OSHO CONEXÃO BRASIL                                                         abril de 2004    


Sannyas: uma experiência do dia-a-dia

 

Todos os meses estamos apresentando nesta seção o depoimento de um discípulo do Osho que adotou a meditação em seu dia-a-dia e aqui compartilha conosco essa sua experiência. Neste mês estamos apresentando o depoimento do Sw. Prem Ashara. 

Há muito anos Ashara tem coordenado o Osho Center de Fortaleza. Desde 1987 tem visitado regularmente a Osho Commune em Puna-Índia, onde chegou a residir de 1994 a 1997. Lá ele fez toda a sua formação e atuou como terapeuta, dando sessões individuais e trabalhos em grupo. Ainda em Puna, Ashara criou sua forma própria de trabalhar que chama de Terapia Quântica. Atualmente Ashara desenvolve seu seu projeto de levar meditação e relaxamento às empresas. Tem conduzido workshops de Constelação Familiar em várias cidades.  Em Fortaleza, Ashara está canalizando energias para a inauguração do Estação Zen - Spa de Meditação e Terapias Holísticas.

 


                   

                    Acabo de fazer uma meditação ativa do Osho – a Kundalini. Acho que esta meditação resume de forma brilhante a minha experiência no dia-a-dia, bem como a minha experiência de ser um saniasin (discípulo do Osho). Ela é composta de quatro estágios: no primeiro estágio você permite que seu corpo chacoalhe, vibre, se mexa; no segundo estágio você permite que seu corpo dance, flua com a música; no terceiro estágio você simplesmente observa tudo o que está acontecendo com você e com o ambiente à sua volta e no último estágio você deita, relaxa e se entrega, não há mais nada a ser feito.

                   Nesse momento tenho feito essa meditação diariamente e há exatos vinte anos que a pratico. Quem nunca fez as meditações do Osho pode estar se perguntando: Nossa! Vinte anos fazendo esses mesmos quatro estágios? Mas, pra mim, que os pratico há vinte anos, é como se estivesse praticando hoje pela primeira vez, da mesma forma que acordo todos os dias e tomo café-da-manhã, trabalho, namoro, faço todos os tipos de coisas. Na minha experiência existem duas maneiras de viver o dia-a-dia: a primeira é senti-lo como algo repetitivo, muitas vezes pesado ou enfadonho; a segunda maneira é senti-lo como se fosse a primeira vez que estivéssemos fazendo. Mas, vale ressaltar que isso não é simplesmente uma questão de escolha, e sim, uma questão de estar com a consciência focada no presente no exato momento em que estamos fazendo algo ou mesmo em total estado de passividade.

                    Mas o que tudo isso tem a ver com os quatro estágios da meditação Kundalini? Tudo a ver! Há momentos em que estou chacoalhando com a vida ou a vida está chacoalhando comigo. Eu tento, me apresso, faço, me desespero, fico ansioso, estou na luta com a vida. Às vezes, estou como no segundo estágio, dançando com a vida. Eu brinco, rio, me divirto... a vida é simples e fácil, me deixo levar pela correnteza. No terceiro ato da minha vida, tudo isto, da mesma forma, acontece, mas existe uma diferença fundamental, é que estou com a consciência em total estado de alerta. Osho chama de “choiseless awareness” que se traduz como “consciência presente, sem escolha”. E por que isso muda tudo? Este, pra mim, é o maior presente que recebi do Osho. A percepção de que a consciência focada no presente muda tudo. Tudo o que faço sem a consciência no presente é enfadonho, repetitivo, duro, chato e ao contrário, o que faço com a consciência no presente é novo, juvenil, vibrante, cheio de vida, transbordante. E o quarto estágio? Bom, nesse nem mais observar é preciso. Total entrega, total aceitação, “deixa a vida me levar”, deixa ser, deixa estar... dissolução com a existência. E alguém perguntaria: Se você conhece as quatro formas de viver, porque então não escolhe a melhor forma e faz dela a sua vida? Bem, não sinto que seja exatamente assim! É verdade, conheço os quatro estágios, e todos os dias experimento os quatro. Aprendo a cada dia, a lutar com consciência, a dançar com consciência, a observar com consciência e a me entregar com consciência. Os três primeiros estágios você pode fazer e praticar, mas o último é um acontecimento. Quando estou consciente desse estágio de entrega total, o tempo pára, este momento é tudo, a vida é uma profunda comunhão com o todo. Mas não posso me apegar a esse estágio, pois o apego é novamente entrar na luta, tentando ser, tentando ter. A miséria bateu à sua porta novamente. Existem vários buscadores apegados a esse estágio. Sinto que vivem a ilusão do “encontro”. E aí novamente agradeço ao toque do meu Mestre que diz que devemos brincar com os quatro estágios. “A existência quer você exatamente da forma que você é, nem mais, nem menos!”

         E novamente começo a brincadeira existencial. Trabalho, me divirto, namoro, medito, deixo a vida me levar, ciente de que a essência da vida está na maneira que eu a tomo, que eu a recebo, e não na maneira que a dirijo ou que a controlo.

         Estou agora construindo um espaço de meditação e terapia, dando grupos de Constelação Familiar, vivendo com minha mulher, meu filho, isto é, trabalho, tenho responsabilidades, me divirto, amo... tudo igual a qualquer ente humano. Mas existe uma pequena diferença... E isso é o que esses anos de prática meditativa me deram... e, - segredo - não podem mais me tirar, por uma simples razão: estou com minhas mãos abertas.

                                                   Swami Prem Ashara                                         


Swami Ashara, do Estação Zen - Spa de Meditação e Terapias de Fortaleza - está abrindo a sua agenda para facilitar workshops de Constelação Familiar em qualquer lugar do Brasil. Interessados em produzí-lo remeter e-mail para ashara@secrel.com.br ou visite o site www.secrel.com.br/usuarios/e-zen para mais informações sobre o trabalho.

 

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