Conexão Brasil                                      março de 2009
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Os Direitos Autorais do Osho 

 

      A questão dos Direitos Autorais do Osho costuma dividir as opiniões, chegando algumas pessoas a duvidar da necessidade de uma Fundação Osho para administrá-los.
      Alguns desses questionamentos têm justificativas razoáveis, que nos põem a pensar. Mas, na maioria das vezes são decorrentes da falta de informações ou de uma compreensão inexata ou parcial do assunto.
      Há também aquele grupo que entende que as palavras de Osho deveriam ser de livre uso como são as palavras de Jesus, o que, sob certo sentido, tem uma lógica.
      Ocorre que vivemos épocas e situações completamente diferentes.
      As palavras de Jesus foram preservadas pela Igreja, com o patrocínio do Império Romano de uma maneira muito controversa. Primeiro porque os próprios evangelistas viveram e escreveram dezenas de anos após Jesus ter sido crucificado, ou seja, as citações foram feitas a partir do que ouviram dizer através de transmissão oral. Em segundo lugar, porque hoje sabemos que existiram outros evangelhos considerados inadequados pela Igreja, existiram outras versões a respeito da vida e dos ensinamentos de Jesus, e tudo isso foi simplesmente condenado e perseguido. Pessoas foram mortas e bibliotecas foram incendiadas para calar outras possíveis interpretações além daquela patrocinada pelo Império e proclamada pela Igreja.
      Osho é atual. Os tempos e as situações são outras.
      Todas as palestras do Osho foram gravadas e os seus livros são transcrições dessas gravações. Não se pode atribuir a ele alguma afirmação que não foi dita. Por isso, sempre que alguém disser “eu estava em Puna e ouvi Osho dizer isso ou aquilo”, é bom perguntar em que livro foi publicada essa afirmação, qual capítulo e qual o n° da pergunta. Tudo está registrado.
      Os evangelhos fazem parte daquilo que chamamos de “sagradas escrituras”, um vasto material originalmente transmitido oralmente e que cada uma das diversas tradições reuniu em forma de grandes compêndios, como a Bíblia, os Vedas, o Alcorão, etc.
      Osho é diferente. Ele falou para nossos contemporâneos, tratou de assuntos do nosso dia-a-dia, respondeu perguntas das mais simples às mais complexas, e usou uma linguagem atual, com um conteúdo que é pura sabedoria, com uma forma poética e com um imenso poder transformador.
      No início de seu trabalho, Osho viajava por toda a Índia proferindo palestras para grandes multidões. Ele percebeu, então, que sempre tinha que recomeçar do bê-á-bá, pois cada vez falava para um público novo. Por isso, ele estabeleceu-se em Bombaim e começou as iniciações no sannyas. Dessa maneira foi possível manter mais próximo dele as pessoas que já tinham uma compreensão maior e ele pôde aprofundar o conteúdo de suas mensagens. O crescente número de pessoas que chegavam até ele tornou inviável a maneira como seu trabalho se desenvolvia em Bombaim. O passo seguinte foi mudar-se para Puna, onde foi comprada uma grande propriedade no Koregaon Park, uma área de chácaras num ambiente bucólico, com lindas mansões remanescentes da ocupação inglesa. Ali se estabeleceu a sua comuna e seu trabalho teve realmente condições de explodir. 
      É claro que para essa explosão acontecer, um mínimo de organização foi necessário. As construções tinham que ser administradas e orientadas; alguém teria que tomar conta da cozinha, alguém teria que cuidar da programação das atividades. Osho participava ativamente de todo esse processo, mas ele não poderia assumir essas funções administrativas e até mesmo burocráticas. Ele tinha que colocar atenção e orientar as práticas terapêuticas que estavam começando a ser um importante componente na vida da comuna. E, sobretudo, ainda havia as suas palestras, os satsangs, os darshans que constituíam o núcleo central de toda vida do ashram. E isso gerava a necessidade de um trabalho muito especial que era a gravação de suas falas, a transcrição em textos, a publicação em livros e a distribuição. 
      Em momentos variados foram criadas Academias, Institutos, Fundações, Centros e vários outros núcleos que cuidavam de um ou outro desses segmentos que todo o seu trabalho implicava.
      Osho criou a Osho International Foundation para dar suporte a todo o seu trabalho, e para tanto lhe cedeu os direitos autorais de toda a sua obra.
      Uma das recomendações mais insistentes de Osho foi no sentido de que o seu trabalho fosse expandido por todo o mundo, enfatizava que tudo fosse preservado em sua essência, sem distorções, e, mais ultimamente, ele manifestou que gostaria de ver a sua comuna transformada num grande clube de meditação.
      Antes de deixar o corpo, Osho criou o Circulo Interno, um grupo de discípulos encarregados de dar continuidade a todo esse trabalho: a administração da comuna e sua progressiva transformação num Resort, a difusão de seu trabalho através de publicações de seus livros, vídeos e CDs em toda parte do mundo, a coordenação dos seus Centros e Institutos espalhados pelo mundo, entre outras atribuições.
      Especificamente com relação à publicação dos livros, pensava-se no início, que os próprios sannyasins poderiam montar pequenas editoras e cuidarem da distribuição. Uma das sua citações que transcrevemos abaixo é dessa época em que o próprio Osho fez essa sugestão. A prática mostrou, porém, que esse caminho era extremamente ineficiente. Num segundo momento pensou-se em ceder os direitos autorais às editoras, sem cobrança de royalties, (também mencionado em outra das citações abaixo) desde que elas divulgassem o trabalho do Osho, dos seus Centros, dos livros publicados, etc. O resultado disso foi um tremendo caos, pois já não se sabia mais a quem fora dada a autorização para publicar este ou aquele livro. E muitas editoras nem faziam mais a divulgação prometida. 
      Levou um tempo até se chegar à conclusão de que algo mais amplo e profissional deveria ser feito. Foi preciso um esforço para se conhecer melhor como funcionava o grande mercado de livros ao redor do mundo e encontrar os meios para que Osho entrasse nesse mercado. 
      As grandes editoras dominam as principais redes de distribuição em todos os países e são elas que determinam os livros que são destacados como lançamentos nas livrarias espalhadas pelos paises. Era preciso chegar até os grandes livreiros.
      Foi quando se criou a Osho International com sede em Nova York que é a grande capital editorial do mundo, por onde todos os grandes editores passam antes de definir quais livros irão publicar no ano seguinte. 
      É claro que se não existissem direitos autorais, que garantissem exclusividade de publicação para uma editora, ela não iria investir na publicação e distribuição de um livro que pudesse ser pirateado sem restrições. O mesmo acontece com os vídeos e com os CDs. É uma lei do mercado. É assim que as coisas acontecem no mundo.
      Em função disso, uma das primeiras grandes tarefas da Osho International foi retomar as rédeas de todo o processo de publicações de livros do Osho no mundo, determinando a assinatura de novos contratos para regularizar a situação de muitos editores. Em seguida, buscou-se adotar alternativas para colocar os livros do Osho sob os holofotes das grandes editoras em todo o mundo.
      Em nosso boletim n° 38, de junho de 2006, publicamos uma extensa matéria com todos os detalhes relativos à explosão de vendas de livros do Osho no mundo após os procedimentos adotados pela Osho International com esse objetivo. É uma matéria interessante para quem quiser aprofundar-se mais no assunto. Para acessar, clique no seguinte endereço: www.oshobrasil.com.br/conexaovariedades38.htm

