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              | OPINIÕES,
                METAS, PONTOS DE VISTA, ATITUDES E OUTRAS INVENÇÕES DA MENTE.      
                Desde que iniciamos a edição deste boletim pela internet,
                assumimos um compromisso: o de que o boletim deveria ser
                distribuído até o primeiro dia de cada mês. Assim aconteceu
                durante 21 meses. Essa era uma de nossas metas.Neste
                22º mês, quando nos preparávamos para, mais uma vez, cumprir
                as datas pré-estabelecidas, o nosso computador pifou. Ficou
                indo e voltando várias vezes ao técnico que nos presta assistência,
                até que chegou o carnaval sem que tivéssemos condições de
                concluir a edição do boletim de fevereiro.
 De
                início, não foi fácil para mim, Champak, encarar essa
                possibilidade de não cumprir a meta de distribuir o boletim até
                1º de fevereiro e, ainda, deixar de responder aos mais de 10
                e-mails que recebemos diariamente.
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                Sw.Bodhi Champak
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                    Mas, como que por obra do
                    destino, um beija-flor chegou dançando à minha janela e me
                    soprou ao ouvido: “Nada é por acaso; veja os sinais que a
                    vida está lhe mostrando”. Imediatamente a tensão cedeu
                    lugar a um relaxamento e comecei a rever todo o trajeto que
                    tenho percorrido com o boletim nestes 22 meses. Permaneci
                    por mais de uma semana sem acesso ao computador. E muita
                    coisa ficou clara para mim. Pude ver como tenho sido um
                    guerreiro, muito antes mesmo de estar editando este boletim.
                    Particularmente ao criar esta seção, tenho manifestado
                    minha opinião, meu ponto de vista, e tenho assumido
                    atitudes diante de várias situações.É
                    claro que aproveitei as “férias forçadas” e recorri ao
                    Osho, buscando mais clareza e entendimento. E tropecei na
                    seguinte pergunta, no livro Vida Amor e Riso, da Editora
                    Gente:  “É importante ter algum tipo de atitude em relação
                    à vida?” e no meio da ampla resposta do Osho, um parágrafo
                    me tocou:
 “...Todos nós temos atitudes: esta é a nossa angústia.
                    Todos nós olhamos a partir de um determinado ponto de
                    vista; por isso a nossa vida se torna pobre, porque cada
                    aspecto pode, no máximo, ser apenas unidimensional, e a
                    vida é multidimensional. Você deve ser mais líquido, mais
                    fluido; deve derreter-se mais, fundir-se mais; você não
                    está aqui para ser um censor. Não há nada a ser
                    resolvido. Não tome a vida como um problema; ela é um mistério
                    tremendamente lindo. Beba-a: ela é puro vinho! Embriague-se
                    com ela!”
 Nada
                    mais precisava ser dito.
 A
                    proposta original do boletim era que o foco central fosse a
                    veiculação da mensagem do Osho e não a divulgação das
                    opiniões, pontos de vistas e atitudes minhas ou de quem
                    quer que seja.
 Desde
                    que eu comecei a fazer o boletim, a escolha do texto tem
                    sido bastante aleatória e sempre o texto diz alguma coisa
                    que eu preciso ouvir naquele momento (e muita gente tem
                    escrito que o mesmo ocorre com elas). Eu só começo a fazer
                    o boletim depois de traduzir o texto. E ele tem funcionado
                    como a orientação básica para cada edição. E neste mês
                    de fevereiro, o texto, como sempre, deu um seu recado bem
                    preciso sobre todas essas questões. Podem
                    conferir.
 Percebi que “eu” estava
                    “dando uma direção” ao boletim. E que ele, ao contrário,
                    deveria ser mais fluido. Nesses dias "sem ter nada para
                    fazer" tive um insight e senti que o
                    boletim deveria se limitar ao texto do Osho, seus toques, às
                    notícias de Puna e à seção Caixa de Entrada, a qual
                    deveria ser o canal de divulgação das mensagens recebidas
                    de leitores, dos Centros, da Osho International, etc.
 Bem, recebi o recado e disse
                    sim. Doravante, o boletim ficará reduzido àquelas
                    seções. Mas,
                    o que fazer agora com as várias mensagens que recebi ao
                    longo deste mês, com reflexões a respeito das questões que eu mesmo
                    levantei nos números anteriores? E o que fazer com a
                    expectativas de leitores que aguardavam mais um capítulo
                    sobre essas questões?
 Resolvi, então,
                    que neste mês estaremos apresentando, pela última vez,
                    esta seção e não apenas com a minha própria opinião mas
                    também com a opinião de vários leitores amigos que nos
                    escreveram.
 Por
                    isso, nessa sua última aparição, mudamos o título da seção
                    para “Opiniões Pessoais”.
 Isso não significa que eu
                    esteja dando um passo atrás nas opiniões que externei em
                    edições anteriores. Aquelas são as minhas opiniões e
                    não as opiniões de um boletim que carrega o nome do Osho.
                    Isso tem um significado e uma
                    responsabilidade. Se for preciso guerrear, irei guerrear,
                    mas usando o meu próprio nome e não o do Osho.
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              A primeira manifestação que publicamos é a do Neerava, de
              Florianópolis. Sw. Anand Neerava é jornalista e já é conhecido
              dos nossos leitores - veja seu depoimento no boletim nº 16, de
              agosto de 2004, disponível em nosso site www.oshobrasil.com.br
              na página "Boletim", seção "Sannyas...".
              Ele nos escreveu: 
               
