OPINIÕES,
METAS, PONTOS DE VISTA, ATITUDES E OUTRAS INVENÇÕES DA MENTE.
Desde que iniciamos a edição deste boletim pela internet,
assumimos um compromisso: o de que o boletim deveria ser
distribuído até o primeiro dia de cada mês. Assim aconteceu
durante 21 meses. Essa era uma de nossas metas.
Neste
22º mês, quando nos preparávamos para, mais uma vez, cumprir
as datas pré-estabelecidas, o nosso computador pifou. Ficou
indo e voltando várias vezes ao técnico que nos presta assistência,
até que chegou o carnaval sem que tivéssemos condições de
concluir a edição do boletim de fevereiro.
De
início, não foi fácil para mim, Champak, encarar essa
possibilidade de não cumprir a meta de distribuir o boletim até
1º de fevereiro e, ainda, deixar de responder aos mais de 10
e-mails que recebemos diariamente.
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Sw.Bodhi Champak
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Mas, como que por obra do
destino, um beija-flor chegou dançando à minha janela e me
soprou ao ouvido: “Nada é por acaso; veja os sinais que a
vida está lhe mostrando”. Imediatamente a tensão cedeu
lugar a um relaxamento e comecei a rever todo o trajeto que
tenho percorrido com o boletim nestes 22 meses. Permaneci
por mais de uma semana sem acesso ao computador. E muita
coisa ficou clara para mim. Pude ver como tenho sido um
guerreiro, muito antes mesmo de estar editando este boletim.
Particularmente ao criar esta seção, tenho manifestado
minha opinião, meu ponto de vista, e tenho assumido
atitudes diante de várias situações.
É
claro que aproveitei as “férias forçadas” e recorri ao
Osho, buscando mais clareza e entendimento. E tropecei na
seguinte pergunta, no livro Vida Amor e Riso, da Editora
Gente: “É importante ter algum tipo de atitude em relação
à vida?” e no meio da ampla resposta do Osho, um parágrafo
me tocou:
“...Todos nós temos atitudes: esta é a nossa angústia.
Todos nós olhamos a partir de um determinado ponto de
vista; por isso a nossa vida se torna pobre, porque cada
aspecto pode, no máximo, ser apenas unidimensional, e a
vida é multidimensional. Você deve ser mais líquido, mais
fluido; deve derreter-se mais, fundir-se mais; você não
está aqui para ser um censor. Não há nada a ser
resolvido. Não tome a vida como um problema; ela é um mistério
tremendamente lindo. Beba-a: ela é puro vinho! Embriague-se
com ela!”
Nada
mais precisava ser dito.
A
proposta original do boletim era que o foco central fosse a
veiculação da mensagem do Osho e não a divulgação das
opiniões, pontos de vistas e atitudes minhas ou de quem
quer que seja.
Desde
que eu comecei a fazer o boletim, a escolha do texto tem
sido bastante aleatória e sempre o texto diz alguma coisa
que eu preciso ouvir naquele momento (e muita gente tem
escrito que o mesmo ocorre com elas). Eu só começo a fazer
o boletim depois de traduzir o texto. E ele tem funcionado
como a orientação básica para cada edição. E neste mês
de fevereiro, o texto, como sempre, deu um seu recado bem
preciso sobre todas essas questões. Podem
conferir.
Percebi que “eu” estava
“dando uma direção” ao boletim. E que ele, ao contrário,
deveria ser mais fluido. Nesses dias "sem ter nada para
fazer" tive um insight e senti que o
boletim deveria se limitar ao texto do Osho, seus toques, às
notícias de Puna e à seção Caixa de Entrada, a qual
deveria ser o canal de divulgação das mensagens recebidas
de leitores, dos Centros, da Osho International, etc.
Bem, recebi o recado e disse
sim. Doravante, o boletim ficará reduzido àquelas
seções. Mas,
o que fazer agora com as várias mensagens que recebi ao
longo deste mês, com reflexões a respeito das questões que eu mesmo
levantei nos números anteriores? E o que fazer com a
expectativas de leitores que aguardavam mais um capítulo
sobre essas questões?
Resolvi, então,
que neste mês estaremos apresentando, pela última vez,
esta seção e não apenas com a minha própria opinião mas
também com a opinião de vários leitores amigos que nos
escreveram.
Por
isso, nessa sua última aparição, mudamos o título da seção
para “Opiniões Pessoais”.
