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Conexão
Brasil
junho de 2006 |
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Uma
saída para um beco sem saída
“Querido
Osho,
Eu venho de uma família na qual
ocorreram quatro suicídios no lado materno, incluindo minha
avó. Como isto afeta a morte de uma pessoa? O que pode
ajudar a superar essa perversão da morte que é um tema
presente na família?
O
fenômeno da morte é um dos mais misteriosos e assim também
é o fenômeno do suicídio. Não defina o suicídio a
partir da sua superfície. Ele pode significar muitas
coisas. A minha compreensão é que as pessoas que cometem
suicídio são as mais sensíveis no mundo, elas são muito
inteligentes. Por causa de sua sensibilidade e de sua
inteligência, elas têm dificuldade para conviver com este
mundo neurótico.
A
sociedade é neurótica. Ela existe sobre bases neuróticas.
Toda a sua história é uma história de loucuras, de violência,
guerras e destruições. Alguém diz, ‘Meu país é o
maior do mundo’. Isto é uma neurose. Um outro diz,
‘Minha religião é a maior e a mais evoluída do
mundo’. Esta é outra neurose. E estas neuroses já
entranharam no sangue e nos ossos e as pessoas tornaram-se
muito embotadas e insensíveis. Elas tiveram que se tornar
assim, caso contrário a vida ficaria impossível.
Você
tem que se tornar insensível para conviver com essa vida
dura ao seu redor. Senão, você ficará fora de sintonia.
Se você não estiver em sintonia com a sociedade, ela
declara que você está louco. A sociedade é louca, mas se
você não estiver ajustado a ela, você é declarado louco.
Assim, ou você se torna louco ou tem que encontrar um jeito
de sair da sociedade. O suicídio é isto: a vida se torna
intolerável. Parece ser impossível conviver com tantas
pessoas ao seu redor, sendo todas elas insanas. (...)
Neste
mundo neurótico, se você for sadio, sensível e
inteligente, ou ficará louco ou cometerá suicídio – ou
você terá que se tornar um sannyasin. Que outra
possibilidade existe?
Quem
formulou esta pergunta foi a Jane Ferber. Ela é esposa do
Bodhicitta. Ela veio a mim na hora certa. Ela pode tornar-se
uma sannyasin e evitar o suicídio.
No
Oriente não acontecem tantos suicídios, porque o sannyas
é uma alternativa. Você pode abandonar tudo com muito
respeito. O Oriente aceita isto. Você pode começar a fazer
as suas próprias coisas, o Oriente tem respeito por isto.
É de cinco vezes a diferença entre a Índia e os Estados
Unidos, para cada indiano que comete suicídio, cinco
americanos fazem o mesmo. E o fenômeno do suicídio está
crescendo nos Estados Unidos. A inteligência está
crescendo, a sensibilidade está crescendo, enquanto a
sociedade está ficando mais embotada. E a sociedade não
provê um mundo inteligente. Então, o que fazer? Continuar
sofrendo desnecessariamente?
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Daí,
a pessoa começa a pensar, ‘Por que não abandonar tudo
isto? Por que não acabar com tudo? Por que não devolver o
bilhete de entrada para Deus?’ Se o sannyas tornar-se um
grande movimento nos Estados Unidos, a taxa de suicídio vai
começar a cair porque as pessoas terão uma alternativa
muito melhor e mais criativa do que abandonar tudo. Você já
observou que os hippies não cometem suicídio? É no mundo
quadrado, no mundo convencional, que o suicídio predomina.
O hippie abandonou tudo. Ele é um tipo de sannyasin, ainda
não totalmente alerta quanto ao que está fazendo, mas está
no rumo certo; movimentando-se, tateando no escuro, mas indo
na direção certa. O hippie é o começo do sannyas. Ele
diz, ‘Eu não quero fazer parte desse jogo podre, eu não
quero fazer parte desse jogo político. Eu vejo como as
coisas são, mas gostaria de viver a minha própria vida. Eu
não quero tornar-me escravo de alguém. Eu não quero
morrer numa guerra. Eu não quero combater, pois existem
coisas muito mais bonitas para serem feitas.’