                  
                        Caro Champak,Me solidarizo com a
                  atenção que você vem dedicando no sentido de proteger o
                  nome, o trabalho e a comunidade original de nosso Mestre Osho.
 Não é fácil a
                  tarefa que você e os líderes da comunidade internacional do
                  Mestre têm nas mãos.
 Concordo que, cada um
                  de nós, deve agir dentro do que sentir adequado e possível,
                  ao nosso alcance.
 A questão é
                  delicada. Por vezes, indivíduos agem de forma frontalmente
                  inadequada e mesmo desonesta, em nome do Mestre. Por outras, são
                  bem-intencionados e sinceros, legítimos, mas eventualmente
                  contrariam orientações gerais do trabalho de Osho.
 O discernimento sobre
                  o que merece censura, advertência e proibição, denúncia; e
                  o que é julgamento, projeção e tentativa de controle nosso,
                  de nossos Egos, deve ser procedido com cautela e serenidade.
 Apenas para referência
                  histórica, recorde que todos os Mestres e comunidades do
                  passado passaram por situações semelhantes, análogas ou idênticas.
                  E daí advieram as diferentes ordens, as dissidências, as
                  rupturas, os conflitos, as perdas, as divisões e, até mesmo
                  as perseguições, os ódios, a competição, e uma gama de
                  emoções, pensamentos e atitudes que nivelaram - nivelam e
                  podem ainda nivelar no futuro - a postura de discípulos e
                  monges a de humanos mortais carregados dos mesmos defeitos do
                  Ego, do poder, da insanidade e dos vícios de Maya.
 Delicado assunto.
                  Delicados papéis. De uma coisa esteja certo: o Karma é um só;
                  e o Dharma também. Cada um responderá por seus atos. A
                  mentira se diferencia da verdade, mais cedo ou mais tarde. Só
                  o que é autêntico, puro, verdadeiro, sobrevive ao tempo. E
                  este julgamento, percebo, não cabe a nós, mas a cada um,
                  individualmente, e ao próprio tempo. É só esperar, e Ver.
 Love,
 Anand Neerava
  
                          
              O segundo depoimento foi da Satto que dirige o Centro de
              Meditação mais antigo de Belo Horizonte
                 
