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Conexão
Brasil
setembro
de 2008
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Seja
um observador silencioso e relaxado
Querido Osho,
Você arrebatou o meu coração e agora é tarde
demais. Eu estou curtindo tanto a solitude e a preguiça que
às vezes eu penso que algo deve estar errado comigo.
Eu sinto que estou no começo de uma nova jornada e
existe uma questão que não pára de vir à tona: qual a
diferença entre ser um observador e o sentimento de ‘eu não
sou isto’?
“Prem
Anugraho, não é verdade que eu arrebatei o seu coração.
Você o deu para mim. Se eu o tivesse arrebatado, não seria
tarde demais; mas como você o deu para mim, então, com
certeza, é tarde demais!
O
mestre nada arrebata do discípulo. O discípulo dá tudo,
incluindo a si próprio. O mestre lhe dá uma oportunidade
para dar. E é uma alegria e uma delícia dar o seu coração.
Nada consegue ser mais precioso, um presente, e não existe
outra maneira para demonstrar a sua gratidão.
Mas,
qualquer que seja o caso, o seu coração já se foi!
E
você está dizendo, ‘Eu estou curtindo tanto a solitude e
a preguiça que às vezes penso que algo deve estar errado
comigo.’ E está.
Curtir
a solitude é absolutamente correto, mas curtir a preguiça
não é certo. Preguiça é um estado negativo. A pessoa
deve estar com a energia transbordante. Deve se sentir tranqüila,
mas não com preguiça. Deve se sentir relaxada, mas não
preguiçosa.
Preguiça
e tranqüilidade parecem tão semelhantes que é muito fácil
confundir o que é uma e o que é outra. Se você está
curtindo a sua solitude, isso não pode ser preguiça,
porque a preguiça sempre traz uma certa sensação de
culpa, um certo sentimento de que ‘eu estou fazendo alguma
coisa que não deveria estar fazendo,’ que ‘eu não
estou sendo um participante na existência.’ Preguiça
significa que você desistiu da criatividade do universo –
você se afastou, enquanto o universo continua criando, dia
após dia.
Você
está confundindo preguiça com tranqüilidade.
Todo
o meu ensinamento é: faça tudo com absoluto relaxamento,
com tranqüilidade. Se você está fazendo algo ou não, não
é a questão. Você deve estar transbordando energia, mesmo
quando você não estiver fazendo coisa alguma. Estas árvores
não estão fazendo coisa alguma, mas elas estão
transbordando energia. Você pode ver isso em suas flores,
em suas cores, em seu verdor, em seu frescor, em sua
absoluta beleza nua sob a luz do sol, e na noite escura sob
as estrelas.
Na
vida não há tensão em lugar algum, exceto na mente
humana. Levar a vida com facilidade, sem qualquer tensão,
sem qualquer pressa – isso não é preguiça, isso é
tranqüilidade.
Eu
me lembro de um erudito de Bengala, muito instruído. Seu
nome era Ishwar Chandra Vidyasagar. Ele ia ser agraciado com
a mais alta condecoração que o Império Britânico
concedia na Índia, devido à sua erudição.
Mas
ele costumava viver de uma maneira muito simples e seus
amigos o pressionaram – ‘Assim, você não terá uma boa
aparência no Parlamento, diante do Vice-Rei, diante de
todos os parlamentares e dos outros dignatários. Nós
faremos uma bela roupa para você, nós lhe traremos bons
sapatos.’ Ele ficou relutante, mas eles eram insistentes
e, finalmente, ele concordou.
Mas
havia uma intranqüilidade em sua mente, em seu coração, não
havia uma aceitação total. Mudar o estilo de vida só
porque iria receber um prêmio das mãos do Vice-Rei, para
ele parecia ser como uma condescendência. Era contra o seu
amor próprio.
O
acontecimento seria no dia seguinte, e ele estava caminhando
na praia com a mente perturbada: seguiria o conselho de seus
amigos ou iria simplesmente do jeito que sempre viveu?
E,
naquele exato momento, ele viu um homem que vinha correndo.
E ali, na sua frente, um muçulmano muito rico também
estava caminhando na praia – o homem disse ao muçulmano
rico... E Vidyasagar ouviu, pois estava apenas a quatro
passos atrás. O homem disse, ‘O que você está fazendo
aqui? O seu palácio está pegando fogo.’
O
homem rico disse, ‘OK,’ e continuou caminhando com a
mesma tranqüilidade, como se nada tivesse ocorrido.
O
homem que trouxe a notícia disse, ‘Você ouviu ou não? O
seu palácio está em chamas, tudo está queimando e parece
não haver jeito de salvar coisa alguma.’