Isso não significa que eu
esteja dando um passo atrás nas opiniões que externei em
edições anteriores. Aquelas são as minhas opiniões e
não as opiniões de um boletim que carrega o nome do Osho.
Isso tem um significado e uma
responsabilidade. Se for preciso guerrear, irei guerrear,
mas usando o meu próprio nome e não o do Osho. |
A primeira manifestação que publicamos é a do Neerava, de
Florianópolis. Sw. Anand Neerava é jornalista e já é conhecido
dos nossos leitores - veja seu depoimento no boletim nº 16, de
agosto de 2004, disponível em nosso site www.oshobrasil.com.br
na página "Boletim", seção "Sannyas...".
Ele nos escreveu:
Caro Champak,
Me solidarizo com a
atenção que você vem dedicando no sentido de proteger o
nome, o trabalho e a comunidade original de nosso Mestre Osho.
Não é fácil a
tarefa que você e os líderes da comunidade internacional do
Mestre têm nas mãos.
Concordo que, cada um
de nós, deve agir dentro do que sentir adequado e possível,
ao nosso alcance.
A questão é
delicada. Por vezes, indivíduos agem de forma frontalmente
inadequada e mesmo desonesta, em nome do Mestre. Por outras, são
bem-intencionados e sinceros, legítimos, mas eventualmente
contrariam orientações gerais do trabalho de Osho.
O discernimento sobre
o que merece censura, advertência e proibição, denúncia; e
o que é julgamento, projeção e tentativa de controle nosso,
de nossos Egos, deve ser procedido com cautela e serenidade.
Apenas para referência
histórica, recorde que todos os Mestres e comunidades do
passado passaram por situações semelhantes, análogas ou idênticas.
E daí advieram as diferentes ordens, as dissidências, as
rupturas, os conflitos, as perdas, as divisões e, até mesmo
as perseguições, os ódios, a competição, e uma gama de
emoções, pensamentos e atitudes que nivelaram - nivelam e
podem ainda nivelar no futuro - a postura de discípulos e
monges a de humanos mortais carregados dos mesmos defeitos do
Ego, do poder, da insanidade e dos vícios de Maya.
Delicado assunto.
Delicados papéis. De uma coisa esteja certo: o Karma é um só;
e o Dharma também. Cada um responderá por seus atos. A
mentira se diferencia da verdade, mais cedo ou mais tarde. Só
o que é autêntico, puro, verdadeiro, sobrevive ao tempo. E
este julgamento, percebo, não cabe a nós, mas a cada um,
individualmente, e ao próprio tempo. É só esperar, e Ver.
Love,
Anand Neerava
O segundo depoimento foi da Satto que dirige o Centro de
Meditação mais antigo de Belo Horizonte
Estou aqui lendo os depoimentos e as denúncias. Concordo em
preservar a obra do mestre em sua integra pois ele mesmo disse
que todo caminho tem sua lógica própria e que todos estão
certos se forem seguidos na íntegra sem que arranquemos pedaços
de diversas obras para misturá-los. A sabedoria é uma só e nós
estamos aqui principalmente para conquistarmos nossos
corações. Mas para isto vivenciamos muitas loucuras e uma
delas é a de acharmos que somos o mestre do outro. Ser mestre
para nós mesmos já é bastante difícil imagine para o
outro. Mas ele também disse: em caso de dúvida, diga Sim. Uma
vez eu estava em Poona e alguém lá da cúpula me disse que
depois que Osho se foi seria muito difícil manter o Sim para
a existência de todos que por ali passavam. Cada um tem sua
trajetória e nós somos muito pequenos para julgarmos. Aqui
em BH tem um deputado que não só leu muito Osho como ouviu
seus textos depois de gravá-los, e a partir daí criou seus
livros e seus discursos. Eu sei que o que ele está fazendo não
é ele, não é dele. O ego dele gosta de conquistar as pessoas
e se fazer. Mas quem o escuta não sabe que aquele não é
ele, mas a mensagem de certa forma está sendo passada, e
muita gente está abrindo a mente. O que podemos fazer? Como
julgar? Ele é falso, mas o que ele fala não é. Outro famoso
palestrante assinou um texto o qual me disseram ser do Osho. Eu
ainda não sei se é. Não o encontrei em meus livros. Este eu
acho pior, mas a mensagem é belíssima e todos ganham com
isto. O que fazer?
