Conexão Brasil                                                       fevereiro de 2005
 

                

O Festival Vida & Arte, em Fortaleza   

 

 

 

          Foi incrível o Festival Vida e Arte que aconteceu em Fortaleza entre os dias 19 e 24 de janeiro de 2005. É muito difícil descrevê-lo pois, na verdade, foram vários festivais em um mesmo tempo e lugar. Foi uma celebração e exaltação da cultura e arte popular com apresentação de 3.300 artistas envolvidos em 900 atrações. Durante cinco dias podia-se escolher entre arte digital, artes plásticas, arte popular, artesanato, beleza e estética, dança, fotografia, gastronomia, holística, infanto, jovem e entretenimento, literatura, moda, música, teatro e humor. No total, eram 16 núcleos que compunham o Festival. Entre as atrações nacionais, destacavam-se Fernanda Montenegro, Maria Betânia, Alcione, Zeca Pagodinho, Marcelo D2, Fernanda Torres, Intrépida Trupe, Cidade Negra, Barão Vermelho, Hermeto Pascoal, Velha Guarda da Portela, Jota Quest e muitos outros. 
          Num mesmo horário podíamos atravessar vários salões do Centro de Convenções e em cada um deles encontraríamos um grupo carioca de dança contemporânea, ou um grupo folclórico do Maranhão, ou um grupo circense ou um espaço improvisado de dança com música techno, ou um grupo de skatistas fazendo malabarismos, um desfile de modas, aulas de culinária ou de costura ou de estética facial. Para se ter uma idéia, ao iniciar-se o Festival, no dia 19, estavam sendo oferecidas ao público num mesmo horário (às 14 horas), nada menos que 49 opções de atividades. As atividades se prolongavam pela madrugada do dia seguinte. Em algumas horas era muito difícil a movimentação no meio da multidão que se fez presente nos 5 dias do Festival.


          A Holística foi um dos núcleos do Festival Vida e Arte e ocupava um espaço mais reservado e mais calmo dentro do Centro de Convenções de Fortaleza. Ao entrarmos nesse espaço, éramos recebidos por uma linda estátua de Buda, bem nos moldes de Puna. Numa das 

laterais estava a loja com livros, CDs e vídeos do Osho, entre outros produtos, e também uma uma sala para exibição de vídeos. No outro lado havia um pequeno auditório para palestras, e as salas de atendimento, com espaço para até 12 sessões simultâneas. No centro, um grande e belo salão oval, cercado e coberto por um tecido branco. No palco uma grande foto com os olhos de Osho a observar as celebrações e o silêncio das meditações. Quando as luzes do teto se apagavam, uma iluminação indireta de cor amarela brotava por trás dos tecidos e ajudava a criar um clima mágico.

Nesse salão eram oferecidas as meditações do Osho, várias vivências conduzidas por sannyasins e celebrações ao som do Milarepa e sua banda One Sky, com a participação especial do Nivedano na bateria.

          Cerca de 60 sannyasins de Fortaleza e de várias partes do Brasil participaram do Festival oferecendo sessões individuais, palestras e vivências. Foi criado um clima de verdadeiro Festival Sânias. Muita alegria e meditação atraindo um grande público interessado em saber quem é Osho e qual a sua mensagem. Antigos sannyasins bastante conhecidos estiveram presentes: Prashanto, Homa e Mukto, Ramyata, Bodhigita, Setu e Keli, Ashara, Juhi, Sikhar, Abheeru, Shubaa, Nisandeh, Premesh, Champak, entre outros.         
          A emoção de estar presente e participar do Festival não é fácil de ser traduzida em palavras. 

  
Milarepa e a banda One Sky

Ainda bem que o Ashara conseguiu fazer essa tradução. Ele nos enviou um texto muito revelador do que foi essa experiência. O seu texto está transcrito ao final desta matéria.  

