Como
foi que você teve a inspiração para compilar toda a
literatura de Osho de livros, discursos gravados em
cassetes, vídeos, filmes e fotografias em Hindi e Inglês?
Como você conseguiu a permissão do próprio Osho para
fazer esse trabalho?
Tive a inspiração para realizar esse trabalho quando
trabalhava na farmácia de ervas Ayurvédicas. Eu me dei
conta que desde 1970 estive lendo os livros de Osho
tomando-os emprestado de vários amigos. Eu apenas lia os
livros. Isso aconteceu até 1986. Devo ter lido uns 150
livros de Osho emprestados dos amigos. Decidi naquele
momento que a partir de agora eu montaria os discursos de
Osho nas línguas Hindi e Inglês de acordo com os
assuntos e conteúdo. Eu não possuia um único livro de
Osho. Como poderia fazer o trabalho de compilação de
acordo com o assunto?
Em janeiro de 1987 Osho retornou do Oregon, na América,
para o Ashram de Puna. Alguns dias depois fui com alguns
saniasins que me pagaram a passagem de trem de Ahmedabad
para Puna. Eu queria participar dos darshans de Osho no
Ashram. Naquela época eu não tinha lugar para morar em
Puna e não tinha aonde guardar os 25 livros de Osho que
ganhara de presente de Sw Anand Chaitanya, no meu aniversário
em 25 de Outubro de 1988. Eu costumava dormir nos bancos
do crematório (Burning Ghats) próximo ao rio Mulla.
Ficava lendo os livros debaixo da lâmpada de um poste até
as 3 horas da manhã. Depois, ao acordar de manhã cedo, me dirigia ao Ashram para
tomar um banho.
Nesse ano de 1988, um dia tomei coragem e decidi escrever
uma carta ao Osho, descrevendo minha intenção de compilar
seus discursos. - “Eu quero saber se isto procede da
minha mente inconsciente ou se você está me inspirando
para fazer este trabalho? Pois tomei sânias para conhecer
a mim mesmo. Não quero perder a oportunidade nesse
nascimento, nessa vida, na sua presença. Somente após
muitas vidas é que a gente encontra um mestre como você.
Eu não quero ser um intelectual em palavras e escrituras,
também não quero ser um filósofo – esse tipo de
conhecimento é um obstáculo para a pessoa conhecer a si
mesma.
Se
este trabalho de compilação for me impedir de realizar a
verdade, de conhecer a mim mesmo, então não quero fazer
esse trabalho. Mas se esse trabalho puder ser feito aliado
a consciência interior, com auto-lembrança, então estou
disposto a fazê-lo. Eu quero suas bênçãos.”
Depois
de três dias recebi a resposta dele: ‘Continue seu
trabalho’
minhas
bênçãos – Bhagwan Shree Rajneesh.
Atualmente já devo ter lido e compilado 400 livros de
Osho em Hindi e em Inglês. Escutei 1500 discursos
do Osho em cassetes, vídeos e dvd. Desde 1988 tenho
dormido somente por 4 horas e o resto do dia é devotado
apenas a esse trabalho. Se deus quiser e com as bênçãos
do meu mestre esta compilação será publicada na forma
de livro, livro eletrônico (ebook), em áudio, vídeo,
CD, VCD, MP3 e DVD e em outras futuras novas formas. Se
este trabalho não for publicado então o deixarei todo
como os quadros de Van Gogh. O mestre tomará conta disso.
Só ele sabe como fazer seu trabalho. Sou apenas seu bambu
oco, seu médium. Ele que realmente está guiando meu
trabalho.
O
que você entende quando Osho diz ‘Zorba o Buda’? Por
favor, fale alguma
coisa sobre sua ‘vida Zorba’ e sua ‘vida Buda’.
A soma total da visão e mensagem do Osho é transmitida
nestas duas palavras ‘Zorba o Buda’. Este é o sutra
que explica seu ponto de vista sobre a vida. Estas duas
palavras não são contraditórias. Elas significam a
mesma coisa.
Zorba significa o prazer do corpo físico, interesses
externos, valores materialísticos, atividades externas,
movimento, criação de arte, religião, ciência,
dinheiro, negócio, etc… O que quer que seja visível
pode ser incluído nisso.
E Buda significa individualidade introvertida, paz, vazio,
meditação, alma, Deus, mundo invisível, religiosidade,
espiritualismo, misticismo, mundo desconhecido e incognoscível.
