivendo uma vida
inocente, poética e extática. O universo inteiro
era minha família. E então - primeiro devido à
confiança e depois devido ao medo -, eu permiti
que a sociedade assumisse o comando.’
Esse é o maior crime que a sociedade
comete contra todas as crianças. Nenhum outro
crime consegue ser maior que este. Danificar a
confiança de uma criança é danificar toda a sua
vida, porque a confiança é tão valiosa que no
momento em que você a perde, você também perde
o contato com o seu próprio ser.
A confiança é a conexão entre você e a
existência. Confiança é a mais pura forma de
amor, e uma vez que a confiança seja perdida, o
amor também se torna impossível.
Mas a confiança de toda criança está
sendo explorada. Ela confia naturalmente em seus
pais e por causa de sua confiança, eles lhe dão
crenças que são venenosas, uma personalidade que
é falsa, um ego que irá despojá-la de sua alma;
crenças, pensamentos, escrituras, que irão
embaraçar a sua inteligência, que irão impedir
a sua busca pela verdade, que farão com que ela
se torne parte de alguma organização religiosa
estúpida.
Eu chamo toda organização religiosa de
estúpida, porque a verdadeira religião nunca
pode ser organizada. A verdadeira religião é
sempre individual, ela nada tem a ver com a multidão.
Um Jesus pode ser religioso, mas não os cristãos.
Os cristãos são apenas cópias carbonos. Eles
esqueceram suas próprias originalidades, suas próprias
individualidades.
Jesus não estava seguindo alguém. Ele não
estava imitando alguém. Essa foi a sua falta:
ele não permitiu que a sociedade explorasse a sua
confiança. Ele não permitiu que a multidão o
reduzisse a uma personalidade falsa. Ele
permaneceu um indivíduo.
Ele arriscou sua vida, mas não se
comprometeu com a sociedade. Era melhor morrer na
cruz do que ser um hipócrita. Pelo menos na cruz
ele era verdadeiro, autêntico – era ele mesmo.
Na multidão ele teria vivido, mas não a
sua própria vida. Ele teria sido um dente na
engrenagem de uma máquina – sem qualquer
individualidade, sem qualquer inteligência própria,
sem qualquer compreensão da verdade, da significância,
da beleza e da imensa graça da existência.
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Ele poderia ter salvo a sua vida, mas na
verdade, isso teria sido a sua crucificação. Ele
aceitou ser crucificado – isso era salvar a sua
vida – sem medo, confiando na existência, sem
qualquer raiva para com a multidão. Mesmo em seu
último momento na cruz, ele estava pedindo pela
multidão: ‘Pai, perdoe-os. Eles não sabem o
que estão fazendo. Eles são inconscientes. Nada
se pode esperar de pessoas inconscientes.’
Ele tinha apenas trinta e três anos de
idade; uma longa vida estava à sua frente. Mas
essa é a beleza do homem, ele ter sacrificado
essa longa vida que teria sido sem sentido, falsa,
enganosa, por algo real, autêntico – sem
qualquer lamento, sem qualquer rancor contra quem
quer que seja.
Primeiro, os pais exploram a criança
porque ela não consegue nem mesmo imaginar que
eles possam enganá-la – e não é que os pais
enganam a criança intencionalmente. Eles são
inconscientes. Eles também foram enganados pelos
pais deles.
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Toda
geração tem corrompido a geração seguinte. Os
pais não sabem se Deus existe ou não, mas eles
fingem diante da criança como se Deus existisse;
eles a levam à igreja ou à sinagoga, ou ao
templo. Nem eles sabem e nem os seus rabinos, nem
os seus bispos, nem seus padres sabem.
Este é um mundo muito louco.
Pessoas cegas estão conduzindo outras
pessoas cegas.
E ninguém levanta a questão: para onde
estamos indo? E por que? (...)
Eu costumava ir com meu avô aos templos e
eu via as pessoas adorando estátuas de pedra,
mortas. Que tipo de humanidade nós criamos?
Simplesmente porque alguém disse que ‘essa estátua
é a estátua de Deus.’
Ninguém viu Deus. Nenhum fotógrafo tirou
sequer uma fotografia. Como esses escultores
conseguiram fazer tais estátuas? Foi pura imaginação.
Goutama Buda morreu há vinte e cinco séculos
e a sua primeira estátua foi feita quinhentos
anos depois. Já não havia nem mesmo uma
testemunha ocular viva. E vocês ficarão
surpresos ao saber que foi naquele tempo que
Alexandre o Grande chegou à Índia; e todas as
estátuas de Goutama Buda têm o rosto de
Alexandre o Grande!
Alexandre era um homem bonito, jovem e
poderoso. Ele atraía os pintores, os escultores e
tornou-se o protótipo para Goutama Buda, para
Mahavira, para os vinte e quatro teerthankaras do
jainismo. Nenhum deles tem um rosto indiano; o
rosto é grego.