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Osho fala sobre: 
      - a Fundação Osho Internacional, 
      - organização e organismo, 
      - direitos autorais e marca registrada 
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a utilização dos royalties de seus livros.

 

      Enquanto Osho proferia suas palestras, transcorria todo esse processo permanente de construção e reconstrução das bases de funcionamento de sua comuna. Academias, Fundações e Institutos eram criados, modificados, substituídos. Em diversas ocasiões ele se referiu a esse assunto. No início ele usou a palavra organização. Mais tarde ele refutou esse nome e adotou o nome organismo, de fato muito mais apropriado. Houve momento em que ele cogitou mudar o nome da Fundação para Amigos simplesmente. 
      Os trechos que apresentamos abaixo, extraídos de algumas de suas palestras, nos mostram como ele se fazia presente na criação desses órgãos e como ele orientava e definia a atribuição de cada um.

      Mais especificamente no Texto do Mês que publicamos nesta edição, Osho fala com muito mais detalhes as razões para a criação dessa estrutura ao redor de seu trabalho.

      Um detalhe merece a nossa atenção. É a maneira típica do Osho responder a certas perguntas. Quando alguém formulava uma pergunta a partir de seu próprio coração, com uma vontade sincera e humilde de querer ouvir uma explicação ou uma orientação, ele amorosamente respondia com toda riqueza de detalhes que o assunto merecia.
Mas, quando alguém formulava uma pergunta apenas para provocá-lo ou para colocar em dúvida uma orientação que ele próprio havia dado, ele era curto e grosso e respondia lacônica e secamente. É o caso dessa primeira pergunta que citamos na seqüência abaixo:

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    Querido Osho, 
    Organizações sempre me assustaram porque eu sinto que existe nelas uma maldade embutida, talvez um mal necessário. A Fundação Osho Internacional é uma organização e ela tem toda possibilidade de se tornar uma organização muito poderosa. Você poderia me dizer por que a Fundação é necessária?

