Depois de cinco anos vivendo e trabalhando no resorte de
Osho em Puna, tenho agora
alguma experiência pessoal, com base na observação,
amizade e relacionamentos, suficiente para fazer um perfil
dos visitantes do resorte que procedem de mais de cem países
do mundo inteiro. Desnecessário dizer que é tudo somente
uma abordagem não-séria de minha parte. De qualquer modo
é assim que vejo as coisas.
Aqui
estão algumas curiosidades com relação ao comportamento
dos visitantes no que se refere a relacionamentos, hábitos
e condicionamentos começando aqui, pelo lado do Oriente
As mulheres
indianas, aqui no resorte, raramente se relacionam com
Ocidentais devido ao peso dos condicionamentos da milenar
cultura indiana. A antiga regra do parceiro escolhido pela
família visando o casamento ainda prevalece na Índia.
Contudo a juventude feminina das grandes cidades da Índia
de hoje estão usando jeans e mini-saias e praticando o
sexo fora do casamento como nos outros países.
Osho afirmou
que a mulher indiana não tem a menor idéia do que seja
um orgasmo sexual.
A maioria dos homens jovens indianos que freqüentam
o resorte têm o objetivo específico de
relacionar-se com mulheres ocidentais, vendo nisso uma oportunidade de deixar a Índia em busca de uma vida melhor no
Ocidente ou em
algum
outro país mais rico da Ásia como Coréia do Sul e Japão.
Vale dizer
que os indianos, tanto homens como mulheres, são os mais
conectados com a prática da meditação aqui em Puna.
Não
encontrei até hoje nenhum chinês procedente da China
comunista visitando o resorte. Todos os visitantes
chineses procedem de Taiwan. Os poucos visitantes chineses
que não são de Taiwan residem no Ocidente ou em Hong
Kong.
Das orientais,
as coreanas são as mais bonitas e vistosas, relacionam-se
com quem gostam, sem preconceitos. Também as taiwanesas são
bem afetuosas, porém inexperientes porque em Taiwan não
é comum o namoro fora do casamento como ocorre no
Ocidente.
As japonesas
aparentam ser sérias e fechadas para o relacionamento.
Primam pela eficiência no que quer que façam. A
fidelidade para as mulheres orientais ainda é uma regra
seguida à risca aqui no resorte contrariando a orientação
de Osho que dizia que a liberdade do indivíduo tem
prioridade absoluta.
Outra
curiosidade é a ausência quase total dos árabes mulçumanos
no resorte de meditação de Osho. Os condicionamentos da
religião islâmica exige fidelidade ilimitada dos mulçumanos.
Ouvi dizer que outro dia um jovem do Kuwait esteve
visitando o lugar por alguns dias. Algo raro.
Os únicos países
mulçumanos com saniasins de Osho ativos são a Turquia, o
Irã e a Malásia. São exceções.
A Tailândia também, apesar de não ser mulçumana e
sim
budista, tem presença rara no resorte.
Os israelenses
homens são conquistadores e as mulheres de difícil abordagem. Contudo demonstram ser muito unidos entre eles até
por
uma
questão de segurança.
O número de
visitantes da Rússia no resorte tem aumentado bastante
com a melhora da situação econômica do país. Eles
gostam de fazer amizade com ocidentais e também adoram a
música e a dança brasileira.
Agora, o lado ocidental:
Dos europeus, podemos destacar os italianos que são
abertos, amistosos e brincalhões.
Eles têm um comportamento bem latino. O maior e
mais ativo centro do Osho na Europa fica em Miasto, na Itália.
O número de visitantes procedentes da Espanha tem
aumentado muito nos últimos anos.
Os outros países da Europa, os visitantes parecem sérios
e frios. Preocupam-se com a eficácia no funcionamento das
coisas. Os melhores terapeutas da Multiversidade de Osho são
da Alemanha.
Do continente africano vemos visitantes somente da África
do Sul. Provavelmente por razões financeiras. A raça
negra não parece ter se conectado com a visão de Osho.
Muito raro encontrar pessoas de cor negra no resorte, à
exceção de alguns norte-americanos.
Os norte-americanos (Estados Unidos, México e Canadá) são
presença constante no resorte de Osho. Bom lembrar que os
americanos perderam a oportunidade de ter o maior centro
de crescimento espiritual do mundo se a comuna de Osho no
Oregon tivesse subsistido à pressão do governo Reagan
nos anos 80. Os visitantes desses países são os mais
desinibidos para os relacionamentos, principalmente as
americanas, mas poucos se conectam com a meditação.
A América Central e Caribe também é presença rara aqui
no resorte. Conheci apenas um Hondurenho e um Jamaicano
alguns anos passados.
Da América do Sul vemos a presença constante
principalmente de colombianos, chilenos e argentinos, mas
sempre em número reduzido principalmente devido aos
custos financeiros da viagem e estadia. A música latina
(salsa e merengue) é muito executada e apreciada nos
eventos do resorte.
Finalmente o Brasil:
Amistosos, alegres e brincalhões são os brasileiros que
passam aqui pelo resorte. Nossa música e dança tem muito
espaço por aqui. As festas brasileiras estão ficando
famosas em Puna. As brasileiras são sempre maioria.
Algumas residem na cidade há muitos anos desde quando
Osho estava aqui no Ashram. Outros demoram de um a seis
meses freqüentando o resorte, alguns como trabalhadores
residentes, até os recursos se esgotarem. Os que ficam
por mais tempo tornam-se negociantes, adquirindo e
enviando mercadorias da Índia para o Brasil.
Algumas
brasileiras gostam do relacionamento com indianos e acabam
casando-se com eles também para facilitar a obtenção de
visto de permanência na Índia.
Devo
registrar que são raros os brasileiros que se dedicam a
meditação diária, pelo menos enquanto estão aqui no
resorte.
Puna, 29 de Setembro de 2005
Swami Prasado
swamiprasado@yahoo.com
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