Mas meu avô dizia, ‘Não fale essas
coisas. Se alguém ouvir, eles irão pensar que eu
trouxe você somente para criar problemas.’
Eu disse, ‘Você está errado. Você não
me trouxe, você veio comigo. Eu viria sozinho. De
onde você tirou essa idéia de que me trouxe? E a
não ser que alguém me prove que essas estátuas
são de Buda ou Mahavira, por que esperar que eu
as adore? Na verdade, elas deveriam ser removidas!
Elas são estátuas de Alexandre, o Grande, um dos
homens mais loucos que o mundo conheceu, aquele
que teve a ambição de conquistar todo o mundo.
‘E essas pessoas – Buda, Mahavira e
outros – são contra a ambição, contra o
desejo. Eles renunciaram aos seus reinos, e que
estranho destino: em vez de suas próprias estátuas,
as estátuas de Alexandre estão sendo adoradas em
todos os templos da Índia.’
Mas, naturalmente os pais são poderosos,
possuem mais conhecimentos, e as crianças são
indefesas, inocentes. Você consegue encher as
cabeças delas com quaisquer tolices. E com o
tempo, quando elas amadurecem, aquelas tolices
estarão tão profundamente enraizadas que elas
estarão prontas para brigar por elas, elas estarão
prontas para morrer ou matar por essas tolices.
O que são guerras religiosas? São pessoas
lutando por causa dessas ficções – ‘Deus.’
Nenhuma delas conheceu Deus, nem os cristãos nem
os muçulmanos, mas eles estão brigando porque o
deus deles é certo e o seu deus é errado.
Simplificando, eles estão dizendo, ‘Nós
estamos certos e vocês estão errados.’ Assim,
ficaria mais claro que se trata de uma briga de
egos e não uma guerra religiosa. Isso não é uma
cruzada. Todo mundo quer provar que o seu ego está
certo, mas isso só pode ser provado se ele provar
que o ego de todo mundo está errado. Com isso ele
alcança uma superioridade, ele se torna mais alto
e mais santo.
Assim, primeiro é a confiança simples da
criança. E segundo... a sua observação, Pratito,
está absolutamente correta. Segundo, é o medo.
Os pais podem puni-lo; eles podem privá-lo.
Os professores podem puni-lo. Você tem que
aceitar tudo o que lhe for dito por aqueles que,
de alguma forma, têm o poder. Dessa maneira, todo
mundo foi desviado, foi descarrilhado de seu
caminho natural. E foi colocado numa direção que
nada significa para si.
É por isso que sempre existe ansiedade,
angústia e uma profunda tristeza. Essa tristeza
é existencial; a menos que você possa ser o que
lhe é natural, a primavera nunca chegará até
você, as flores nunca desabrocharão em seu ser,
o amor nunca crescerá.
Você nunca conhecerá a glória da vida e
o esplendor da consciência.
Você está dizendo, ’Agora tudo foi descascado.’
Esse é todo o meu trabalho aqui –
simplesmente descascar as cebolas. Descascar até
o ponto onde nada permaneça – apenas a
amplitude e o silêncio.
Porque uma cebola nada mais é que camadas
e camadas e camadas, e quando a camada final é
retirada, suas mãos ficam vazias.
Em tais mãos vazias desce toda a glória,
todo o reino de Deus.
Você não tem que ficar parado no caminho,
você tem que ceder o lugar de modo que Deus possa
entrar.
Você tem que abrir as janelas e portas
para que o vento fresco possa entrar e os raios de
sol vivificadores possam dançar do lado de dentro
e o quarto se tornar vivo.
Suas crenças, suas tradições, suas
escrituras, suas religiões – tudo está
fechando o seu ser de todos os lados. Nenhum ar
fresco, nenhum raio de sol, nenhuma fragrância
chegando com o ar, nenhuma vida dançando dentro
de você com os raios solares – como você pode
estar feliz? Como você pode estar em êxtase?
Vivo, você está vivendo dentro da sepultura.
Qualquer um que seja cristão, ou hindu, ou muçulmano,
ou budista, está vivendo numa sepultura. Não está
mais vivo.
É bom que você tenha sido corajoso o
bastante para abandonar todas as camadas da
cebola.
‘Eu caminhei através
da dor.’ Sim,
existe dor porque todas essas crenças,
pensamentos e filosofias tornaram-se parte de você,
e numa tal dimensão que não é como tirar as
suas roupas – é algo como tirar a sua própria
pele. É doloroso.
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Mas essa dor vale a pena. Ela é quase a
dor de uma cirurgia, para remover o cancer de sua
alma. E uma vez que você tenha passado pela dor,
o medo se acaba, a ambição se acaba.
