Conexão Brasil                                                       novembro de 2004
 

 

Sannyas: uma experiência do dia-a-dia

 

Mensalmente apresentamos nesta seção o depoimento de um discípulo do Osho que adotou a meditação em seu dia-a-dia e aqui compartilha conosco essa sua experiência. O texto abaixo, em negrito e itálico, é sempre de responsabilidade do depoente.
Neste mês estamos apresentando o depoimento da Ma Satyam Ida Olga

 

                Olga, atualmente dedica-se ao seu ateliê de projetos e design de  Arquitetura de interiores e design, feng-shui, murais. Antes, ela foi empresaria, proprietária de fábrica, loja e galeria de arte.
               
Coordenadora do Centro de Meditação Osho Vidheya, em Salvador, Olga é instrutora de Meditação, coordenando campos e seqüências de 21 dias de meditação há vários anos. Ultimamente,  estruturou  vivencias de conexão e centramento de 21 dias : MEDITAÇÃO & AUTO-CONHECIMENTO  e  MEDITAÇÃO & CHAKRAS. Ao todo, foram 7 grupos realizados no ano. 

                Mestra Reiki I e II ; Reiki Aliança - Master pela Satia Reiki Communion / Osho Neo Reiki

Rebirthing

 

 

MINHA EXPERIENCIA DE SANNYAS / CENTRO.

(ou ...COMO VEIO O GRANDE HOMEM A MIM..)

 

            Uma dança, uma simples dança fez voar meu corpo, minha alma, sair deles, me perder no ar, cair pelos cantos do salão, levantar e tentar de novo, sentir a Existência com toda sua força infinita se instalar em mim... Por fim era possível que tivesse vindo a mim algum tipo de resposta  da Existência às indagações de minha infância.. E não queria parar de sentir... Queria continuar e pesquisar isto... este acordar de átomos diferentes... Sempre dancei e sempre admirei os corpos se expressando, mas desta vez fora empurrada por amigos a um grupo de “bioenergética” e a sair de um momento de stop vivencial. 
            Já tinha por 20 anos me dedicado as realizações materiais, físicas, casamento, filhos, etc. com amor, com totalidade e com êxito, conquistando tapete vermelho e tudo mais na minha frente, com uma profissão abençoada  e um talento criativo, vindo de não sei onde, que sempre alegrou minha vida. Mas, uma pergunta anterior não tinha tido resposta: “o que está por traz de tudo isto? deste mistério, desta Criação perfeita que eu tanto admirava?” ...... “Onde está o Grande Homem, para me responder? por que ele não aparecia?”....e uma determinação voltava a mim ; “Eu quero tocar isto”.

            Isto nada tinha a ver com o mundo dos homens, tinha que ver com a Criação, com a Existência, comigo, e isto vinha desde minha mais terna infância, quando deitava com meu pai na grama para olhar as estrelas por horas, e vinha  de todas as outras experiências e sacações posteriores, que uma infância protegida me permitiu sentir, como se meu ser fosse feito da totalidade do ar, da terra, da água, das plantas e sem peso. E que, noutro momento de vida, somaram-se  novas indagações do ”Quem sou eu?", "Que perfeição de máquina (corpo) é esta?”, “De onde vim? a origem, o TODO", "Aonde vou?" , "Que vim fazer?”. Eu queria ter respostas diretas, sem igrejas nem religiões pelo meio. Aos 13/14 anos devorei atentamente cada frase do livro "A Possível Evolução do Homem” (4ºcaminho) de Ouspensky, no meio de outras experiências de silencio e isolamento, até chegar aos 17 anos, à consciência do grande e imenso mistério e da perfeição da criação que eu interpretei como sendo meu único objetivo nesta terra: morrer bem após completar o ciclo. Nele me joguei. E , cumprido o ciclo, após esses 20 anos, senti o vazio de tudo ser sem sentido, de estar separada do grande todo. Aí  veio a mim essa dança (meditação) e a re-conexão, com cada fibra do corpo acordando.

            Foi desta maneira, através da meditação, do corpo que sente, que Osho (Existência) entrou em minha vida e foi também o começo do Centro em Salvador. No mesmo grupo, (de Prashanto) coloquei um cartaz no chão convidando as pessoas a se reunirem na minha casa, na quarta-feira, para praticá-la. Não tinha fita, foi improvisada com discos selecionados e minha filha ia mudando-os a cada 15 minutos. Assim, nessa miscelânea meditativa, sem tempo de acabar, de uma paixão pela Existência de um pequeno grupo, nasceu o Centro, sem querer. Tomei conhecimento de quem tinha criado esses exercícios e começou minha relação consciente com Osho e sua comunidade. Já eu O tinha visto nas revistas e Ignorado, mas desta vez, por tê-lo sentido em meu corpo, reconheci à minha maneira que o Grande Homem estava aí, no Planeta, encarnado. 