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The Journey -
Osho Neo Tarot
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Mas
para milhões, nada existe. A sociedade tirou todas as suas
possibilidades de crescimento. Eles estão amarrados. As
pessoas cometem suicídio porque elas estão se sentindo
amarradas e não vêem algum jeito de sair dessa situação.
Elas chegaram a um beco sem saída. E quanto mais
inteligente você for, mais cedo você chegará a esse beco
sem saída, a esse impasse. Então, o que se espera que você
faça? A sociedade não lhe dá alternativa alguma nem
permite uma sociedade alternativa.
O
sannyas é uma sociedade alternativa. Parece estranho que na Índia
a taxa de suicídio seja a mais baixa do mundo. Logicamente
deveria ser a mais alta, porque as pessoas estão sofrendo, são
miseráveis, estão famintas. Mas este estranho fenômeno acontece
em todo lugar: o povo pobre não comete suicídio. Eles não têm
um motivo para viver, nem para morrer. Uma vez que eles estão
famintos, a sua ocupação é com comida, abrigo, dinheiro, coisas
assim. Eles não podem se dar o luxo de pensar em suicídio; eles
não têm ainda essa abundância. Os Estados Unidos têm tudo
enquanto a Índia nada tem.
Há
poucos dias, eu estava lendo um texto que dizia, ‘Os americanos
têm um risonho Jimmy Carter, Johnny Cash e o Bob Hope, enquanto
os indianos têm um seco, insensível e morto Morarji Desai,
nenhum dinheiro (cash) e muito pouca esperança (hope).’
Mas,
ainda assim, as pessoas não cometem suicídio. Elas continuam
vivendo e curtindo a vida. Mesmo os mendigos estão vibrantes e
excitados. Não há motivo algum para excitação, mas eles têm
esperança.
Por
que o suicídio acontece tanto nos Estados Unidos? Os problemas
comuns da vida desapareceram, a mente está livre para elevar-se
além da consciência comum. A mente pode elevar-se além do
corpo, além dela mesma. A consciência está pronta para abrir
suas asas, mas a sociedade não o permite. Em cada dez suicídios,
nove são de pessoas sensíveis. Vendo a falta de sentido na vida,
a indignidade que a vida impõe, os compromissos que têm que
assumir em troca de nada, vendo toda a melancolia, olhando ao
redor e vendo essa ‘história contada por um idiota, sem
qualquer significado’, eles decidem livrar-se do corpo. Se eles
pudessem ter asas no corpo, eles não teriam tomado tal decisão.
O
suicídio tem também um outro significado, e isto tem que ser
entendido. Na vida tudo parece ser comum, simples imitação. Você
não pode ter um carro que os outros não têm. Milhões de
pessoas têm o mesmo carro que você tem. Milhões de pessoas estão
vivendo a mesma vida que você, vendo o mesmo filme, o mesmo
programa de TV, lendo o mesmo jornal. A vida é tão comum, nada
de único é deixado para você fazer, para você ser. O suicídio
parece ser um fenômeno único: somente você pode morrer por si
mesmo; ninguém mais pode morrer por você. A sua morte será a
sua morte, não será a morte de ninguém mais. A morte é única.
Veja
este fenômeno: a morte é única. Ela o define como indivíduo,
ela lhe dá individualidade. A sociedade tirou a sua
individualidade; você é apenas um dente na engrenagem, substituível.
Se você morrer, ninguém irá sentir sua falta, você será
substituído. Se você é um professor universitário, um outro
professor universitário irá substituí-lo. Mesmo se você for o
Presidente da República, no momento em que não for mais, um
outro se tornará Presidente, imediatamente. Você é substituível.
Dói
saber que seu valor não é muito, que não sentirão a sua falta,
que um dia você vai desaparecer e, logo depois, aquelas pessoas
que ainda se lembram de você irão também desaparecer. E então,
será como se você nunca tivesse estado ali. Simplesmente pense
em tal dia. Você vai desaparecer... Sim, por um certo tempo as
pessoas irão se lembrar, o seu namorado irá se lembrar de você,
seus filhos irão se lembrar, talvez uns poucos amigos também.