A minha (Champak) opinião foi expressa na mensagem que enviei
para a Deva Moti,
de Fortaleza. Trocamos algumas mensagens, e delas selecionei as
seguintes:
January 08, 2005 4:17 PM
Subject: Re:Osho Conexão Brasil-janeiro/2005
Oi família sannyasin, fico um pouco a pensar, quando leio essas noticias de iluminados. Será
que só o Osho, pode ser iluminado? Fiquei sabendo que em
Puna ILUMINOU, é mandado embora do ashram. Gostaria de
saber, como uma sannyasin antiga que sou, qual é esse fenômeno.
Meu mestre Osho, pelo que eu entendi, criou
meditações e terapias para que nós chegássemos ao
estado de acordados. E então, será que até hoje todas as
terapias e etc , não conseguiram iluminar ninguém? Tenho
muito medo de que essas atitudes sejam para criar a polícia
secreta do Osho. Lamentável. Lembro-me de quando estive na
India e quando eu dizia que era sannyasin do Osho as
pessoas faziam pouco caso. Será que vamos fazer o mesmo
com os novos iluminados? Eu Deva Moti tenho certeza que o
Osho ainda me serve como Mestre, mas não me incomoda nem
nada que outras pessoas preguem a palavra do meu mestre e
se digam iluminadas, pois não estou preocupada com o que
as pessoas sejam ou façam. Penso que isso é inveja de
quem não conseguiu ter coragem para continuar os passos
do Osho e só fica na mente tomando conta de quem se
iluminou ou não. Essa gente precisa é meditar mais . Um
abraço daqueles bem apertados que em 70 nós sannyasins dávamos uns nos outros. beijos Deva Moti
Querida
Deva Moti,
Essa questão que você
aborda é muito polêmica. Eu fico imaginando uma pessoa, um
sannyasin ou não, que nunca tenha ido a Puna, ou
que possa ter ido e atuado muitos anos no Ashram como
terapeuta, como trabalhador ou simplesmente como meditador. De
repente, essa pessoa sente ter alcançado uma visão mais
ampla e limpa das coisas, uma consciência maior. Imagino que
ela possa
ficar quieta e curtindo suas percepções em seu próprio
canto, ou pode começar a compartilhar essa experiência
que teve. Não acho que essa pessoa precise anunciar aos
quatro cantos que se tornou iluminada ou realizada. As pessoas
que a conhecerem cuidarão de fazer isso. Imagino que ela continuará
absolutamente humilde, centrada e tranqüila. Não vejo
como ela precise agora, instalar-se em Puna, ou procurar se
introduzir nos Centros Osho ou no meio de sannyasins
para divulgar o seu trabalho. Ao contrário, ela estará
fazendo o seu
trabalho bem tranqüila, aceitando os convites de pessoas
que a conhecem e que se sentem bem na sua presença. O
mundo é imenso e jardins podem ser criados em inúmeros espaços
ainda não explorados. Não há porque essa pessoa ter que
mostrar o seu trabalho justamente no Ashram e nos Centros
Osho ao redor do mundo que são os jardins criados por Osho
para o trabalho dele. Se essa pessoa alcançou uma
compreensão maior e uma clareza de visão, com certeza, ela
respeitará esses espaços criados com a
energia do Osho e com a sua orientação. Há todo um mundo lá fora onde
essa pessoa pode desenvolver o seu trabalho e criar
os seus próprios jardins.
Osho sempre foi muito claro
quanto a não misturarmos trabalhos, não misturarmos
mestres, não misturarmos caminhos, sob pena de nos perdermos
e não chegarmos a lugar algum. Ele diz que é preciso que
haja entrega, comprometimento e responsabilidade para com um
caminho. E Osho é categórico: você tem a sua liberdade de
procurar outros caminhos. Mas se assim for, que o deixe e que seja inteiro nesse outro caminho.
Mas, não é isso o que tem
ocorrido com um certo grupo de pessoas que ultimamente tem se
declarado iluminadas.
Algumas, parecem ser mesmo oportunistas,
valendo-se do vácuo deixado pela ausência física de Osho,
para se anunciarem como os novos líderes e orientadores. Usam
textos do Osho, imitam sua postura e fala, procuram confundir
as pessoas com iniciação no sânias, com mistura de Osho com
Xamanismos, ou mistura de Osho com correntes terapêuticas
esotéricas que nada têm a ver com ele, ou misturam Osho com suas próprias conveniências.
