OSHO CONEXÃO BRASIL                                                  janeiro de 2004


Sannyas: uma experiência do dia-a-dia

Todos os meses estaremos apresentando nesta seção o depoimento de um discípulo do Osho que adotou a meditação em seu dia-a-dia e aqui compartilha conosco essa sua experiência. Neste mês estamos apresentando o depoimento do Sw. Prem Abodha, que é um dos coordenadores do Centro de Meditação Osho Sukul, no Rio de Janeiro.

 


 

Como Osho apareceu em minha vida

Como todo grande presente , veio inesperadamente . Vivia um período em minha vida em que externamente tudo ia “ normalmente bem . Sentia interiormente , porém , falta de algo sem o qual a vida parecia insípida , sem sumo , rasa . Sentia falta de algo maior que me inundasse e  abrisse um espaço ainda imerso dentro de mim . As relações que tinha com as pessoas , mesmo com as mais próximas e queridas não tocavam esse espaço . Ansiava pelo amor de verdade , que verdejasse um espaço deserto .

Uma entidade , então , numa noite escura e iluminada me disse: Quem busca , acha .”      Ouvindo essa frase relaxei. Não passou muito tempo , Osho surgiu de repente no meu caminho . Não sabia, então , quem ele era , o que ele era , o que representava. Foi num trabalho de grupo intensivo com uma saniássin de Osho, aqui no Rio de Janeiro , que a inundação aconteceu. Tudo ali era absolutamente novo e misterioso para mim . Uma atmosfera mágica , inebriante, muita música , dança , movimento , espaços de relaxamento e de silêncio , os olhos vendados o tempo quase todo , o contato com espaços internos desconhecidos , um nível de prazer comigo mesmo nunca experimentado, uma alegria que vinha de dentro , do fundo ... As palavras de Osho que ouvi, lidas em português . O que era aquilo !? Nunca tinha ouvido nada parecido e, ao mesmo tempo , tão próximo do que sentia.

Fui abarcado por uma energia ao mesmo tempo vertiginosa e delicada , avassaladora e confortadora, perturbadora e pacificadora. Vivi a beleza e tive o sabor da liberdade . Senti o Amor . Me aproximei de mim e de todo o resto . Sabia que estava vivendo a coisa mais grandiosa em minha vida até então . Senti o que ansiava sentir em mim e nas pessoas , o transbordamento . Havia encontrado. A busca acabara - caíra nas redes do homem , do mestre magnífico . Me senti afortunado

 

A meditação e o sânias

Durante esse trabalho de grupo conheci quase todas as meditações de Osho. E daí em diante , não parei de meditar . Lia Osho quase todo o tempo livre que tinha . Me sentia maravilhado. Cada livro era mais uma inundação continuada.  Comecei a fazer a meditação Nataraj em casa e aos poucos fui convidando um amigo , outro amigo para meditar . Algumas vezes meu quarto ficou lotado de pessoas fazendo a Nataraj. Como me beneficiei disso!

Demorei um ano para pedir sânias. estava usando vermelho (naquela época , as vestes vermelhas ou alaranjadas faziam parte do sânias). Mas tornando-me saniássin teria que usar  o mala , um cordão de 108 contas de madeira a ser usado para fora da roupa , com um medalhão que trazia uma pequena foto de Osho. Eu era professor e, no fundo , temia o que poderia acontecer se passasse a andar com o mala no pescoço . As pessoas no trabalho iam achar que tinha perdido o senso . Temia o julgamento delas, ser desaprovado, discriminado, perder o emprego . Aos poucos , com a meditação , esse medo foi ficando consciente . Fui me desmascarando para mim mesmo .

E a minha ligação com Osho era grande , grande demais e por dentro , comecei a me   perguntar : “O que é mais importante para você : a vida que quer pulsar dentro de você   ou o respeito , a aprovação das pessoas , o emprego ? Não tem coragem de correr o risco ?".

E então veio a decisão , inexorável . Pedi o sânias e livrei-me do peso de uma grande carga . Aguardei, feliz , numa imensa alegria , a chegada do novo nome , que não tardou:  Prem Abodha. Prem significa ’ Amor ’, Abodha, ‘ Inocência ’ . Recebi o mala e fui trabalhar com ele no pescoço , sobre as roupas vermelhas, pronto para o que desse e viesse. Valia , mais do que tudo , o espaço vivo e aberto dentro de mim . A confiança no mestre e no processo que estava vivendo me dava a certeza de  que o que quer que viesse a acontecer era a coisa certa a acontecer .

Não perdi o emprego e, muito pelo contrário , contra as projeções “protetoras” da mente , passei a receber muito mais respeito e consideração por parte de todas as pessoas .

Por meses vinha usando algumas meditações  no meu trabalho com os alunos . Dava aula de Artes Cênicas e as meditações de Osho caíam muito bem . Inevitavelmente, mas para minha surpresa ,   alguns alunos se tornaram saniássins. Temi que pudessem surgir problemas na escola ou com a família deles. Mas , novamente contrariando os temores da mente , não houve nenhum problema.

Fui, a seguir , convidado para dirigir uma escola municipal onde pude desenvolver um projeto experimental totalmente baseado na visão de Osho sobre educação . As roupas vermelhas e o mala , não atrapalharam nada . Como aprendi, nesses primeiros anos de sânias, sobre as projeções da mente e sobre a o medo do julgamento das pessoas ! Cresci em pouco tempo o que nem vislumbrava crescer numa vida inteira .

Nessa época , mais precisamente em 1985, nasceu o Osho Sukul, um centro de meditação que recebemos de Osho. Daí em diante continuou e continua o aprendizado e a revolução interna . Daria para escrever um livro . Impossível resumir aqui até mesmo os acontecimentos internos mais significativos desse processo , para mim , tão vasto e surpreendente de transformações.

O Osho Sukul continua até hoje sob as bênçãos de Osho, de suas técnicas de meditação , das músicas originadas do coração de seus discípulos musicistas , dos seus discursos , dos seus livros , enfim , de tudo o que compõe o seu mundo . Estamos aqui , eu e Samashti, abertos , interessados apenas em compartilhar o que de mais precioso encontramos e vivemos em nossas vidas – a meditação , Osho, Sua visão , Sua graça , o grande presente .

                                                                                                  Sw. Prem Abodha

 

Instituto Osho Brasil - Caixa Postal 6157 - CEP 70749-970 - Brasília-DF
telefax: (61) 274-8497 - E-mail: osho_brasil@uol.com.br - www.oshobrasil.com.br