Mas, pouco a pouco, a memória que eles têm de você vai perder
as cores, vai se enfraquecer e começará a desaparecer. Talvez,
enquanto estiverem vivas, aquelas pessoas com as quais você teve
um certo tipo de intimidade, irão lembrar-se de você, de vez em
quando. Mas uma vez que elas também tenham ido, você
simplesmente desaparecerá, como se nunca tivesse existido. Então
não haverá qualquer diferença se você esteve aqui ou não.
A
vida não lhe dá um único respeito. Isto é muito humilhante.
Isto leva você para um buraco onde você nada mais é que um
dente na engrenagem, um dente no vasto mecanismo. Isto faz de
você um anônimo.
A
morte pelo menos é única. E o suicídio é ainda mais único
que a morte. Por quê? Porque a morte acontece a você e o suicídio
é algo que você faz. A morte está além de você, quando ela
chega, simplesmente chega. Mas o suicídio você pode dirigir,
você não é uma vítima. Com a morte você será uma vítima,
com o suicídio você estará no controle. O nascimento já
aconteceu. Você nada pode fazer quanto a isto, e você não fez
coisa alguma para nascer. O nascimento foi um acidente.
Existem
três coisas na vida que são vitais: nascimento, amor e morte.
O nascimento já aconteceu; não há nada mais para se fazer a
respeito. Você não foi sequer consultado se queria nascer ou não.
Você é uma vítima. O amor também acontece; você nada pode
fazer a respeito, você está desamparado. Um dia você se
apaixona por alguém e nada consegue fazer quanto a isto. Se você
quiser se apaixonar por alguém, não há como controlar isso,
é impossível. E se você se apaixonar por alguém e não
quiser que essa paixão aconteça, será muito difícil sair de
tal situação. O nascimento é um acontecimento, e assim também
é o amor. Agora resta apenas a morte a respeito da qual algo
pode ser feito: você pode ser uma vítima ou pode decidi-la por
si mesmo.
Um
suicida é alguém que decide e diz, ‘Deixe-me pelo menos
fazer uma coisa nesta existência onde eu sou quase que
acidental: eu vou cometer suicídio. Existe pelo menos uma coisa
que eu posso fazer.’ O nascimento é impossível fazer; o amor
não pode ser criado, se ele já não estiver ali; mas a morte
tem uma alternativa. Ou você pode ser uma vítima ou pode ser
quem decide.
Esta
sociedade tirou-lhe toda a dignidade. É por isto que as pessoas
cometem suicídio. O suicídio lhes dá uma certa dignidade.
Eles podem dizer a Deus, ‘Eu renunciei ao seu mundo e à sua
vida. Eles não tinham valor.’ As pessoas que cometem suicídio
são quase sempre mais sensíveis que as outras que continuam
vivendo e se arrastando. Mas eu não estou lhe dizendo para
cometer suicídio. Eu estou lhe dizendo que existe uma outra
possibilidade muito mais elevada. Cada momento da vida pode ser
muito lindo, individual, sem imitação e sem repetição. Cada
momento pode ser muito precioso! Então não há necessidade
alguma de cometer suicídio. Cada momento pode trazer tantas bênçãos
e pode defini-lo como único – porque você é único. Nunca
existiu alguém como você antes, e nunca existirá depois.
Mas
a sociedade o obriga a ser parte de um grande exército. A
sociedade não gosta de uma pessoa que segue o seu próprio
caminho. A sociedade quer que você seja parte da multidão:
seja um hindu, seja um cristão, seja um judeu, seja um
americano, seja um indiano – mas seja parte de uma multidão;
não importa qual multidão, mas seja parte de uma multidão.
Nunca seja você mesmo. E aqueles que querem ser eles mesmos, o
sal da terra, estas são as pessoas de maior valor nesta terra.
A terra tem um pouco de dignidade e fragrância devido a estas
pessoas. Mas elas cometem suicídio.
O
sannyas e o suicídio são alternativas. Esta é a minha experiência:
você pode se tornar um sannyasin somente quando chegar a um
ponto em que, se não for o sannyas, então só lhe resta o suicídio.