    “Sim, porque o mal é necessário.”

 OSHO - The Path of Love – cap. 6 question 3

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    “Eu estou lutando contra todo tipo de institucionalização, organização. Eu quero uma coisa totalmente diferente. Eu chamo isso de organismo, não organização.
    Organização é algo externo e organismo é algo interno. Organização não tem centro algum, só apenas periferia. Uma máquina é organizada. Você coloca diferentes partes juntas numa certa ordem, mas a máquina não tem alma, nem centro. Ela funciona, ela trabalha, mas não há um alguém dentro dela. Uma máquina é uma organização de partes reunidas numa certa ordem para funcionar de uma determinada maneira. (...)
    Um organismo é algo como o seu corpo. Ele funciona junto, mas cada órgão de seu corpo tem sua própria individualidade, e não existe alguém que esteja governando isso.
(...)
    O organismo funciona numa unidade, sem que alguém force essa unidade. E existe um centro mais interno – a alma – que simplesmente fornece a energia para o todo.
    Eu sou contra organização. Ela tem uma hierarquia que vai do mais baixo ao mais alto numa linha vertical. O organismo é um círculo, não uma linha vertical, sem hierarquia. Ninguém é superior aos demais. E o círculo tem um centro que é a fonte de energia para todos, para todos os órgãos que fazem o círculo. 
    Toda coisa viva é um organismo. Toda coisa morta é uma organização. Eu gostaria que meu povo fosse um organismo. E eles estão mudando, pouco a pouco. Isso é natural, porque eles vieram do mundo... Eles têm carregado consigo milhares de anos de condicionamentos. Isso leva tempo para eles abandonarem, mas estão abandonando...
    Eu estou dando uma alternativa para tudo.. A organização tem que ser substituída por um organismo. A comuna tem que ser um organismo. Eu estou trabalhando nesse sentido e está acontecendo. Vai levar algum tempo para as pessoas começarem a perceber que algo estranho está acontecendo: que elas estão funcionando em harmonia, que elas estão sentindo responsabilidade. Ninguém está lhe atribuindo responsabilidade, ninguém as condenará por não serem responsáveis. Mas, de repente, elas sentirão como a vida é mais alegre, mais amorosa e como desapareceram todas as misérias, tristezas e escuridão.”

OSHO - The Last Testament – vol. 2 - Cap. 19

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    “Aqui, nesta comuna, ninguém é governante e ninguém é governado. Esse é todo o sentido de criar esta comuna e outras ao redor do mundo, onde as pessoas podem viver como indivíduos, sem divisão de classes de governantes e governados. (...)
    Lembre-se, aqui não há líder algum, nem liderados; nem governantes, nem governados.
    Mesmo as pessoas que são presidentes da Fundação, da Comuna, da Corporação de Investimentos e de outras pessoas jurídicas, não são diferentes de vocês. Eles não têm qualquer poder especial a mais que vocês.
    Eles não são governantes. Eles são servidores da comuna. Eles se colocaram numa posição humilde – porque eles têm a capacidade, a generosidade e o amor para com a comuna – de estarem prontos para serem servidores da comuna.
    E é belo servir com amor.

 OSHO - From Bondage to Freedom – cap. 5 question 2

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    Querido Osho, 
    A comuna não existe mais, ou melhor, cada sannyasin é a comuna. Mas, e as instituições como Academia, Fundação que cuidam da publicação e da distribuição de suas palavras? Elas ainda têm uma função? E como elas podem funcionar?