                  
                  Estou aqui lendo os depoimentos e as denúncias. Concordo em
                  preservar a obra do mestre em sua integra pois ele mesmo disse
                  que todo caminho tem sua lógica própria e que todos estão
                  certos se forem seguidos na íntegra sem que arranquemos pedaços
                  de diversas obras para misturá-los. A sabedoria é uma só e nós
                  estamos aqui principalmente para conquistarmos nossos
                  corações. Mas para isto vivenciamos muitas loucuras e uma
                  delas é a de acharmos que somos o mestre do outro. Ser mestre
                  para nós mesmos já é bastante difícil imagine para o
                  outro. Mas ele também disse: em caso de dúvida, diga Sim. Uma
                  vez eu estava em Poona e alguém lá da cúpula me disse que
                  depois que Osho se foi seria muito difícil manter o Sim para
                  a existência de todos que por ali passavam. Cada um tem sua
                  trajetória e nós somos muito pequenos para julgarmos. Aqui
                  em BH tem um deputado que não só leu muito Osho como ouviu
                  seus textos depois de gravá-los, e a partir daí criou seus
                  livros e seus discursos. Eu sei que o que ele está fazendo não
                  é ele, não é dele. O ego dele gosta de conquistar as pessoas
                  e se fazer. Mas quem o escuta não sabe que aquele não é
                  ele, mas a mensagem de certa forma está sendo passada, e
                  muita gente está abrindo a mente. O que podemos fazer? Como
                  julgar? Ele é falso, mas o que ele fala não é. Outro famoso
                  palestrante assinou um texto o qual me disseram ser do Osho. Eu
                  ainda não sei se é. Não o encontrei em meus livros. Este eu
                  acho pior, mas a mensagem é belíssima e todos ganham com
                  isto. O que fazer?
                 
               
                        
              A minha (Champak) opinião foi expressa na mensagem que enviei
              para a Deva Moti,
              de Fortaleza. Trocamos algumas mensagens, e delas selecionei as
              seguintes:
                     
