Subuddha
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Olá
pessoal,
Fevereiro
chegou trazendo um clima menos seco, dias mais
quentes, noites agradáveis e manhãs frescas –
melhor levar um xale ou uma malha para o caminho até
a Dinâmica. Fevereiro trouxe também uma certa
excitação entre alguns com a notícia de que o Sw.
Veeresh estava a caminho. |
O
Resorte continua cheio, mas menos pessoas. Melhor assim. Em
Janeiro havia longas filas para quase tudo, não estava fácil
conseguir mesas nos horários das refeições, e sempre
muita gente em toda a parte. Agora ainda está cheio, mas
tem mais espaço e menos filas.
Descobri
com o tempo que há muitos brasileiros no campus. Pelo menos
trinta passaram por aqui nesta temporada – segundo a
enquete que fiz. Como não é comum ver grupos de
brasileiros; nós gostamos de nos aproximar das pessoas
segundo a afinidade pessoal e não por nacionalidade, e também
como não há um tipo físico brasileiro – somos louros,
mediterrâneos, morenos, negros, asiáticos e até índios
– fica difícil identificar e saber quantos estão por
aqui.
O
Multiversity continua a mil, com muitas atividades. Com a
chegada do Veeresh e alguns terapeutas do Humaniversity,
outros grupos e meditações foram integrados à programação,
aumentando as possibilidades para quem está aqui neste período.
Eu
não conhecia o Veeresh, nunca o havia visto pessoalmente.
Ele é um cara interessante. Parece um astro pop, tem
carisma e energia contagiante. E o melhor de tudo é que ele
trouxe na bagagem algumas atividades cheias de energia e
muito gostosas de participar; como a AUM Meditation, por
exemplo.
Ao
todo foram programadas três ou quatro seções da AUM
Meditation sob a coordenação do próprio Veeresh. É uma
maratona. São doze estágios em cerca de duas horas e meia
de atividades: tem explosão, tem cartase, tem choro e tem
também muita dança, muita sensualidade, riso, encontros,
amor e celebração.
Eu,
claro, não podia ficar de fora, na primeira seção lá
estava eu e mais de duzentas pessoas no Plaza esperando a
hora de seguirmos todos juntos para o auditório. Uma agitação
só. Gente correndo numa direção para por o carimbo no braço,
gente correndo noutra direção para buscar e colocar seus
nomes nas garrafas d’água, gente procurando gente, gente
sentada rindo e falando alto e um clima de paquera no
ar.
Pouco
depois das nove e meia (da noite) saímos em direção ao
auditório. Não parecia uma procissão, o clima estava bem
mais para micaretas, trio elétricos e coisas tais. Na
entrada mostrávamos nossos pulsos carimbados e corríamos
para dentro como adolescentes na balada. Do lado de dentro a
música rolava solta, ótima música, super dançante. No
centro do auditório, bem no meio da pirâmide, colchões
demarcavam o quadrilátero onde tudo ia acontecer. Os
facilitadores incentivavam a dança e o clima de festa, e
logo todo o lugar estava vibrando e cheio de energia. Em
seguida o Veeresh chegou para nos conduzir na nossa viagem.
Ele esteve presente liderando o grupo de facilitadores,
anunciando e incentivando as pessoas a cada novo estágio da
meditação, caminhando no meio e interagindo conosco todo o
tempo.
Não
vou descrever os doze estágios para vocês, mas posso dizer
que ao final estávamos todos exaustos, vazios e completos,
e pulsando. Vivos! E claro, com muita fome.
No
Campus as horas são marcadas por um galo que canta. Canta
duas vezes. A cada hora cheia o galo canta e cerca de três
minutos depois canta novamente. Somente agora fui saber a
razão deste duplo cantar: tem a ver com as técnicas do
Gurdjeff que foram incorporadas ao Resorte. O galo canta a
primeira vez para lembrar as pessoas de olhar para dentro,
de olhar para o entorno, de sentir e de silenciar por alguns
minutos ao longo do dia (de trabalho). Depois canta
novamente para que as pessoas voltem às suas atividades,
mas com uma outra consciência, em estado de alerta.
Obrigado Bhadra pelo toque. Este pequeno detalhe contribuiu
imenso no meu trabalho pessoal.
Como
ninguém é de ferro, estou de partida para Goa – quero
fazer o circuito completo! E de lá retorno ao Brasil. Foi
um grande prazer para mim, ter tido a oportunidade de
escrever para o Osho Conection. Falar das experiências
pessoais de estar aqui exigiria muitas e muitas laudas, então
optei por falar dos aspectos externos deste lugar –
aqueles que são comuns a todos. A viagem interna, esta mais
forte, pesada (às vezes) e inesquecível, é pessoal. Desta
não faria sentido eu contar por que cada um viverá a sua,
que será única, individual e intransferível. Entretanto
uma coisa é certa e comum a todos que vêm aqui: ninguém
passa indiferente por este lugar. Ninguém volta o mesmo
depois de vir a Poona.
Com amor,
Subuddha.
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