Ele
disse, ‘Eu ouvi. Agora, você vá e faça o que for possível
fazer. Primeiro eu tenho que terminar a minha caminhada, em
seguida eu irei para lá.’
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Vidyasagar
não conseguia acreditar naquilo. A sua casa estava toda em
chamas – e ele tinha o mais belo palácio, rico e cheio de
antiguidades. Ele era apaixonado por pinturas e estátuas e seu
palácio era quase como um museu. As pessoas costumavam ir até
lá para visitar. E havia tantos tesouros artísticos para serem
vistos que, apenas para dar uma volta em seu palácio,
demoravam-se horas. Tudo estava em chamas e o homem dizia que
primeiro iria terminar a sua caminhada.
E
ele continuou no mesmo ritmo. Não havia qualquer pressa, nem
tensão. Vidyasagar não conseguia acreditar em seus próprios
olhos, e um pensamento surgiu: ‘Aqui está um homem que sabe
como viver em completa tranqüilidade. Tudo o que acontecer no
mundo não irá mudá-lo nem um pouco. E aqui estou eu – só
por um prêmio do Vice-Rei, eu vou mudar todo o meu estilo de
vida. Eles vão cortar e dar um formato aos meus cabelos, cortarão
e darão um formato à minha barba, e eu concordei! Não, eu vou
ser simplesmente eu mesmo.’
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E
ele agradeceu ao homem rico. ‘Você me salvou.’ O homem rico
lhe disse, ‘Eu não entendo – como eu o salvei?’
Vidyasagar explicou, ‘Eu ia mudar toda a minha roupa,
raspar a minha barba e cortar o meu cabelo, apenas para ser
respeitável, para parecer rico, apenas para receber um prêmio.
E a sua casa – eu fui muitas vezes ao seu palácio. A coleção
de toda a sua vida, com grandes pinturas e outras peças de arte
estão em chamas, e você nem se perturbou.
‘É
por isto que eu digo que você me salvou: Amanhã eu irei
exatamente do jeito que eu sou. Você me ensinou a maior lição
da minha vida: que a pessoa pode fazer tudo tranqüilamente, é
preciso apenas uma certa aceitação de que tudo o que está
acontecendo está acontecendo e os que as pessoas podem fazer,
elas estão fazendo. O que mais eu posso fazer?’
O
homem completou a sua caminhada e depois seguiu em direção à
sua casa, sem alterar o ritmo. Vidyasagar seguiu o homem só
para ver o que mais aconteceria. Havia uma grande multidão e
quase tudo já estava queimado. Todos os esforços foram em vão.
O
homem rico também parou ali junto com a multidão, de pé como
os outros estavam. Os outros estavam tensos, com grande
ansiedade, com muita pressa – o que fazer? Como salvar? – e
ele estava ali parado, apenas como uma testemunha, como se fosse
a casa de uma outra pessoa, como se fosse a coleção de arte de
uma outra pessoa que estivesse queimando.
Isso
não é preguiça. Isto é um tremendo centramento do ser, é
estar firme e enraizado de tal maneira que consegue levar tudo
com tranqüilidade.
Não
é preciso pensar que ‘algo deve estar errado comigo.’
Apenas substitua a palavra ‘preguiça’ e tudo mais está
certo com você.
As
palavras significam muito. Eu fiquei sabendo, há dois dias, que
na União Soviética existem muitos países muçulmanos... E a
religião foi banida pelo partido comunista. A cada criança é
ensinado o ateismo desde pequenina. Com isso, os muçulmanos têm
tido um problema. O que fazer?
O
mês do Ramadã está chegando, é o período em que, por trinta
dias, eles jejuam durante o dia e comem à noite. Fazer isso
seria uma indicação clara de que você está agindo contra o
governo, de que você ainda está seguindo uma religião. Então,
eles simplesmente mudaram o nome; eles chamam de ‘mês da
dieta’ e agora eles não têm problemas. Fazer dieta não é
problema. Jejuar é proibido.
Um
muçulmano, de acordo com sua religião, deve orar cinco vezes
por dia. E essa oração é feita de um modo que parece um exercício:
ele se curva ao chão, se levanta, curva ao chão, toca a terra,
se levanta novamente, enquanto internamente ele está recitando
o seu mantra. Agora eles continuam fazendo isso, mas eles chamam
de ‘exercício’. Isso mantém seu corpo e sua mente em boa
forma – quanto à alma você nada pode falar, apenas o corpo e
a mente. Na União Soviética a alma não existe, ela é contra
a política do governo, mas ninguém pode impedi-lo de fazer
exercícios. Mesmo quando você faz cinco vezes por dia, isso não
é um ato criminoso, isso não é uma religião. E é bom para o
corpo e para a mente.
