OSHO CONEXÃO BRASIL                                                         setembro de 2004 


Notícias de Puna



Mensalmente, o boletim Osho Conexão Brasil apresenta aos seus leitores notícias diretamente de Puna, Índia. Esta coluna é de responsabilidade do Sw. Prasado, brasileiro, há alguns anos residente em Puna, na Osho Commune International, onde é o responsável pela tradução para o português do site oficial do Osho:   www.osho.com .



Sw. Prasado em Puna

 

Oi Amigos,

          A temporada de chuvas já está passando aqui em Puna, muita água caiu nesses dois meses (julho e agosto) das monções. Os rios e as represas agora estão cheios.
          A Índia estava precisando disso.  

          Agora vamos falar de coisas alegres, vamos tratar de eventos de entretenimento e lazer no resorte de Osho.  
          Muitos eventos acontecem à noite depois da cerimônia do Robe Branco das 21: 30 até meia noite - festas dançantes no topo da lista! Outros eventos acontecem esporadicamente como bingos, apresentações de artistas e músicos indianos, shows de bandas convidadas no Osho Auditório, meditações ativas de danças, meditações sob a lua cheia, vídeos, cinema, teatro, shows de variedades e eventos de Brunch (almoço variado) que acontece uma vez por mês.

 

                                       Programação Semanal do Resorte

Às segundas -  Monday Night Life – com música instrumental ao vivo.

Às terças – Painting party, bingo ou show de variedades no Plaza com apresentações individuais, karaôke, piadas.

Às quartas - Plaza party - Festa dançante no salão do Plaza com música Dj's.

Às quintas – exibição de filme no salão do Plaza.

Às sextas - Sannyas celebration  - Cerimônia de iniciação de novos sannyasins de Osho com música ao vivo e muita celebração.

Aos sábados - Plaza party - Festa dançante no salão do Plaza com música Dj’s.

Aos domingos - Pool party (festa na piscina) com música Dj’s, danças, apresentações de teatro, brincadeiras, sorvetes, drinks e snacks.

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                                       Entrevista: Radha

          Nesse mês temos nossa primeira entrevista, e a convidada foi a brasileira Radha, uma das coordenadoras dos eventos.  
          Radha, com sua energia alegre e envolvente, nos conta como chegou aqui e depois passou a integrar a equipe responsável pela coordenação dos eventos de entretenimento e lazer do resorte de meditação de Osho.

Prasado: Como você ouviu falar de Osho pela primeira vez?  

Radha: Conheci o Osho no Chile. Foi assim: No último ano de faculdade, tomei a decisão de ir pra Índia, mas antes, decidi viajar pela América latina, sentia que ainda não estava preparada para a Índia, até me lembro que escutei a palavra Osho, por um amigo, mas não me chamou a atenção pra perguntar mais.
      Comecei minha jornada  pela Argentina em meados do ano 2000, e então, conhecendo muita gente no caminho, fiquei sabendo do Pradhana, um chileno que estava iniciando uma comunidade perto de Vina del  Mar, no Chile.  
      Depois de um mês, acabei encontrando aquele que seria meu companheiro por dois anos e o primeiro sannyasin da minha vida. Cheguei na comunidade do Chile pra passar uma semana e não sai mais de lá até o final do ano de 2002, depois a comunidade se dissolveu devido a dificuldades com o lugar em si e entre as pessoas, que não eram muitas, apenas seis residentes.  

        Radha numa de suas performances
      Foi nessa comunidade, que aprendi a meditar pela primeira vez, fiz as primeiras Kundalinis, até tentei fazer a meditação dinâmica sozinha, mas achei que algo devia estar errado com a música, como que podia ficar saltando por tanto tempo, só louco mesmo...  
      Neste lugar, chamado finalmente de Aldeia Gaiapacha, vivenciei minha primeira experiência com a vida em comunidade e tudo que isso implica; troca intensa de alegria, raiva, tristeza, confusão e amor, aprendendo tanto em tão pouco tempo.  
      Li muito o Osho, no início, não me caia muito bem, principalmente porque Pradhana, meu namorado na época, influenciado pela visão de Osho, dizia que não tinha ciúmes, que não se importaria se eu saísse com outro homem. Eu queria matar o Osho!
      Mas depois, acabei me apaixonando por este ser (Osho), por suas palavras, por mais que, às vezes, me machucasse muito, então entendi que, na verdade, me faziam ver e sentir muitas coisas dentro de mim mesmo.  

