Conexão Brasil                         outubro de 2008
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Sannyas Today

Para dar um "empurrão", estamos começando com um vislumbre de nossa própria editora Amras, que sentiu na pele como é difícil se expor com sinceridade e como mexe! Esperamos sirva para animar os voluntários que irão enriquecer esta seção nos próximos números.

 

 

VISLUMBRES

 por Ma Anand Amras

 

Fui à Poona uma vez mais, depois que o Osho deixou o corpo. Visitei sua casa, vi seus livros, olhei sua foto, mas não o senti ali! O ar era o mesmo, a movimentação no ashram, os amigos, porém, eu me sentia perdida.

Desde que recebi o sannyas, em março de 1982, minha vida girava em torno de trabalhar, vender tudo que tinha e viajar para o mais perto possível do Mestre. Los Angeles, Portland, Rancho, Brasil e recomeçava tudo outra vez. Até que o Rancho acabou. Enquanto ele fazia o World Tour, eu pensava: com tantas terras no Brasil, bem que ele podia vir para cá. Não teríamos que correr atrás de green card, ficaria tudo mais fácil...Que inconsciente! Como se ele quisesse deixar algo fácil para mim...

Por fim, ele estabeleceu-se em Poona. Lá fui eu, novamente,com meu filho debaixo do braço. Quando esta maratona começou, ele estava com um ano. Seis já haviam se passado. Era muito difícil fazer dinheiro no Brasil. Inflação, depósito compulsório para poder sair do país, então, tínhamos que fazer umas paradas estratégicas, em algum lugar e trabalhar. Nos EUA trabalhei em lanchonetes, em faxinas, fora do mundo sannyas, embora vivesse em pequenas comunas. Na Europa foi melhor. Muitos Centros Osho e um ir e vir de Poona. Trabalhei na disco sannyasin em Colônia...se é que se pode chamar o que eu fazia de trabalho. Era tão divertido! Minha função era recolher os copos vazios e levá-los de volta. Percorria de um extremo ao outro do salão. Chamava-se 'angel'. Às vezes, trabalhava no segundo andar, mais calmo, mas eu gostava mesmo era da muvuca. Descobri que para atravessar aquela multidão de pessoas dançando, o melhor jeito era dançar também, carregando uma bandeja cheia de copos de vidro. Aprendi a contar até cinco, em alemão, para atender às mesas. É, eles não pediam mais de cinco bebidas, não sei porquê. Era uma festa todos os dias! No final, ajeitávamos tudo para a limpeza do dia seguinte e saíamos exaustos, rodopiando, dançando, pela madrugada kolniana.

E agora? Como seria sem a presença física do Osho? Sentava-me no Budha Hall à noite, cantava e meditava com outros milhares de sannyasins, mas, de vez em quando, abria os olhos e o procurava na cadeira vazia. Muitas ocasiões em Poona, ele não aparecia, contudo, era diferente. Sabíamos que ele viria, depois de um tempo. Íamos à Goa, meditávamos, fazíamos grupos, enquanto ele permanecia em silêncio. Ele nos alertou, inúmeras vezes, que não o tomássemos por garantido...um dia ele partiria...na verdade ele só estava aqui, fisicamente, por amor, por compaixão. Já estava sentindo dores terríveis, causadas pelo envenenamento que sofrera, mas sempre vinha. Em um discurso, depois de vários dias sem aparecer, ele disse que havia retornado pela força do nosso amor.

Muitos anos se passaram. Lia, meditava, tentava seguir a jornada, como ele falou, sendo eu mesma, vivendo o agora. Pensei que poderia exercitar o ser total em tudo que fazia e a meditação estaria presente. Bobagem! A mente nos engole e nem percebemos.

Mudei-me para o sul do país, buscando uma vida mais tranqüila. Procurei alguma forma de me manter em contato com o mundo sannyas. Os convites que surgiam eram para fazer todo tipo de trabalhos que nada tinham a ver com o Osho. Alguns interessantes, é verdade, contudo não me mobilizavam, não acendiam a chama interna de mil cores, de puro êxtase que eu sentia na presença do Osho. Seu olhar, seu sorriso, sua luz é inimitável. Quem se sentou aos pés ou vislumbrou através de vídeos, de livros, a presença de um Mestre autêntico não se contenta com imitadores. Resolvi seguir meu caminho, curtindo a vida linda que tenho aqui. Olhava aquelas paisagens belíssimas e pensava: ele disse que se dissolveria no azul do céu, nas nuvens, nos oceanos e que o sentiríamos em toda beleza, em tudo que amássemos. Ele deixou a responsabilidade do sannyas nas nossas mãos. É árduo!

Um dia, tomei a decisão de meditar sozinha com disciplina. Retomei meus cassetes, meus Cds, algumas fitas antigas de celebrações e estabeleci dois horários, manhã e tarde. Algo estava acontecendo em mim. Após uma Nataraj, fluindo pela sala da minha casa, não consegui parar. Dançava e lágrimas suaves banhavam o meu rosto. Não sei quanto tempo permaneci de braços abertos e uma alegria transbordante pulsando, como que saindo pelos poros. Sussurrei, entre prantos e risos...ah, Amras, que saudades eu estava de você...

A saudade do Osho, era a saudade de mim mesma! Me conectando com ele novamente, através das meditações que ele nos deu, me reconectei comigo, com o meu ser. E percebi que ele está aqui, sempre esteve aqui. Eu é que não estava...

 


Anahen - CA
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Amoy e Amras - Los Angeles
Comuna Marina del Rey

Rajneeshpuram - Oregon
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Puna - abril de 1988
Amras diluída por aí

Amras hoje, 28/06/2008

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Você já ouviu falar em Didgeridoo? 

Didgeridoo é um instrumento aborígine australiano fácil de tocar,com grande potencial de nos trazer para o momento presente!    
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Didgeridoo: fácil de tocar, som preenchedor, 
silencia a mente.

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