Apenas
substituindo as palavras... E você verá que cada palavra traz
uma certa conotação com ela. Preguiça tem uma conotação
condenatória muito negativa. Mas estar tranqüilo é um fenômeno
bonito – relaxado, à vontade, centrado, sem qualquer tensão
e sem qualquer angústia. Apenas por causa daquela palavra
‘preguiça’, surgiu em você a idéia: ‘algo deve estar
errado comigo’. Nada está errado com você.
‘Eu
sinto que estou no começo de uma nova jornada e existe uma
questão que não pára de vir à tona: qual a diferença entre
ser um observador e o sentimento de ‘eu não sou isto’?’
A
diferença é grande, mas muito sutil. Quando você diz, ‘eu não
sou isto,’ naquele momento você não é um observador.
Existem duas alternativas: ‘Eu sou isto’ – um pensamento
passa na sua cabeça e você diz, ‘Eu sou isto,’ Isto é um
pensamento. Ou você diz, ‘Eu não sou isto.’ Isto também
é um pensamento. Apenas porque é uma negação, não faz
qualquer diferença.
Mas
existe um observador por trás de ambos: ‘Eu sou isto’...
‘Eu não sou isto’... Ambos são observados por uma consciência
que está além.
O
observador é simplesmente um espelho.
Ele
não diz coisa alguma, ele apenas reflete.
O
observador não conhece língua alguma, não conhece conceito
algum. Ele é pura consciência, ele está apenas vendo.
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Simplesmente
pense em um bebê que acaba de nascer; ele também verá a luz
no quarto, as belas cores das paredes. Ele também verá o médico,
as enfermeiras, o pai, mas ele não consegue dizer, ‘Isto é
luz, esta é uma cor bonita; esta é vermelha e aquela é verde,
este é o médico, esta é a enfermeira, este é meu pai.’ Mas
ele está vendo tudo. Ele é puramente um observador.
Mas
ele não consegue nomear coisa alguma, ele não consegue
verbalizar. Como ele poderia dizer ‘Isto é vermelho’? Ele
nunca soube disso antes e ninguém lhe disse que essa cor é
vermelha. Como ele pode pensar que isto é luz? Ele nada sabe a
respeito de luz e escuridão. E como ele pode fazer a distinção
entre o médico e o pai, e entre um homem e uma mulher? Essas
diferenças têm que ser aprendidas.
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Mas
os seus olhos estão abertos, e ele tem os olhos mais frescos,
como jamais terá em toda a sua vida, a melhor clareza. Eles são
apenas espelhos, refletindo tudo o que está ao redor. Não há
palavra alguma, nenhuma explicação, nenhuma linguagem, nenhuma
mente.
A
situação do observador é a mesma. Você novamente se tornar
uma criança recém nascida.
No
centro mais interno de seu ser, você sempre é um observador.
Assim,
você pode dizer, ‘Eu não sou isto’ – e terá perdido o
observador. Você voltou de novo para a mente. Só a mente fala
dentro de você.
Exceto
a mente, nada fala dentro de você.
O
seu coração não fala, o seu ser não fala. Só a mente fala.
O seu coração sente, o seu ser sabe, mas nada há para ser
dito.
Mas
Anugraho, as questões continuarão vindo. Na mente, as questões
surgem assim como as novas folhas brotam nas árvores. Uma questão
desaparece, uma outra questão se levanta. A mente é uma fábrica
que produz questões.
Se
nenhuma questão surgir, então a questão será, ‘O que está
acontecendo? Nenhuma pergunta está surgindo, algo deve estar
errado.’
Você
tem que estar consciente de que a mente é a questão. A forma
que ela toma é imaterial. E se você continuar seguindo atrás
da questão, irá se mover no caminho da filosofia. Você
encontrará respostas, e cada resposta trará mais dez novas
questões. E isso continuará se espalhando. A mente filosófica
nunca chega a alguma conclusão. Toda a sua vida ela pensa –
questão após questão – e a todo tempo ela encontra alguma
resposta. Mas no momento em que uma resposta surge, ela traz
mais questões com ela. Não existe fim algum para os
questionamentos.
Este
é o ponto onde a filosofia e o misticismo autêntico tomam
caminhos separados. A filosofia continua depois das perguntas e
respostas e nunca alcança conclusão alguma. O misticismo
simplesmente abandona a mente - porque ela nada mais é que um
mecanismo para criar questões - e se move em direção ao silêncio.
E a coisa mais incrível na vida é que então, quando não
existem perguntas, você encontra a resposta.