                      January 08, 2005 4:17 PMSubject: Re:Osho Conexão Brasil-janeiro/2005
 Oi família sannyasin, fico um pouco a pensar, quando leio essas noticias de iluminados. Será
                      que só o Osho, pode ser iluminado? Fiquei sabendo que em
                      Puna ILUMINOU, é mandado embora do ashram. Gostaria de
                      saber, como uma sannyasin antiga que sou, qual é esse fenômeno.
                      Meu mestre Osho, pelo que eu entendi, criou
                      meditações e terapias para que nós chegássemos ao
                      estado de acordados. E então, será que até hoje todas as
                      terapias e etc , não conseguiram iluminar ninguém? Tenho
                      muito medo de que essas atitudes sejam para criar a polícia
                      secreta do Osho. Lamentável. Lembro-me de quando estive na
                      India e quando eu dizia que era sannyasin do Osho as
                      pessoas faziam pouco caso. Será que vamos fazer o mesmo
                      com os novos iluminados? Eu Deva Moti tenho certeza que o
                      Osho ainda me serve como Mestre, mas não me incomoda nem
                      nada que outras pessoas preguem a palavra do meu mestre e
                      se digam iluminadas, pois não estou preocupada com o que
                      as pessoas sejam ou façam. Penso que isso é inveja de
                      quem não conseguiu ter coragem para continuar os passos
                      do Osho e só fica na mente tomando conta de quem se
                      iluminou ou não. Essa gente precisa é meditar mais . Um
                      abraço daqueles bem apertados que em 70 nós sannyasins dávamos uns nos outros. beijos Deva Moti
 Querida
                      Deva Moti,Essa questão que você
                  aborda é muito polêmica. Eu fico imaginando uma pessoa, um
                  sannyasin ou não, que nunca tenha ido a Puna, ou
                  que possa ter ido e atuado muitos anos no Ashram como
                  terapeuta, como trabalhador ou simplesmente como meditador. De
                  repente, essa pessoa sente ter alcançado uma visão mais
                  ampla e limpa das coisas, uma consciência maior. Imagino que
                      ela possa
                  ficar quieta e curtindo suas percepções em seu próprio
                  canto, ou pode começar a compartilhar essa experiência
                  que teve. Não acho que essa pessoa precise anunciar aos
                  quatro cantos que se tornou iluminada ou realizada. As pessoas
                  que a conhecerem cuidarão de fazer isso. Imagino que ela continuará
                  absolutamente humilde, centrada e tranqüila. Não vejo
                      como ela precise agora, instalar-se em Puna, ou procurar se
                  introduzir nos Centros Osho ou no meio de sannyasins
                  para divulgar o seu trabalho. Ao contrário, ela estará
                      fazendo o seu
                  trabalho bem tranqüila, aceitando os convites de pessoas
                  que a conhecem e que se sentem bem na sua presença. O
                  mundo é imenso e jardins podem ser criados em inúmeros espaços
                  ainda não explorados. Não há porque essa pessoa ter que
                  mostrar o seu trabalho justamente no Ashram e nos Centros
                  Osho ao redor do mundo que são os jardins criados por Osho
                      para o trabalho dele. Se essa pessoa alcançou uma
                  compreensão maior e uma clareza de visão, com certeza, ela
                  respeitará esses espaços criados com a
                  energia do Osho e com a sua orientação. Há todo um mundo lá fora onde
                  essa pessoa pode desenvolver o seu trabalho e criar
                      os seus próprios jardins.
 Osho sempre foi muito claro
                  quanto a não misturarmos trabalhos, não misturarmos
                  mestres, não misturarmos caminhos, sob pena de nos perdermos
                  e não chegarmos a lugar algum. Ele diz que é preciso que
                  haja entrega, comprometimento e responsabilidade para com um
                  caminho. E Osho é categórico: você tem a sua liberdade de
                  procurar outros caminhos. Mas se assim for, que o deixe e que seja inteiro nesse outro caminho.
 Mas, não é isso o que tem
                  ocorrido com um certo grupo de pessoas que ultimamente tem se
                  declarado iluminadas.
 Algumas, parecem ser mesmo oportunistas,
                  valendo-se do vácuo deixado pela ausência física de Osho,
                  para se anunciarem como os novos líderes e orientadores. Usam
                  textos do Osho, imitam sua postura e fala, procuram confundir
                  as pessoas com iniciação no sânias, com mistura de Osho com
                      Xamanismos, ou mistura de Osho com correntes terapêuticas
                      esotéricas que nada têm a ver com ele, ou misturam Osho com suas próprias conveniências.
                  Criam belos sites e oferecem workshops com nomes
                  impressionantes.
 Outras têm feito de sua
                  anunciada "iluminação" uma bandeira e um escudo
                  para guerrear contra a administração do Ashran. Essas
                  pessoas têm manifestado um propósito de criar um grupo de
                  seguidores, tem oferecido palestras, satsangs com esse intuito
                  de arregimentar discípulos.
 Desde a época em que Osho
                  estava no corpo, pessoas com tal perfil nunca foram permitidas