          O destaque maior e o nosso especial reconhecimento fica mesmo para a idealizadora e coordenadora de todo esse evento: a Ma Dhyan Danai. Ela é a proprietária e diretora do jornal O Povo que promoveu o Festival Vida e Arte. Anteriormente o Festival já havia acontecido em 2003. Danai nos surpreendeu sob vários aspectos. Primeiro pela iniciativa de promover num só tempo e lugar essa reunião de tantos talentos criadores de cultura e arte popular. Difícil de se encontrar na iniciativa privada um apoio e incentivo tão significativo à manifestação cultural de raiz popular. Ela também nos surpreendeu por situar o núcleo de Holística como o coração do Festival, propiciando ao público um momento de parada para se conhecer melhor. Talvez para muitas pessoas tenha sido, pela primeira vez, uma oportunidade para se "voltarem para dentro". Para aqueles que já vêm percorrendo esse caminho, a experiência de meditar com música ao vivo foi extasiante. E foi uma bênção, o reencontro com velhos companheiros de viagem. O valor dessas experiências não se mede. Mas a surpresa maior foi conhecer pessoalmente a Danai. Confesso que fiquei atordoado quando aquela moça cheia de energia e simplicidade chegou se apresentando: "Você é o Champak? Eu sou a Danai." Parei e pensei: "Danai?". Ela, como que lendo meu pensamento, acrescentou: "É, eu sou a responsável por tudo isto aqui." (!!??) Foi um choque para mim que esperava uma senhora séria e compenetrada, com um estilo mais executivo, com trajes sóbrios e uma pasta cheia de papeladas. Ao contrário, Danai mais parecia a sannyasin que de fato é, cheia de alegria e entusiasmo pela vida. Alguém para se admirar, respeitar e agradecer. Alguém que ajuda a fazer este mundo melhor. Obrigado.

          Um agradecimento muito especial também à Fatah e à Sarasai pela difícil tarefa de coordenar e organizar toda a programação do Núcleo de Holística do Festival. Desde muitos meses antes do evento elas já vinham se desdobrando para que a programação pudesse acontecer com tanta harmonia como pudemos comprovar diariamente. Só com muita dedicação, amor e competência elas poderiam alcançar tanto êxito. Parabéns. 

          Um destaque para Homa e Mukto pela grande força que também deram na organização e programação do Núcleo de Holística.

          Quem esteve em Fortaleza sabe que Festival foi infinitamente maior que a nossa narrativa acima. Ainda bem que o Ashara nos enviou as suas impressões, a seguir transcritas. Para quem não esteve lá, fica aqui o convite antecipado para não perder a próxima edição do Festival Vida e Arte de Fortaleza que deverá acontecer daqui a dois anos.

                                                      Até lá, 
                                                                             Champak

 

Para encerrar esta matéria, eis os comentários do Ashara:

Minhas impressões sobre o Festival Vida e Arte:

 

      O que eu poderia dizer de algo tão grandioso e tão tocante, ao mesmo tempo tão simples e tão sincero. Os cinco dias do Festival Vida e Arte de Fortaleza pareceram um, ou menos disso, talvez algumas horas. Eu só havia vivido essa intensidade na Osho Comuna, em Puna. Mais uma vez o nosso Mestre Osho provou ter razão quando diz que onde quer que os saniasins e amigos se reúnam para meditar eu estarei presente. E ele estava, não somente nos dois imensos olhos que colocamos no salão principal de meditação e vivência, como com a sua energia presente em tudo. Depois de uma vivência que eu dei da Meditação Vipassana, uma saniasin que havia se afastado do mundo do Osho há algum tempo chorou comovidamente e compartilhou o sentimento, o amor e a presença do Mestre e um "arrependimento" de parecer ter perdido algo. Eu lhe falei que ela não perdeu nada, pois tudo estava ali naquele momento de choro e de entrega. Compartilhei também a Respiração dos Chakras com depoimentos lindos e tocantes de experiências de pessoas fazendo pela primeira vez a meditação. Dei uma palestra sobre os sete chakras e os sete corpos sutis, com vivência que foi também muito lindo.

      Agora o mais tocante, pra mim, de tudo o que experimentei foi ter voltado a tocar com a mesma banda que tocava em frente ao Osho, sob a maestria do Mestre. Tocar com Milarepa, Nivedano, Cheetan e tantos outros... Lembrar e reviver aqueles momentos em Puna foi algo inexprimível. Ao subir no palco pela primeira vez aqui no Festival, tive a nítida sensação que estava subindo no mesmo palco do BuddaHall na Comuna. Como se algo me tocasse naquele momento e me acompanhasse até a última hora do Festival.

      Muito mais pode ser dito e espero que cada um que experimentou o Festival escreva contando a sua experiência, mas ainda gostaria de dizer uma coisa: Senti dentro de mim novamente surgir um sentimento de totalidade com relação ao Osho e ao seu trabalho. Senti meu coração pulsar em sintonia com o de centenas de outros corações que experimentavam o mesmo sentimento, o de amor: amor pelo Osho, amor por todos aqueles seres lindos e especiais que dançavam juntos, amor por mim mesmo... Simplesmente amor!

      Não tinha outra vontade se não a de curvar-me diante dessa Presença que permeava tudo... E o fiz por várias vezes. E aqui me curvo novamente diante de todos os que de alguma forma deram vida a esse Festival e finalmente me curvo diante dessa Presença maravilhosa que um dia resolvemos chamar Osho.

      Obrigado Amado Mestre

 


Milarepa sob o olhar de Osho             

 

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