Pratito, a sua observação é imensamente
significante para todo mundo, porque toda ambição
existe a partir do medo. Toda ambição existe a
partir de um complexo de inferioridade, porque você
tem medo de ser você mesmo. Você quer ser alguma
outra pessoa – um presidente do país, um
primeiro-ministro, o homem mais rico... e as
pessoas encontram diferentes alternativas, pois
tantas pessoas não podem ser o presidente, não
podem ser o mais rico, não podem ser o
primeiro-ministro. Por isso elas criam um Rotary
Club.
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A estupidez do homem não conhece limites.
Num Rotary Club, a presidência é rotativa, a
ambição de todo mundo é atendida. Mas o Rotary
Clube escolhe apenas as pessoas de destaque em
cada profissão. E como ficam as outras? Elas
criam um Lions Club! E existem muitos outros
clubes. A função de todos eles é lhe dar algum
consolo, de que você é um presidente, é um
secretário, que você não é um ninguém.
Os shankaracharyas hindus, que são
iguais aos papas cristãos, se autodenominam
‘professores do mundo’ – jagat guru.
Eu vivi num lugar chamado Raipur. E eu fiquei
surpreso com um homem naquela cidade que se
autodenominava Jagat Guru, o ‘professor do
mundo.’ E ele não era um shankaracharya.
Mesmo os shankaracharyas não são jagat
guru, porque o mundo inteiro não os reconhece
como mestres. Mesmo o papa que tem o maior número
de seguidores no mundo – setecentos milhões de
pessoas – não chama a si mesmo de professor do
mundo. E aquele homem estava morando próximo da
minha casa. Então, um dia eu fui até lá.
Ele estava recebendo uma sessão de
massagem; um de seus discípulos o estava
massageando. Daí, eu lhe perguntei, ‘Eu ouvi
muito a seu respeito; apenas um problema está me
confundindo. Como você se tornou o professor do
mundo, Jagat Guru?’
Ele disse, ‘É uma longa história.’
Eu disse, ‘Seja quão longa ela for, me
conte.’
E ela tornou-se a história mais curta que
eu já ouvi. A história toda era que o homem que
o estava massageando se chamava Jagat. E ele era
seu único professor, e aquele era seu único discípulo,
assim alguém sugeriu, ‘Por que você não chama
a si mesmo Jagat Guru?’ E a idéia era realmente
muito satisfatória. Ele começou a se chamar de
Jagat Guru, o guru do Jagat.
Eu disse, ‘Isto é absolutamente lógico.
Na verdade, os shankaracharyas não são jagat
guru, mas você é. Mas você disse que a história
era muito longa – ela é tão pequena, apenas
duas pessoas!’
O homem está em busca de ser alguém.
Ele não consegue se permitir simplesmente
ser ele mesmo.
Simplesmente ser ele mesmo significa ser ninguém.
Eu era professor numa universidade e próximo
ao meu quarto morava o chefe do Departamento de
Economia. E eu fiquei surpreso: ele era indiano,
mas seu nome era Doctor Gilbert Shaw. Esse é um
nome estranho porque na Índia... Gilbert Shaw?
Por fim, eu me apresentei a ele. E lhe
perguntei. ‘Eu tenho apenas uma indagação, e
é por isso que eu cheguei até você. Como você
veio a ter um nome tão estranho, Dr. Gilbert Shaw?’
Ele ficou sério. Mas eu lhe disse, ‘Você
terá que me contar. Caso contrário, eu virei
todo dia e vou espalhar por toda a universidade:
‘Perguntem como esse homem tornou-se Gilbert
Shaw.’ Então, simplesmente me conte.’
Ele ficou com medo e disse, ‘Não diga a
ninguém, pois eu estou aqui há dois anos e ninguém
me questionou isso. A verdade é que meu nome era
Gither Sahai, mas quando eu fui para Londres fazer
o meu doutorado, eu mudei para Gilbert Shaw. E
quando eu voltei... esse nome parece dar mais
prestígio. Apenas o nome parece impressionar mais
as pessoas – Gilbert Shaw. Gither Sahai...
existem tantos Gither Sahai.’ Gither era um dos
nomes de Krishna, e Sahai era a sua casta.
Vendo milhares de pessoas, eu vim a
conhecer essas mentes doentias. Até mesmo mudar o
nome, dando-lhe algum colorido para fazê-lo
parecer ocidental – como se ele fosse o filho de
George Bernard Shaw, ou pelo menos algum parente
distante.
As pessoas querem ser alguém. Mas é
devido ao medo. O medo é de que ninguém o conheça;
de que não faça qualquer diferença para o mundo
se você existir ou não. Ninguém se lembrará se
você esteve aqui ou não.
As pessoas não estão interessadas em
viver, mas em serem lembradas.
Qual a utilidade de ser lembrado quando você
já estiver morto?