                  entrar no Ashram que é um espaço criado por ele para o
                  florescimento de seu trabalho. E essa mesma orientação
                  sempre foi dada para os Centros do Osho, onde a exclusividade
                  sempre foi para com o trabalho do Osho. Isso não mudou depois
                  que ele deixou o corpo.
 "   O
                      Mestre não está tentando ser Mestre – ele é. Não está
                      agenciando isso; ocorre espontaneamente. Não está
                      procurando, não está buscando discípulos; eles vêm.
                      Acontece espontaneamente. A autêntica energia silenciosa
                      de um Mestre, essa energia luminosa de estar alerta, em
                      paz, descansado, relaxado, à vontade, começa a atrair
                      muitas pessoas à mesma fonte. Essa atração não
                      acontece na mente, mas, num nível mais profundo do que a
                      mente, acontece em seu inconsciente.
 (Osho
                      – Vá com Calma, vol. 3 – Cap. 6 – pergunta nº 2)
 Às vezes eu penso em várias
                  pessoas que eu conheci em Puna, e que continuam visitando o
                  Ashram. Eu fico achando mesmo que elas alcançaram
                  uma consciência maior, que elas alcançaram uma compreensão
                  mais abrangente. Algumas vezes eu me encontrei com algumas
                  dessas pessoas e tive uma sensação muito boa, como se um
                  sopro de paz e alegria partisse delas e me refrescasse. E
                  nenhuma dessas pessoas fizeram qualquer declaração ou
                  insinuação a respeito de iluminação ou ou coisa
                      parecida.
                  E eu vejo que elas continuam vivendo como pessoas comuns, como
                  eu e você. E o Ashram não fechou as portas para essas
                  pessoas.
 E quando eu vejo muitos
                  de nós (sannyasins e amigos) tomando partido em favor desse ou
                  daquele iluminado, dessa ou daquela mistura de Osho com
                  alguma trabalho que está em moda, eu pergunto: o que está
                  acontecendo?
 Será que muitos de nós
                  não nos apegamos ao sânias como se fosse um movimento,
                  como se fosse a nossa "tribo", como se fosse a
                  nossa "muleta", onde poderíamos encontrar refúgio
                  e apoio contra esse mundo caótico que nos cerca?
 É claro que isso é uma
                  tremenda armadilha de nosso ego, optando por um novo papel, um
                      novo nome (sannyas), um novo cenário, com novos atores
                  coadjuvantes, com um novo discurso, mas ainda assim,
                  mantendo-nos presos e apegados a um determinado padrão, ainda
                      que fosse novo, a um novo condicionamento através de uma nova máscara.
 E agora que Osho não está
                  mais aqui fisicamente, esse
                  mesmo ego esperto procura fazer a transposição da figura do
                  Mestre para um novo "guru" que se anuncia como
                  a garantia de que todos continuaremos juntos e felizes, com o
                  mesmo suporte, a mesma muleta, os mesmos discursos. Assim, a tribo
                      estaria de novo reunida.
 Será que já não é tempo
                  de aproveitarmos a ausência física do Osho e assumirmos a
                  nossa própria história individual, a nossa própria
                  responsabilidade individual? Não é esse o foco de toda a
                  herança que Osho nos deixou através de livros, vídeos, técnicas
                  de meditação, etc? Será que é preciso irmos atrás de
                  algum outro interlocutor da verdade, alguém que seja um
                  intermediário entre Osho e a nossa compreensão limitada?
                  Osho já não nos basta?
 Então, Deva Moti, a questão
                  não é ser contra pessoas que se declaram iluminadas. Que bom para elas se elas realmente alcançaram a iluminação.
                  Mas o que isso tem a ver comigo, enquanto discípulo do Osho?
                  O meu caminho, a minha busca, permanecem inalteradas;
                  continuam sendo a minha busca e o caminho que só eu mesmo
                  posso desenhar para mim. Isso é o que eu aprendi com Osho. E
                  se ele próprio nos alerta sobre os riscos de estarmos
                  misturando ensinamentos e caminhos, por que eu iria procurar
                  por outras orientações?
 Então, a questão não é
                  ser contra pessoas que se declaram iluminadas. A questão é
                  nos preservarmos, protegermos a nossa busca individual, o
                  caminho que estamos descobrindo individualmente cada um por si.
                      E sinto que é importante protegermos a mensagem do Osho que tanta clareza nos
                  traz através de seus mais de 30 anos de discursos,
                  respondendo a perguntas iguais às que surgem para mim e para
                  você no dia-a-dia de nossa caminhada.
 A questão que eu tenho que enfrentar é clara: não são os que se declaram
                  iluminados, não é a a política do Ashram, não são os
                  oportunistas que usam o nome do Osho, não são os discípulos
                  que agem desse ou daquele jeito. A questão que eu tenho
                      que enfrentar é a minha história pessoal, é o meu
                  caminho individual para superar as minhas travas, a minha
                  miopia, a minha incapacidade de abrir os olhos e ver.
 É como eu vejo essa questão.
 um abraço, Champak
 