            Era o ano de 1982 e com todo um grupo  de apaixonados, as meditações de Osho se estabeleceram em Salvador, num grande salão azul-céu. Foi uma explosão em Salvador, com 30 ou mais pessoas meditando nas tardes dos sábados e que produziu em pouco tempo mais de 60 sannyasins. Nove meses após, recebi meu nome: “Satyam”, perseguidora que era da “verdade nua e crua”, abri a carta e voei nas alturas junto com meu filho Paulo que colocou meu mala.  Participei dos festivais do Oregon e trabalhei na comuna. Estive de improviso com Osho frente a frente e meu corpo queimou por 3 dias. Estava acontecendo nas  meditações uma transformação nos sentidos do meu corpo, um trabalho  da Existência-Osho e um longo período de experimentar comunicar-me com Ele de diversas formas. Me mostrou o caminho  e eu estava aberta a ele. Aprendi no silencio , passo por passo.

            Na  1ª vez que fui ao Oregon, chorei o caminho todo ate chegar lá, porque só um Homem de Verdade  me faria pisar os EUA. Prendi Osho nos meus olhos de tanto observa-Lo. Até no gatchami não fechava os olhos!. Na 2ª vez , fiquei trabalhando na comunidade, um paraíso na terra! Chorei  o mês inteiro porque não queria voltar a este mundo, tão bem estava por lá, nesse estado  em que o espírito da “coisa” esta em tudo, puro, imperturbável, imensurável, eterno.... e tantas possíveis dimensões diversas que aconteciam  experimentar !!  Meu Deus, que presente!

            Ai me convidaram a ficar por lá, mas eu tinha que voltar. Compreendi nesse choro que o trajeto do Ser de Osho era um e o meu outro. Essa compreensão jamais me separou Dele. Ficou claro misteriosamente entre nos, e até hoje estou no mesmo sonho.

            Fui ainda uma 3ª vez e, depois, veio o período da prisão arbitraria, da peregrinação pelo mundo, do fechamento da comuna e de nós, dos Centros, atuarmos no apoio a Ele de onde estivéssemos, meditando e nos reunindo a portas fechadas, (vigiados), implantando a rede de informações entre todos no Brasil. Foi uma época de lançamentos de muitos livros, editados e vendidos pelos sannyasins, entre eles, “Sobre os Direitos Humanos Básicos” que, aqui, lançamos num Circo com estréia de uma banda de Música e também com banda no Shopping da Barra, com músicas do Oregon.

            Em dezembro do 89, recebo um convite para ir a Poona. Deixo de ir (um familiar estava em recuperação de meningite). Então, com Purna fizemos uma rede de meditação nacional programada que se transformou noutra revelação para mim. A cada passo, espaços se tornavam claros e distâncias desapareciam, e em 19 de janeiro, um grande estrondo deixou um buraco na terra numa região do Planeta... Silencio, vestes brancas, flores brancas. Momento de dissolver-se  na Existência inteira! E momento da compreensão de que se a morte não existe, aquele que deixou o corpo continua a estar presente, em total conexão vibracional, se assim estivermos ligados nessa freqüência!

            Nessa época surgiu outro Centro, o Praguita, que fazia um trabalho aberto com o público. E isso nos permitia continuar a experimentar aprofundamentos  silenciosos, num dos quais o mistério se abriu diante de todos, durante 21 dias: não era só meu!!... E ouve um convite.

           Anos depois, em 1995, visitei a obra do Mestre em Poona, naveguei nesse ar abençoado, nas árvores, no céu estrelado, no satsang diário, nos grupos, nos novos amigos e nos últimos dias surgiu do nada o re-abrir o Vidheya, com a devida licença da Osho Global. Longe do querer, está o poder e a alegria  do partilhar e manter a chama acessa .

            Um Centro não é uma questão de escolha e sim de coração focado, de devoção em ação, sem escolha; é entender um sonho, mesmo que seja à nossa maneira, se enamorar dele, participar dele, fazer parte, aceitar que picos e vales serão sempre realidades vivas, parte do movimento de mutação que por sua vez depende também das energias circundantes. Todos são responsáveis, presentes e ausentes. Esta é minha experiência de centro e minha compreensão também do Ashram de Poona e suas constantes adaptações ao novo momento.

            Satyam, é meu nome e aprendizado. Não significa intelectualidade. É “ser” e responder com todas as fibras apuradas do corpo inteiro; estar aberto à ultima verdade de cada novo momento. É saltar do “querer pessoal” para fora dele, e se colocar à disposição. Os outros dois nomes dizem sobre a felicidade sagrada, e foram escolhidos por meu pai e minha mãe e entendo que Osho os resgatou.

      OSHO,

      Sua fala.....

      Seu silencio......

      espalhou-se pelo Planeta

      suas palavras como flores ou como fogo

      colocaram  luz nas entranhas da Terra,

      mil armadilhas lhe tenderam.

OSHO,

como a nenhum outro nestas épocas, Lhe foi permitido atingir o planeta inteiro. Foi um Mestre da alma humana, da transformação de nossa era. Passou a mensagem do Universo e na sua passagem nos deixou o sonho de um planeta paraíso para o acordar das mil consciências (budhas)... com tanta doçura!!... com tanto respeito!!... com tanta compaixão!!...

Sua irradiação, pela grandiosidade de seu alcance, será possivelmente a bússola pelos séculos vindouros, até a Existência o determinar em sua ronda.

 

                                                            Pelos meus olhos que O viram,

                                                            Pelo meu coração extasiado

                                                            Com

                                                            as bênçãos

                                                            da Existência

                                                                                                    Satyam Ida Olga

 

 


Ma Satyam Ida Olga  -  foto durante o Meditation’s Day.

 

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