Estas duas palavras, porém, estão interconectadas. Osho
quer a síntese delas e esta é a sua contribuição
original para a humanidade.
Após meu primeiro ‘Darshan’ com Osho e depois de
entender sua nova visão da vida, meu Zorba e Buda começaram
a mover-se juntos.
Devido a esse entendimento do interesse de Zorba pela vida
exterior iniciei minha vida acadêmica em matemática no
Gujarat. Também aprendi as línguas Hindi e Sânscrito.
Estudei a ciência Ayurveda por cinco anos e consegui a
medalha de ouro nos exames finais. Além de minha vida
acadêmica tive também outros hobbies como música clássica
indiana vocal e instrumental e pintura. Também muita boa
literatura, cassetes, cds, vídeos e dvd dos melhores
filmes.
Hoje tenho três mil livros de diversos assuntos e sete
mil cassetes de música e quatrocentos CDs. A maior coleção
do estado de Maharastra. Em agosto de 1997, o jornal local
‘Pune Times of India’ publicou uma entrevista comigo
com o título: ‘Uma pessoa de inúmeros hobbies’.
Com relação aa atividades corporais aprendi: acupressura,
massagem, massagem psíquica, shiatsu, linguagem corporal,
sexo e tantra, técnica Alexander, bio- energética,
respiração, natação, cozinha, jardinagem, direção,
trekking, montanhismo, viagens, etc.
Com
relação a atividades profissionais tenho que dizer que a
medicina Ayurveda é meu principal interesse. Desde 1974
que trabalho com isso. Minha clínica de consultas Ayurvédicas
é conhecida como ‘Ayu Centre’. Durante 10 anos (1976
– 1986), produzi seiscentos remédios de ervas ayurvédicas
no nome de ‘Ayu produtos’.
Com relação a ciência no nível mental aprendi mantra,
leitura facial, análise da leitura de mão, I Ching,
numerologia, leitura das cartas do tarô, cura, cura pelo
prana, reiki, terapias alternativas, aura, aroma-terapia,
terapia das cores, psicologia do cristal, hipnose, sonhos,
filosofia, eneagrama, pêndulo, pirâmide, astrologia,
leitura da energia esotérica.
Todas
essas diferentes ciências e conhecimento aprendi lendo
durante a noite durante 4 anos quando trabalhava na escola
de mistérios na Comuna Internacional de Osho entre os
anos de 1987 e 1990.
Com relação ao Buda meu Sadhna começou em 1971. Fiz a
meditação dinâmica por dez anos no centro de Osho da
minha cidade. Comecei a ensinar meditação também por
dez anos para um grupo de 10 a 15 pessoas. Conduzia e
facilitava três dias de campos de meditações por cinco
anos no Gujarat. Fui o primeiro saniasin indiano a
participar da Escola de Mistérios da comuna de Osho em
Puna.
O
que você alcançou com todo esse trabalho com relação
ao Osho? Como é sua vida no presente?
Estou cheio de gratidão ao Osho pois tenho vida real e
o êxtase dele. Minha vida agora tem sentido. Se eu não
tivesse encontrado Osho minha vida não teria o menor
significado a não ser frustração.
Agora não tenho nenhum desejo. Nenhum desejo por iluminação
ou por nascer de novo ou o que quer que seja. Ele me
tornou silencioso e sereno. Ele me deu o supremo
entendimento e tornou minha vida multidimensional.
Existe harmonia e equilíbrio em meu corpo, sentidos,
prana, mente, coração, consciência e além da consciência.
Com as bênçãos dele minha mente está aprendendo a cada
momento. Ela está aberta. Livre de todos os
condicionamentos. Todos os conceitos e rótulos foram
abandonados. Agora observo tudo maravilhado. Minha vida é
plena de brincadeira, dança, riso, amor, luz, música,
celebração, percepção e ‘Khumari’ – embriagado
pelo êxtase.
Vivo de momento a momento com perceptividade total. Vivo
cada momento, cada ação e inação, eventos e situações.
Agora tempo e espaço não podem criar qualquer perturbação
em mim. Esta vida não será inútil. Agora vou desse mundo
após distribuir e partilhar seu trabalho e visão.
Este corpo e esta vida é para meu amado mestre Osho.
Puna, 31 de Agosto de 2005
Swami Prasado
swamiprasado@yahoo.com
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