  
                     
                          
              Do Firdauz, autor de um livro em que descreve a sua experiência
              enquanto discípulo do Osho, recebemos a seguinte mensagem:
               
              
              Caro Champak, Gostei muito do assunto que foi tratado
              em seu comentário deste mês. No entanto sinto que está
              faltando ser mais claro, verdadeiro e corajoso ao
              tratar deste assunto. É preciso que citemos nomes e
              denunciemos quem está agindo ilegalmente contra o nome
              do mestre. Utilizar discursos, textos, meditações, etc
              sem citar o nome do autor e mais, mentindo sobre a
              própria autoria dos mesmos, é demais, é ilegal e dá
              processos legais. Portanto, pediria a todos que tem
              real conhecimento de acontecimentos como este que
              denuncie aqui neste informativo. Assim estaremos
              realmente ajudando também aos buscadores que estão
              chegando a não caírem em armadilhas que acima de tudo atrasam a evolução do ser humano e
              conseqüentemente da
              vida. Um crime brutal contra a vida.
 Firdauz
 
 
              
                 
              Outro depoimento é o do Sw. Anand Nisargan, que já traduziu
              dezenas de livros do Osho e que
              desenvolveu o projeto do Osho Vídeos,  apresentando as
              imagens do Osho em palestras traduzidas para o português. Nisargan
              também já é conhecido dos nossos leitores - veja seu depoimento
              no boletim nº 11, de março de 2004, disponível em nosso site www.oshobrasil.com.br
              na página "Boletim", seção "Sannyas...".
              Ele nos escreveu: 
               "Quem me conhece de perto
                logo percebe meu profundo amor por Osho, mas, há algum tempo,
                quem me conhecia de perto também logo percebia em mim os mesmos
                traços fanáticos presentes nos “religiosos tradicionais”."Pelo que sinto, Osho fez
                de tudo para evitar que esses traços fanáticos aflorassem nas
                pessoas ligadas a ele, mas parece que a tendência de nossos
                egos é ter esses traços, e a minha inconsciência era tanta
                que passei longos anos carregando-os, só me libertando deles
                quando os percebi claramente.
 Eis a relação de alguns
                desses traços fanáticos que em mim existiam e que convido aos
                leitores a refletirem se eles também não estão presentes em
                si:
 No fundo no fundo, para mim era
                mais importante exaltar o Osho para alguém do que contribuir de
                fato para que esse alguém encontrasse o seu caminho.
 Hoje percebo que o mais
                importante é a pessoa descobrir o seu caminho, mesmo que esse
                caminho não tenha nada a ver com Osho.
 No fundo no fundo havia a
                ilusão de que estar com Osho era necessariamente a única
                maneira que havia para a pessoa se desabrochar como ser humano.
 Hoje percebo que os caminhos
                apontados por Osho não são os únicos bons caminhos. Percebo
                também que outros seres podem apontar até os mesmos caminhos,
                mas de uma maneira que tenha maior poder de sensibilização
                para essa ou aquela pessoa.
 No fundo no fundo achava que a
                ligação com qualquer outro mestre que não o Osho
                necessariamente iria me desviar do meu caminho já longamente
                percorrido.
 Hoje percebo que é possível
                encontrar mestres que ajudam a me aprofundar no caminho que já
                venho percorrendo. No meu caso, embora não me feche a outros
                mestres, não fico correndo atrás deles porque ainda não
                acabei com o delicioso banquete que Osho disponibiliza à minha
                mesa, mas sei que o meu caso é o meu caso e que pode não ser o
                mesmo caso para muitas pessoas.
 No fundo no fundo achava que
                era minha obrigação alertar meus amigos quanto aos charlatões
                e charlatãs que, para satisfazerem seus próprios egos e
                bolsos, tentam ser “penetras na festa” dos autênticos
                iluminados.
 Hoje percebo que cada um é
                responsável pela sua própria vida e pelas suas próprias
                escolhas e que cada um, de acordo com o seu nível de
                sensibilidade, tem o mestre, autêntico ou não, compatível com
                esse nível. Parece que também nesse assunto, tudo se encaixa e
                tudo pode servir de ajuda no aguçar de nossa sensibilidade.
 No fundo no fundo achava que
                quando um sannyasin tinha o seu “espaço” oficialmente
                ligado à organização que se formou à volta do Osho, esse era
                um critério seguro de que essa pessoa e esse “espaço”
                estavam de fato coerentes com a mensagem do Osho.
 Hoje percebo que esse critério
                não é confiável. Percebo também que existem “espaços”
                não ligados oficialmente ao Osho e/ou dirigidos por pessoas que
                nada sabem do Osho, e que são coerentes com a mensagem do Osho.
 No fundo no fundo achava que,
                no máximo, apenas uma pessoa iluminada poderia realmente me
                auxiliar em meu percurso.
 Hoje percebo que uma pessoa
                não-iluminada também pode transmitir os seus insights e me
                beneficiar em meu percurso.
 No fundo no fundo achava que
                tudo o que Osho diz necessariamente é uma verdade absoluta
                válida para todos e em qualquer contexto.
 Hoje percebo que devo escutar o
                Osho e verificar se o que ele diz em determinado momento se
                aplica a mim e ao meu contexto de vida.
 No fundo no fundo achava que
                quaisquer dessas opiniões que hoje tenho seria um sinal do meu
                desamor, da minha ingratidão e do meu distanciamento em
                relação ao Osho.
 Hoje percebo que essas opiniões afloram
                agora em minha consciência justamente devido a eu estar tranqüilo
                quanto ao meu amor pelo Osho e justamente por ter assimilado um
                pouco de sua mensagem.
 