O sannyas significa, ‘Eu tentarei tornar-me um indivíduo
enquanto estou vivo. Eu viverei a minha vida do meu próprio
jeito. Eu não serei dominado, não aceitarei que me ditem o que
fazer. Eu não funcionarei como um mecanismo, como um robô. Eu
não terei ideais nem metas. Eu viverei cada momento, na excitação
de cada momento. Eu serei espontâneo e arriscarei tudo por
isto.’
O
sannyas é um risco.
Jane,
eu gostaria de lhe dizer: eu olhei em seus olhos; a
possibilidade de suicídio está aí também. Mas não pense que
você terá que cometer suicídio – o sannyas cuidará disso.
Você é muito mais afortunada que as quatro pessoas de sua família
que cometeram suicídio. Na verdade, qualquer pessoa inteligente
tem a capacidade de cometer suicídio, somente os idiotas nunca
cometem. Você já ouviu falar de algum idiota que cometeu suicídio?
Ele não se preocupa com a vida, por que cometer suicídio?
Somente uma inteligência rara começa a sentir a necessidade de
fazer alguma coisa, porque a vida como está sendo vivida não
vale a pena. Assim, ou faça alguma coisa ou mude a sua vida, dê
a ela uma nova forma, uma nova direção, uma nova dimensão.
Por que continuar carregando esse fardo de pesadelos, dia após
dia, ano após ano? E isso vai continuar... A ciência médica
está ajudando as pessoas a continuarem por mais tempo ainda –
cem anos, cento e vinte anos. E agora essas pessoas estão
dizendo que o homem pode viver facilmente até perto dos
trezentos anos. Simplesmente imagine se as pessoas tiverem que
viver por trezentos anos: a taxa de suicídio irá subir muito,
porque mesmo as mentes medíocres começarão a refletir sobre a
falta de sentido da vida.
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Laughter - Osho Neo Tarot
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Inteligência
significa ver as coisas em profundidade. A sua vida tem algum
sentido? Ela tem alguma alegria? Há alguma poesia nela? Há
alguma criatividade? Você se sente agradecido por estar aqui?
Você se sente agradecido por ter nascido? Você pode agradecer
ao seu Deus? Você pode dizer com todo o seu coração que esta
vida é uma bênção? Se você não pode, então por que
continuar vivendo? Faça de sua vida uma bênção ou desapareça.
Por que continuar carregando seu peso nesta terra? Algum outro
pode ocupar o seu espaço e fazer as coisas de um jeito melhor.
Este é o pensamento que vem naturalmente a uma mente
inteligente. É uma idéia muito natural quando você é
inteligente. Pessoas inteligentes cometem suicídio. E entre as
pessoas inteligentes, aqueles que são os mais inteligentes
tomam sannyas.Eles começam a criar um sentido, uma significância,
eles começam a viver. Por que perder esta oportunidade? (...)
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Eu
não estou dizendo que você deve cometer suicídio. Eu estou
dizendo que a sua vida, tal como ela é, está levando você ao
suicídio. Mude a sua vida.
E
reflita sobre a morte. Ela pode vir a qualquer momento, por isto
não considere mórbido pensar sobre a morte. A morte é a
culminação da vida, é o próprio crescendo da vida. Você tem
que tomar nota disto. A morte está vindo. Isto tem que
acontecer. Você tem que se preparar para ela e a única maneira
de se preparar para a morte, a maneira correta, não é
cometendo suicídio; a maneira correta é morrer a cada momento
para o passado. Esta é a maneira correta. Isto é o que se supõe
que um sannyasin faça: morrer a cada momento para o passado,
nunca carregar o passado por um simples momento. A cada momento,
morrer para o passado e nascer para o presente. Isto irá mantê-lo
revigorado, jovem, vibrante, radiante; isto irá mantê-lo vivo,
pulsante, excitado e extático. E o homem que sabe como morrer a
cada momento para o passado, sabe como morrer, e esta é a maior
arte e habilidade. Assim, quando a morte chega a tal homem, ele
dança com ela, ele abraça-a. Ela é uma amiga, não é
inimiga. É Deus que chega a ele sob a forma de morte. É um
relaxamento total com a existência. É tornar-se novamente o
todo, é voltar a ser um com o todo.
Então,
não chame isto de perversão.