Podem
existir milhares de perguntas, mas existe uma só resposta, e
essa resposta é a sua consciência. Ela não existe em forma de
uma resposta, ela existe em forma de uma experiência: de
repente, um grande silêncio desce sobre você. Tudo se torna
calmo e quieto. E sem qualquer palavra, sem qualquer
conhecimento, existe o conhecer. Conhecer que você chegou em
casa, que agora não existe lugar algum para ir.
E
se você olhar para a história da humanidade... Desde o homem
mais primitivo, as mesmas questões têm sido perguntadas. As
respostas têm se tornado mais e mais sofisticadas, mas nenhuma
resposta destrói a questão. A questão tem uma imensa
capacidade de sobreviver a todas as respostas: ela volta
novamente com um novo formato.
Você pergunta quem criou o mundo. As suas religiões
organizadas dizem que Deus criou o mundo e a mente pergunta, de
imediato, quem criou Deus – a resposta é anulada.
E
se alguém disser, ‘O deus número um criou o universo, o deus
número dois criou o deus número um, o deus número três criou
o deus número dois’... Isso será absurdo, porque sobre o último
deus haverá a mesma pergunda: quem o criou? A pergunta tem uma
imensa capacidade de sobreviver a todas as suas respostas, seja
qual for a sofisticação delas.
O
caminho do místico é totalmente diferente do caminho do filósofo.
O místico não tenta encontrar respostas para as perguntas. Ele
simplesmente compreende uma coisa: até que ele consiga ir além
da mente, as perguntas continuarão, e nenhuma resposta poderá
ajudar.
Mas
no momento em que você for além da mente, todas as perguntas
desaparecerão, e em tal desaparecimento você encontrará a
resposta – sem palavras, sem linguagem, você terá se
tornador um conhecedor. Você se tornará o próprio conhecer, não
o conhecimento. Este estado é o estado do observador.
Assim,
não diga, ‘Eu não sou isto.’ Existem escolas que ensinam
isso – quando você vir alguma coisa na mente, continue
dizendo, ‘Eu não sou isto, eu não sou o corpo, eu não sou a
mente, eu não sou o coração; eu não sou isto, eu não sou
aquilo.’ Mas o observador está além de todas as suas negações,
assim como está além de suas afirmações positivas.
Permaneça
silencioso; não diga coisa alguma. Se algum pensamento flutuar
em sua mente, deixe-o flutuar. Da mesma maneira como você
permite uma nuvem flutuar no céu – você não fica gritando,
‘Eu não sou isto.’ A sua mente também é um céu, uma
tela. As coisas passam. Você simplesmente observa.
Quando
Adão perambulava pelo Jardim do Eden, ele observou dois pássaros
pousados na árvore. Eles estavam juntos, se aconchegando,
bicando e arrulhando. Adão perguntou ao Senhor, ‘O que estes
dois pássaros estão fazendo na árvore?’ O Senhor disse,
‘Eles estão fazendo amor, Adão.’
Um
pouco mais tarde, perambulando pelo campo, ele viu um touro e
uma vaca se aproximando um do outro. Ele perguntou ao Senhor,
‘Senhor, o que está acontecendo com o touro e a vaca?’
E
o Senhor disse, ‘Eles estão fazendo amor, Adão.’
Adão
então disse, ‘Como é que eu não tenho com quem fazer
amor?’
O
Senhor então lhe disse, ‘Nós mudaremos isto. Quando você
acordar amanhã cedo, as coisas estarão diferentes.’
Assim,
Adão deitou debaixo de uma oliveira e dormiu. Quando ele
acordou, Eva estava diante dele. Adão deu um pulo, agarrou as mãos
dela e disse, ‘Venha comigo. Vamos para trás dos arbustos.’
E assim eles foram. Mas, alguns minutos depois, Adão saiu tropeçando,
parecendo muito abatido e perguntou ao Senhor, ‘Senhor, o que
é uma dor de cabeça?’
Você
não consegue pôr um fim nas perguntas. Uma coisa ou outra vai
acontecer ali – se nada mais houver, então uma dor de cabeça.
Desde que Adão perguntou ‘O que é uma dor de cabeça?’ O
Senhor desapareceu, dizendo, ‘Esse idiota não vai me deixar
descansar. Ele voltará de novo e de novo – ‘Senhor o que é
isto? Senhor, o que é aquilo?’ Desde então, ninguém mais
soube onde o Senhor está!.
Não
crie dor de cabeça desnecessária para si mesmo. Simplesmente
seja um observador silencioso e relaxado. A dor de cabeça irá
desaparecer – e a cabeça também! E você irá descobrir uma
grande liberdade, um amplo espaço, como se todo o céu tivesse
se tornado disponível para você.”
OSHO – The Hidden Splendor - Cap. 3 – Pergunta 1
Tradução:
Sw. Bodhi Champak
Copyright
© 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
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os direitos reservados
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