               
   
              
                 
              O último depoimento é o da Ma Satyam Ida Olga, coordenadora do
              Centro Osho Vidheya, de Salvador. Ela também já é conhecido dos
              nossos leitores por depoimentos em edições anteriores - no
              boletim nº 19, de novembro de 2004, disponível em nosso site www.oshobrasil.com.br
              na página "Sannyas..." e no no boletim nº 21, de
              janeiro de 2004, disponível também em nosso site, na seção
              "Depoimento". Ela nos escreveu: 
               
               
               Champak;
              
               Este
              tema surgido veio para
              promover um entendimento maior, maior clareza nas dúvidas, crenças,
              criticas e atuações; veio como para um amadurecer temas como
              “liberdade” e “poder real”, pois que liberdade tem limites
              e o limite é o respeito à diversidade, em qualquer estágio .
              
               Será
              bem esclarecedor, que o boletim publique a resposta ao tema do
              poder, dada por  Osho
              em 03/03/1978!! ( Sabedoria  das
              Areias II, Editora Gente, 1º pergunta , pág.150 
              e também a pág.180, da última pergunta
              
               A
              primeira pergunta (pag. 150):Sinto que desejo brigar com você. Existem muitas coisas com as
              quais quero esbravejar, mas parece não haver espaço para isso.
              (...)
              Sinto que existe uma hierarquia neste lugar e algumas pessoas
              estão em grande viagem de poder; e não gosto disso. Permaneço
              devido ao meu sentimento por você, por meus amigos e por mim
              mesmo, mas não gosto da organização e de sua vibração. Eu
              deveria ir embora?
 Osho:
              "Por favor." A
              última pergunta (na pag. 180, Osho volta a fazer
              referência à primeira pergunta):...
 Osho:
              
              "...Você não pode evitar a situação que estou criando.
              Você precisa aceitá-la, o que é difícil. Ela é uma
              situação, uma estratégia. Por isso é difícil engoli-la - essa
              foi a primeira pergunta, a do Sudesh. Ele não consegue aceitar a
              organização daqui. Se não pode aceitá-la, por mais que pense
              que me ama, esse amor não é suficiente. Se você me ama o
              bastante, dirá sim às coisas que estou fazendo aqui. Deve haver
              algo nelas.
 Você não pode ver agora, pois não tem olhos.
 Sudesh diz: 'As coisas à sua volta não estão certas, estão
              viradas de pernas para o ar'. Eu as arrumei assim. Passar por elas
              e aceitá-las é aproximar-se de mim. Isso o ajudará a crescer em
              confiança. Se você não puder crescer, então é melhor que
              parta; dê seu lugar a outra pessoa..."
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