    "Elas ainda têm uma função – e elas continuarão a funcionar – mas não é uma função ditatorial. A função delas é servir a todo o mundo de sannyasins e às pessoas que me amam. A função delas não é governar você, mas servi-lo.
    E elas não são organizações, elas são apenas institutos. E a função delas se torna mais importante agora, por causa de todos esses idiomas em que os livros estão sendo traduzidos, tem que ver se eles não estão traduzidos erroneamente – se a tradução está correta e se não está prejudicando o espírito da mensagem.
    Cuidar de todos os idiomas é um grande trabalho – nós precisamos de um instituto de publicação para checar tudo antes de ser publicado.
    Exatamente ontem, uma coreana esteve aqui e nos informou que mais de trinta dos meus livros foram traduzidos para o coreano e milhares de exemplares estão à venda em todas as livrarias do o país. Nós temos que cuidar dessas coisas. Existem paises que não são membros da Convenção de Bern: eles não consideram os direitos autorais. A Coréia é um desses que não consideram os direitos autorais, de modo que eles podem traduzir e publicar qualquer livro. 
    Mas nós podemos, pelo menos, dar uma olhada se a tradução está sendo feita corretamente, se a pessoa que está fazendo a tradução me compreende. Não se trata apenas de uma questão de direitos autorais, a questão é que eu não devo ser apresentado de uma maneira errada – o que é possível, pois, se eles estão ganhando dinheiro, porque irão cuidar se a tradução está certa ou errada?
    Nós nem mesmo estamos sabendo: isso pode estar acontecendo em outros paises. Existem muitos paises que não assinaram a convenção de direitos autorais. Mas nós podemos ajudá-los, sugerindo, ‘Nós não queremos qualquer dinheiro seu, qualquer royalty, mas nós gostaríamos que todo livro fosse apresentado corretamente, sem qualquer distorção. Em muitos países nós teremos que fazer as publicações com nossas próprias mãos.”

OSHO - Light on the Path – Cap. 28 – question 4

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    "Quando eu estava na prisão, pediram-me para escrever meu nome, mas ao invés de meu nome, deveria escrever David Washington. Eu disse ‘Eu não entendo. Esse não é o meu nome. Você está me forçando a um ato ilegal. Você acha que eu sou um idiota? Eu assino David Washington e amanhã você me envenena e o mundo não terá vestígios de onde eu desapareci’. (...)
    ...Então ele escreveu o meu nome, como sendo David Washington, e eu assinei o meu nome. Ele olhou, mas a minha assinatura é de tal maneira que mesmo quem conhece o hindi não consegue compreender. Ele disse, ‘O que é isso?’
    Eu disse, ‘Deve ser David Washington. Se meu nome é David Washington, isso deve ser David Washington’. Eu disse, ‘Eu quero deixar isso claro: a minha assinatura é conhecida mundialmente. Não tente ser esperto e ardiloso. Se algo acontecer comigo você vai ser pego por duas razões: o meu nome está escrito com a sua mão e a minha assinatura é muito conhecida. Não é algo pessoal, ela é marca registrada em quase todos os paises. Todo mundo conhece minha assinatura e sabe o que isso significa’."

OSHO - The Great Pilgrimage: From Here to Here - Cap. 12 – question 1

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    “Há poucos dias, Anando estava mostrando-me um livro publicado contra mim na Austrália, por um casal que tinha sido sannyasins por três anos e estiveram na comuna. Mas, olhando suas idéias, parecia que eles nunca me viram. Eles estão dizendo que estiveram trabalhando arduamente e que com o trabalho deles eu estava comprando Rolls-Royces. Vocês conseguem ver o absurdo? O trabalho deles não estava gerando nenhum dinheiro. As pessoas estiveram trabalhando na construção das próprias casas, para morarem nelas, das estradas – e para essas coisas consumia-se dinheiro, não se produzia dinheiro. Mas a cabeça deles – durante todos aqueles três anos – esteve cheia de ressentimentos. 
    Aqueles Rolls-Royces não foram produzidos pela comuna. Foram presentes que vieram de fora, de todo o mundo. E eu não me tornei proprietário deles – eu dei todos eles para a comuna. Eles eram propriedade da comuna, e eu não trouxe nenhum deles comigo, eu os deixei com a comuna. Tudo que eu tinha, eu deixei com a comuna. Eu nunca possuí coisa alguma. Mas eles devem ter ficado com a idéia de que  estavam ganhando dinheiro e eu estava gastando.
Esse é o ressentimento deles.
    Que dinheiro vocês estavam ganhando? Na verdade, vocês precisavam de dinheiro para construir as casas, para fazer as estradas, para construir a represa. Uma represa precisou de dois milhões e meio de dólares para ser construída. Vocês estiveram contribuindo com o trabalho, mas não estávamos criando dinheiro com ele, de modo que eu pudesse comprar Rolls-Royce ou qualquer outra coisa. A comuna estava absorvendo dinheiro. Na verdade todo o lucro com os meus royalties, com os meus livros estavam indo para a comuna. Agora, quatrocentos livros em diferentes idiomas estão trazendo milhões de dólares em royalties, e esses royalties estão indo para a comuna.

 

OSHO - Beyond Psychology – Cap. 24 – question 1

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