Criam belos sites e oferecem workshops com nomes
impressionantes.
Outras têm feito de sua
anunciada "iluminação" uma bandeira e um escudo
para guerrear contra a administração do Ashran. Essas
pessoas têm manifestado um propósito de criar um grupo de
seguidores, tem oferecido palestras, satsangs com esse intuito
de arregimentar discípulos.
Desde a época em que Osho
estava no corpo, pessoas com tal perfil nunca foram permitidas
entrar no Ashram que é um espaço criado por ele para o
florescimento de seu trabalho. E essa mesma orientação
sempre foi dada para os Centros do Osho, onde a exclusividade
sempre foi para com o trabalho do Osho. Isso não mudou depois
que ele deixou o corpo.
" O
Mestre não está tentando ser Mestre – ele é. Não está
agenciando isso; ocorre espontaneamente. Não está
procurando, não está buscando discípulos; eles vêm.
Acontece espontaneamente. A autêntica energia silenciosa
de um Mestre, essa energia luminosa de estar alerta, em
paz, descansado, relaxado, à vontade, começa a atrair
muitas pessoas à mesma fonte. Essa atração não
acontece na mente, mas, num nível mais profundo do que a
mente, acontece em seu inconsciente.
(Osho
– Vá com Calma, vol. 3 – Cap. 6 – pergunta nº 2)
Às vezes eu penso em várias
pessoas que eu conheci em Puna, e que continuam visitando o
Ashram. Eu fico achando mesmo que elas alcançaram
uma consciência maior, que elas alcançaram uma compreensão
mais abrangente. Algumas vezes eu me encontrei com algumas
dessas pessoas e tive uma sensação muito boa, como se um
sopro de paz e alegria partisse delas e me refrescasse. E
nenhuma dessas pessoas fizeram qualquer declaração ou
insinuação a respeito de iluminação ou ou coisa
parecida.
E eu vejo que elas continuam vivendo como pessoas comuns, como
eu e você. E o Ashram não fechou as portas para essas
pessoas.
E quando eu vejo muitos
de nós (sannyasins e amigos) tomando partido em favor desse ou
daquele iluminado, dessa ou daquela mistura de Osho com
alguma trabalho que está em moda, eu pergunto: o que está
acontecendo?
Será que muitos de nós
não nos apegamos ao sânias como se fosse um movimento,
como se fosse a nossa "tribo", como se fosse a
nossa "muleta", onde poderíamos encontrar refúgio
e apoio contra esse mundo caótico que nos cerca?
É claro que isso é uma
tremenda armadilha de nosso ego, optando por um novo papel, um
novo nome (sannyas), um novo cenário, com novos atores
coadjuvantes, com um novo discurso, mas ainda assim,
mantendo-nos presos e apegados a um determinado padrão, ainda
que fosse novo, a um novo condicionamento através de uma nova máscara.
E agora que Osho não está
mais aqui fisicamente, esse
mesmo ego esperto procura fazer a transposição da figura do
Mestre para um novo "guru" que se anuncia como
a garantia de que todos continuaremos juntos e felizes, com o
mesmo suporte, a mesma muleta, os mesmos discursos. Assim, a tribo
estaria de novo reunida.
Será que já não é tempo
de aproveitarmos a ausência física do Osho e assumirmos a
nossa própria história individual, a nossa própria
responsabilidade individual? Não é esse o foco de toda a
herança que Osho nos deixou através de livros, vídeos, técnicas
de meditação, etc? Será que é preciso irmos atrás de
algum outro interlocutor da verdade, alguém que seja um
intermediário entre Osho e a nossa compreensão limitada?
Osho já não nos basta?
Então, Deva Moti, a questão
não é ser contra pessoas que se declaram iluminadas. Que bom para elas se elas realmente alcançaram a iluminação.
Mas o que isso tem a ver comigo, enquanto discípulo do Osho?
O meu caminho, a minha busca, permanecem inalteradas;
continuam sendo a minha busca e o caminho que só eu mesmo
posso desenhar para mim. Isso é o que eu aprendi com Osho. E
se ele próprio nos alerta sobre os riscos de estarmos
misturando ensinamentos e caminhos, por que eu iria procurar
por outras orientações?
