Para
dar um "empurrão", estamos começando com um vislumbre de
nossa própria editora Amras, que sentiu na pele como é difícil se
expor com sinceridade e como mexe! Esperamos sirva para animar os voluntários
que irão enriquecer esta seção nos próximos números.
VISLUMBRES
por
Ma Anand Amras
Fui
à Poona uma vez mais, depois que o Osho deixou o corpo. Visitei
sua casa, vi seus livros, olhei sua foto, mas não o senti ali! O
ar era o mesmo, a movimentação no ashram, os amigos, porém, eu
me sentia perdida.
Desde
que recebi o sannyas, em março de 1982, minha vida girava em
torno de trabalhar, vender tudo que tinha e viajar para o mais
perto possível do Mestre. Los Angeles, Portland, Rancho, Brasil e
recomeçava tudo outra vez. Até que o Rancho acabou. Enquanto ele
fazia o World Tour, eu pensava: com tantas terras no Brasil, bem
que ele podia vir para cá. Não teríamos que correr atrás de
green card, ficaria tudo mais fácil...Que inconsciente! Como se
ele quisesse deixar algo fácil para mim...
Por
fim, ele estabeleceu-se em Poona. Lá fui eu, novamente,com meu
filho debaixo do braço. Quando esta maratona começou, ele estava
com um ano. Seis já haviam se passado. Era muito difícil fazer
dinheiro no Brasil. Inflação, depósito compulsório para poder
sair do país, então, tínhamos que fazer umas paradas estratégicas,
em algum lugar e trabalhar. Nos EUA trabalhei em lanchonetes, em
faxinas, fora do mundo sannyas, embora vivesse em pequenas
comunas. Na Europa foi melhor. Muitos Centros Osho e um ir e vir
de Poona. Trabalhei na disco sannyasin em Colônia...se é que se
pode chamar o que eu fazia de trabalho. Era tão divertido! Minha
função era recolher os copos vazios e levá-los de volta.
Percorria de um extremo ao outro do salão. Chamava-se 'angel'. Às
vezes, trabalhava no segundo andar, mais calmo, mas eu gostava
mesmo era da muvuca. Descobri que para atravessar aquela multidão
de pessoas dançando, o melhor jeito era dançar também,
carregando uma bandeja cheia de copos de vidro. Aprendi a contar
até cinco, em alemão, para atender às mesas. É, eles não
pediam mais de cinco bebidas, não sei porquê. Era uma festa
todos os dias! No final, ajeitávamos tudo para a limpeza do dia
seguinte e saíamos exaustos, rodopiando, dançando, pela
madrugada kolniana.
E
agora? Como seria sem a presença física do Osho? Sentava-me no
Budha Hall à noite, cantava e meditava com outros milhares de
sannyasins, mas, de vez em quando, abria os olhos e o procurava na
cadeira vazia. Muitas ocasiões em Poona, ele não aparecia,
contudo, era diferente. Sabíamos que ele viria, depois de um
tempo. Íamos à Goa, meditávamos, fazíamos grupos, enquanto ele
permanecia em silêncio. Ele nos alertou, inúmeras vezes, que não
o tomássemos por garantido...um dia ele partiria...na verdade ele
só estava aqui, fisicamente, por amor, por compaixão. Já estava
sentindo dores terríveis, causadas pelo envenenamento que
sofrera, mas sempre vinha. Em um discurso, depois de vários dias
sem aparecer, ele disse que havia retornado pela força do nosso
amor.
Muitos
anos se passaram. Lia, meditava, tentava seguir a jornada, como
ele falou, sendo eu mesma, vivendo o agora. Pensei que poderia
exercitar o ser total em tudo que fazia e a meditação estaria
presente. Bobagem! A mente nos engole e nem percebemos.
Mudei-me
para o sul do país, buscando uma vida mais tranqüila. Procurei
alguma forma de me manter em contato com o mundo sannyas. Os
convites que surgiam eram para fazer todo tipo de trabalhos que
nada tinham a ver com o Osho. Alguns interessantes, é verdade,
contudo não me mobilizavam, não acendiam a chama interna de mil
cores, de puro êxtase que eu sentia na presença do Osho. Seu
olhar, seu sorriso, sua luz é inimitável. Quem se sentou aos pés
ou vislumbrou através de vídeos, de livros, a presença de um
Mestre autêntico não se contenta com imitadores. Resolvi seguir
meu caminho, curtindo a vida linda que tenho aqui. Olhava aquelas
paisagens belíssimas e pensava: ele disse que se dissolveria no
azul do céu, nas nuvens, nos oceanos e que o sentiríamos em toda
beleza, em tudo que amássemos. Ele deixou a responsabilidade do
sannyas nas nossas mãos. É árduo!
Um
dia, tomei a decisão de meditar sozinha com disciplina. Retomei
meus cassetes, meus Cds, algumas fitas antigas de celebrações e
estabeleci dois horários, manhã e tarde. Algo estava acontecendo
em mim. Após uma Nataraj, fluindo pela sala da minha casa, não
consegui parar. Dançava e lágrimas suaves banhavam o meu rosto.
Não sei quanto tempo permaneci de braços abertos e uma alegria
transbordante pulsando, como que saindo pelos poros. Sussurrei,
entre prantos e risos...ah, Amras, que saudades eu estava de você...
A
saudade do Osho, era a saudade de mim mesma! Me conectando com ele
novamente, através das meditações que ele nos deu, me
reconectei comigo, com o meu ser. E percebi que ele está aqui,
sempre esteve aqui. Eu é que não estava...
Anahen - CA
. |
Amoy e Amras - Los Angeles
Comuna Marina del Rey |
Rajneeshpuram - Oregon
. |
Puna - abril de 1988
Amras diluída por aí |
Amras hoje, 28/06/2008 |
----------------------
|
Você
já ouviu falar em Didgeridoo?
Didgeridoo
é um instrumento aborígine australiano fácil de tocar,com grande potencial de nos trazer para o momento presente!
Saiba
mais: www.didgeridoo.com.br
Didgeridoo:
fácil de tocar, som preenchedor,
silencia a mente. |
.
|
|
mandala
de luz
- mandalas para trazer beleza e harmonia.
Criadas por Shanti e Gyano que viveram na
índia por 11 anos e são sannyasins por
26 anos.Visite o lindo site das mandalas:
http://mandaladeluz.110mb.com
Ao fazer sua compra de mandalas incluir o código:
2103 e o nome: Osho Brasil
|
|
|
|
|