P: Você foi aceita no resorte no programa residencial. Agora fale que impressões você teve desse  lugar na sua chegada e também sobre seu trabalho, na equipe de eventos do resorte.

R: Quando cheguei aqui no resorte (Novembro/2003) estava muito presa a idéia de que o mundo ia acabar logo. Assim, no primeiro dia, a impressão foi: se um dia o mundo acabar, quero estar aqui quando isso acontecer. (risos)  
      Bem, senti muita energia, me sentia em casa, com tantas pessoas parecidas comigo, não me sentia mais um peixe fora d'água. Comecei trabalhando na padaria por um mês, depois fui parar no departamento de eventos onde estou até hoje.  
      Meu trabalho aqui é o de produzir todos os eventos noturnos e alguns durante o dia, ou seja, tudo que envolve entretenimento e diversão no resorte. 
      Mas o trabalho não é só diversão, é muita responsabilidade também, ter certeza de que tudo vai dar certo, desde luzes pra festa, a música, a decoração. Também é um trabalho que exige criatividade, tenho que estar criando o tempo todo, inventando, tendo novas idéias.  
      Fiz algumas festas brasileiras e ensinei todos a dançar axé. Não gostava muito da música Axé quando estava no Brasil, mas aqui é diferente, não tem o julgamento de que é algo vulgar, e afinal, como estamos aqui para meditar, isso acabou virando ‘Zen Axé’,  e todos deliravam com a música e a dança, me fazendo sentir num carnaval da Bahia. Também fiz festa junina com quadrilha, casamento caipira e tudo, a maioria por aqui nunca tinha visto algo parecido.  
      Assim, sinto muito prazer no meu trabalho, muitas vezes, passo horas sentada, pintando, cortando, criando uma nova decoração.  
      Agora estou dando massagens, após fazer um treinamento aqui na Multiversidade e, também facilito o grupo de terapia Born Again (Nascer de Novo), que é minha paixão. 
Me sinto realmente em casa, cercada de irmãos e irmãs.  
     
E mais, depois de participar do grupo "primal feelings",  passei a reconhecer alguns pais e mães na comuna. Aqui a gente aprende muito, trabalhar aqui foi uma das melhores escolhas da minha vida.

P: Você disse que estamos aqui para meditar. Esse lugar surgiu primeiramente como um Ashram ao redor de Osho, depois passou a funcionar como uma comuna e agora tornou-se um resorte de meditação. Você acha que, apesar do 'business', esse ainda é um lugar para crescimento e transformação pessoal?

R: Como é a primeira vez que estou aqui, não dá para comparar como era antes, mas o chamado business (negócio) pode ser uma necessidade para o lugar continuar funcionando. O que sei é o que vejo e experiencio aqui. Claro que tem umas coisas que não gosto muito, mas isso não conta. Aqui tem espaço necessário pra pessoa, se quiser, ficar consigo mesma. Aqui me permito cada vez mais estar no meu espaço.  
      Tem meditação o dia inteiro, tem festa, mas também coisas muito fortes, pra todo tipo de escolha.  
      Trabalhar aqui, às vezes, fica muito estressante, como em qualquer outro lugar, mas aqui você tem as "ferramentas" necessárias  pra se dar conta que é você mesmo que faz ficar estressante, e isso que é maravilhoso.  
      Sim, aqui ainda é um lugar para meditação, pra experimentar muitas coisas novas, e também, para encontrar amigos, como uma família. Não sei de outros lugares onde vc possa encontrar todos os seus amigos sannyasins, do mundo inteiro, como aqui.

P: O que você mais gosta de fazer em seu trabalho, você tem alguma meditação favorita?

R: O que mais gosto de fazer e que também é minha meditação favorita é a brincadeira do sombra, é um tipo de palhaço, de mimo, não sei o nome em português, mas é quando me visto de branco e negro, com a cara pintada de branco, e sigo as pessoas, exagerando o jeito de andar. Geralmente faço isso nos eventos de brunchs (almoço variado).  
      Depois fico em silêncio, totalmente no momento, isso me dá muita energia, chego até a não sentir vontade de comer depois de fazer isto. Gosto também de sentar em silêncio e fazer minhas decorações para os eventos.  
      Agora, das meditações convencionais, a que mais gosto no momento é o AUM porque tem todas as emoções numa só meditação, onde posso expressar minha raiva e tristeza pra fora, etc...

                                                                           Puna, 28 de Agosto de 2004

                                                                                       Swami Prasado  
                                                                   e-mail: swami_prasado@hotmail.com

   

 

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