Então, a questão não é
ser contra pessoas que se declaram iluminadas. A questão é
nos preservarmos, protegermos a nossa busca individual, o
caminho que estamos descobrindo individualmente cada um por si.
E sinto que é importante protegermos a mensagem do Osho que tanta clareza nos
traz através de seus mais de 30 anos de discursos,
respondendo a perguntas iguais às que surgem para mim e para
você no dia-a-dia de nossa caminhada.
A questão que eu tenho que enfrentar é clara: não são os que se declaram
iluminados, não é a a política do Ashram, não são os
oportunistas que usam o nome do Osho, não são os discípulos
que agem desse ou daquele jeito. A questão que eu tenho
que enfrentar é a minha história pessoal, é o meu
caminho individual para superar as minhas travas, a minha
miopia, a minha incapacidade de abrir os olhos e ver.
É como eu vejo essa questão.
um abraço, Champak
Do Firdauz, autor de um livro em que descreve a sua experiência
enquanto discípulo do Osho, recebemos a seguinte mensagem:
Caro Champak,
Gostei muito do assunto que foi tratado
em seu comentário deste mês. No entanto sinto que está
faltando ser mais claro, verdadeiro e corajoso ao
tratar deste assunto. É preciso que citemos nomes e
denunciemos quem está agindo ilegalmente contra o nome
do mestre. Utilizar discursos, textos, meditações, etc
sem citar o nome do autor e mais, mentindo sobre a
própria autoria dos mesmos, é demais, é ilegal e dá
processos legais. Portanto, pediria a todos que tem
real conhecimento de acontecimentos como este que
denuncie aqui neste informativo. Assim estaremos
realmente ajudando também aos buscadores que estão
chegando a não caírem em armadilhas que acima de tudo atrasam a evolução do ser humano e
conseqüentemente da
vida. Um crime brutal contra a vida.
Firdauz
Outro depoimento é o do Sw. Anand Nisargan, que já traduziu
dezenas de livros do Osho e que
desenvolveu o projeto do Osho Vídeos, apresentando as
imagens do Osho em palestras traduzidas para o português. Nisargan
também já é conhecido dos nossos leitores - veja seu depoimento
no boletim nº 11, de março de 2004, disponível em nosso site www.oshobrasil.com.br
na página "Boletim", seção "Sannyas...".
Ele nos escreveu:
"Quem me conhece de perto
logo percebe meu profundo amor por Osho, mas, há algum tempo,
quem me conhecia de perto também logo percebia em mim os mesmos
traços fanáticos presentes nos “religiosos tradicionais”.
"Pelo que sinto, Osho fez
de tudo para evitar que esses traços fanáticos aflorassem nas
pessoas ligadas a ele, mas parece que a tendência de nossos
egos é ter esses traços, e a minha inconsciência era tanta
que passei longos anos carregando-os, só me libertando deles
quando os percebi claramente.
Eis a relação de alguns
desses traços fanáticos que em mim existiam e que convido aos
leitores a refletirem se eles também não estão presentes em
si:
No fundo no fundo, para mim era
mais importante exaltar o Osho para alguém do que contribuir de
fato para que esse alguém encontrasse o seu caminho.
Hoje percebo que o mais
importante é a pessoa descobrir o seu caminho, mesmo que esse
caminho não tenha nada a ver com Osho.
No fundo no fundo havia a
ilusão de que estar com Osho era necessariamente a única
maneira que havia para a pessoa se desabrochar como ser humano.
Hoje percebo que os caminhos
apontados por Osho não são os únicos bons caminhos. Percebo
também que outros seres podem apontar até os mesmos caminhos,
mas de uma maneira que tenha maior poder de sensibilização
para essa ou aquela pessoa.
No fundo no fundo achava que a
ligação com qualquer outro mestre que não o Osho
necessariamente iria me desviar do meu caminho já longamente
percorrido.
Hoje percebo que é possível
encontrar mestres que ajudam a me aprofundar no caminho que já
venho percorrendo. No meu caso, embora não me feche a outros
mestres, não fico correndo atrás deles porque ainda não
acabei com o delicioso banquete que Osho disponibiliza à minha
mesa, mas sei que o meu caso é o meu caso e que pode não ser o
mesmo caso para muitas pessoas.
No fundo no fundo achava que
era minha obrigação alertar meus amigos quanto aos charlatões
e charlatãs que, para satisfazerem seus próprios egos e
bolsos, tentam ser “penetras na festa” dos autênticos
iluminados.