‘Entendendo toda essa
jornada com os olhos abertos, eu estou sentado sob
o céu bebendo o doce esplendor, dia e noite. Osho,
parece não existir escuridão alguma, nenhum fim,
algumas vezes nem mesmo eu.’
Não existe escuridão.
A escuridão é apenas a falta de luz.
Os nossos olhos não são capazes, mas
existem animais, corujas, que podem ver na noite
– é o dia delas. Pela manhã chega a noite
delas, porque seus olhos são tão delicados que
elas não conseguem abri-los sob os quentes raios
de sol. Assim, durante todo o dia, elas estão na
escuridão e por toda a noite elas estão na luz.
A diferença entre escuridão e luz é apenas de
grau.
É igual à diferença entre o frio e o
calor; o mesmo termômetro pode lhe mostrar qual
é a temperatura. Está frio ou quente? A diferença
é apenas de graus. Sempre que você vir coisas
opostas, lembre-se que a diferença é apenas de
grau. Não há oposição em lugar algum. Nada é
contraditório.
E certamente não existe fim, porque não
existe começo algum. A Existência sempre esteve
aqui, ela está aqui, ela sempre estará aqui, e nós
somos parte dela. As formas podem mudar, mas a
realidade essencial permanece a mesma.
E você diz, ‘algumas vezes nem mesmo eu.’
O que está acontecendo algumas vezes, logo
se tornará um reconhecimento permanente de que
você não é. Somente a existência é.
Mas o primeiro vislumbre começou a chegar
para você. Você está certo, o círculo está
completo. Você está novamente tornando-se
inocente, cheio de deslumbramento. Esse é o
renascimento do qual Jesus costumava falar –
‘a não ser que você nasça novamente, nesta
mesma vida, você não alcançará o reino de
Deus.’
Antes que a morte chegue, todo mundo tem
que se tornar uma criança novamente. Então, não
haverá morte, então você morrerá
conscientemente, sabendo perfeitamente bem que
somente o corpo se tornou velho e sem utilidade e
será renovado.Você estará mudando de casa.
O único problema para alcançar novamente
a sua infância é que tudo aquilo que, devido à
confiança e ao medo, você aceitou da família,
da sociedade, da igreja, da escola – terá que
ser abandonado.
Isto precisa coragem.
Mas o que você abandonar não tem
significado e o que você vai ganhar é imenso em
sua verdade, em sua beleza, em sua alegria. E isto
vale a pena, abandonar tudo e tornar-se uma criança
inocente novamente.
Minha definição de sannyasin é: a luta
para tornar-se uma criança novamente.
Naturalmente, a segunda infância tem uma grande
diferença da primeira. A primeira infância era
ignorante e a segunda é inocente. O ponto de
demarcação é muito difícil, mas uma vez
compreendido, é simples.
A criança ignorante parece inocente, mas
logo ela perderá a sua ignorância. Ela terá que
se tornar instruída. Na medida em que ela cresce,
ela terá que alcançar todos os tipos de
conhecimentos, simplesmente para sobreviver na
sociedade.
A segunda infância chega depois que já
você tiver conhecido tudo e souber da futilidade
de todos esses conhecimentos e os tiver
abandonado. Isso não é ignorância – é apenas
um tipo de consciência totalmente diferente.
Isso é consciência.
Você não cairá novamente na armadilha de
ser bem informado. A primeira infância era
somente negativa, a segunda é alguma coisa
positiva.
Ignorância significa ausência de
conhecimento.
Inocência significa a presença do
deslumbramento.
Uma jovem vai se casar com um grego. Na
noite antes das bodas, sua mãe chamou-a num
canto. ‘Agora olhe’, disse a mãe para a
filha, ‘os gregos são um pouco estranhos. Se
alguma vez ele lhe disser para virar-se, eu quero
que você saia da cama, pegue suas roupas e volte
aqui para casa.’
Assim, eles se casaram e tudo foi bem nos
dois primeiros anos.
Então, numa noite, enquanto eles estavam
na cama, o homem disse para a mulher, ‘meu
docinho, vire-se agora.’
Ela ficou muito perturbada, saiu da cama,
pegou suas roupas e começou a fazer suas malas.
Quando ela estava pronta para partir, o perplexo
homem disse, ‘Querida, espere um minuto. Qual é
o problema?’
Enxugando suas lágrimas, ela disse,
‘minha mãe disse que vocês gregos são
estranhos e que se você me dissesse para
virar-me, eu deveria pegar minhas roupas, deixá-lo
e voltar para a casa dela.’
‘Mas, docinho,’ disse o homem, ‘você
não disse que queria se engravidar?’
OSHO – The Hidden Splendor - Cap. 1 –
Pergunta 1
Tradução:
Sw. Bodhi Champak
Copyright
©
2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos
os direitos reservados
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