Você
disse: ‘Eu venho de uma família na qual ocorreram quatro
suicídios no lado materno, incluindo minha avó.’
Não
condene essas pobres pessoas, e não pense por um momento que
elas tenham sido pervertidas.
‘Como
isto afeta a morte de uma pessoa? O que pode ajudar a superar
essa perversão da morte que é um tema presente na família?’
Não
chame isto de perversão; não é. Aquelas pessoas simplesmente
foram vítimas. Elas não conseguiram conviver com a sociedade
neurótica, e decidiram desaparecer entrando no desconhecido.
Tenha compaixão por elas, não as condene. Não as denigre, não
dê nomes, não chame isso de perversão ou algo assim. Tenha
compaixão por elas e as ame.
Não
há necessidade alguma de segui-las, mas tenha sentimentos por
elas. Elas devem ter sofrido muito. Não é fácil decidir
abandonar a vida; elas devem ter sofrido intensamente; elas devem
ter visto o inferno nesta vida. Não se decide facilmente pela
morte, porque sobreviver é um instinto natural. Segue-se
sobrevivendo a todo tipo de situações e condições. As pessoas
continuam comprometendo-se, apenas para sobreviver. Quando alguém
abandona a sua vida, isto simplesmente demonstra que está além
de sua capacidade comprometer-se; a exigência é demasiada. A
exigência é tanta e não vale a pena; somente então é que se
decide cometer suicídio. Tenha compaixão para com aquelas
pessoas.
E
se você sentir que algo está errado, esse algo errado está na
sociedade, não naquelas pessoas. A sociedade é pervertida! Numa
sociedade primitiva ninguém comete suicídio. Eu estive em tribos
primitivas na Índia; por séculos eles nunca souberam de alguém
que tivesse cometido suicídio. Eles não têm qualquer registro
de suicídio. Por quê? Porque a sociedade é natural, não é
pervertida. Ela não conduz as pessoas a coisas não naturais. A
sociedade aceita e permite a cada um que tenha o seu jeito, a sua
escolha para viver sua vida. Isto é um direito de todo mundo.
Mesmo se uma pessoa ficar louca, a sociedade aceita; é seu
direito enlouquecer. Não existe condenação. Na verdade, nas
sociedades primitivas, as pessoas loucas eram respeitadas como místicas,
e havia um certo mistério ao redor delas. Se você olhar para os
olhos de um homem louco e para os olhos de um místico, verá
alguma semelhança – alguma coisa vasta, indefinida, nebulosa,
algo como um caos de onde nascem as estrelas. O místico e o louco
têm alguma semelhança.
Todos
os loucos podem não ser místicos, mas todos os místicos são
loucos. Por louco eu quero dizer que eles foram além da mente. O
louco pode ter ido para baixo da mente e o místico pode ter ido
além da mente, mas numa coisa eles são semelhantes, ambos não
estão em suas mentes. Numa sociedade primitiva, mesmo o louco é
respeitado, tremendamente respeitado. Se ele decide enlouquecer, não
há problemas. A sociedade cuida de sua alimentação e de seu
abrigo. A sociedade o ama, ama a sua loucura. A sociedade não
fixa regras; então ninguém comete suicídio porque a liberdade
permanece intacta.
Quando
a sociedade exige escravidão e segue destruindo a sua liberdade,
aleijando-o por todos os lados, paralisando sua alma e matando seu
coração, chega-se a um sentimento que é melhor morrer do que se
comprometer.
Não
os chame de pervertidos. Tenha compaixão por eles; eles sofreram
muito, eles foram vítimas. E tente compreender o que aconteceu
com eles; isto lhe trará algum insight para a sua própria vida.
E não há necessidade alguma de repetir o que eles fizeram, pois
eu dou a você uma oportunidade de ser você mesma. Eu abro uma
porta para você. Se você estiver entendendo, você verá qual é
o ponto, mas se você não estiver entendendo, então será difícil.
Eu posso continuar gritando e você ouvirá apenas aquilo que
consegue ouvir, aquilo que quer ouvir. (...)
OSHO
– The Heart Sutra – Disc n° 4 – pergunta n° 1
Tradução: Sw. Bodhi Champak
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