Hoje percebo que cada um é
responsável pela sua própria vida e pelas suas próprias
escolhas e que cada um, de acordo com o seu nível de
sensibilidade, tem o mestre, autêntico ou não, compatível com
esse nível. Parece que também nesse assunto, tudo se encaixa e
tudo pode servir de ajuda no aguçar de nossa sensibilidade.
No fundo no fundo achava que
quando um sannyasin tinha o seu “espaço” oficialmente
ligado à organização que se formou à volta do Osho, esse era
um critério seguro de que essa pessoa e esse “espaço”
estavam de fato coerentes com a mensagem do Osho.
Hoje percebo que esse critério
não é confiável. Percebo também que existem “espaços”
não ligados oficialmente ao Osho e/ou dirigidos por pessoas que
nada sabem do Osho, e que são coerentes com a mensagem do Osho.
No fundo no fundo achava que,
no máximo, apenas uma pessoa iluminada poderia realmente me
auxiliar em meu percurso.
Hoje percebo que uma pessoa
não-iluminada também pode transmitir os seus insights e me
beneficiar em meu percurso.
No fundo no fundo achava que
tudo o que Osho diz necessariamente é uma verdade absoluta
válida para todos e em qualquer contexto.
Hoje percebo que devo escutar o
Osho e verificar se o que ele diz em determinado momento se
aplica a mim e ao meu contexto de vida.
No fundo no fundo achava que
quaisquer dessas opiniões que hoje tenho seria um sinal do meu
desamor, da minha ingratidão e do meu distanciamento em
relação ao Osho.
Hoje percebo que essas opiniões afloram
agora em minha consciência justamente devido a eu estar tranqüilo
quanto ao meu amor pelo Osho e justamente por ter assimilado um
pouco de sua mensagem.
O último depoimento é o da Ma Satyam Ida Olga, coordenadora do
Centro Osho Vidheya, de Salvador. Ela também já é conhecido dos
nossos leitores por depoimentos em edições anteriores - no
boletim nº 19, de novembro de 2004, disponível em nosso site www.oshobrasil.com.br
na página "Sannyas..." e no no boletim nº 21, de
janeiro de 2004, disponível também em nosso site, na seção
"Depoimento". Ela nos escreveu:
Champak;
Este
tema surgido veio para
promover um entendimento maior, maior clareza nas dúvidas, crenças,
criticas e atuações; veio como para um amadurecer temas como
“liberdade” e “poder real”, pois que liberdade tem limites
e o limite é o respeito à diversidade, em qualquer estágio .
Será
bem esclarecedor, que o boletim publique a resposta ao tema do
poder, dada por Osho
em 03/03/1978!! ( Sabedoria das
Areias II, Editora Gente, 1º pergunta , pág.150
e também a pág.180, da última pergunta
A
primeira pergunta (pag. 150):
Sinto que desejo brigar com você. Existem muitas coisas com as
quais quero esbravejar, mas parece não haver espaço para isso.
(...)
Sinto que existe uma hierarquia neste lugar e algumas pessoas
estão em grande viagem de poder; e não gosto disso. Permaneço
devido ao meu sentimento por você, por meus amigos e por mim
mesmo, mas não gosto da organização e de sua vibração. Eu
deveria ir embora?
Osho:
"Por favor."
A
última pergunta (na pag. 180, Osho volta a fazer
referência à primeira pergunta):
...
Osho:
"...Você não pode evitar a situação que estou criando.
Você precisa aceitá-la, o que é difícil. Ela é uma
situação, uma estratégia. Por isso é difícil engoli-la - essa
foi a primeira pergunta, a do Sudesh. Ele não consegue aceitar a
organização daqui. Se não pode aceitá-la, por mais que pense
que me ama, esse amor não é suficiente. Se você me ama o
bastante, dirá sim às coisas que estou fazendo aqui. Deve haver
algo nelas.
Você não pode ver agora, pois não tem olhos.
Sudesh diz: 'As coisas à sua volta não estão certas, estão
viradas de pernas para o ar'. Eu as arrumei assim. Passar por elas
e aceitá-las é aproximar-se de mim. Isso o ajudará a crescer em
confiança. Se você não puder crescer, então é melhor que
parta; dê seu lugar a outra pessoa..."
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