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Conexão
Brasil
outubro de 2004 |
Com certa freqüência, leitores do Osho Conexão Brasil e
outras pessoas que visitam nosso site, nos têm formulado
consultas, cujas respostas envolvem nossas opiniões
pessoais.
Muitas
vezes sentimos vontade de publicar essas nossas respostas, mas
por um zelo, talvez excessivo, evitávamos fazê-lo para que o
foco do nosso trabalho se concentrasse mais na divulgação da
mensagem do Osho.
Na medida
em que o boletim está se expandindo, mais questões nos têm
chegado e sentimos que o nosso trabalho tem que se abrir. E esse
é um de nossos desafios.
Assim, estamos
iniciando esta nova
seção para divulgarmos a nossa
opinião sobre algumas questões que julgamos relevantes.
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Sw.Bodhi Champak
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A questão que respondemos neste mês foi formulada pelo Djacir e
está sendo divulgada com a sua devida permissão. Entre outras
coisas, ele nos perguntou: "Quando teremos em Sâo
Paulo, um instituto como o Khalid e o Namastê? É impressionante
como em outras cidades menores há grupos bastante atuantes."
A resposta que originalmente enviamos ao Djacir está aqui sendo
ampliada com uma introdução para podermos esclarecer alguns
pontos que julgamos importantes. Ei-la:
Alguns
pré-requisitos são necessários para o funcionamento de um
Centro. Mas antes de falarmos sobre o seu funcionamento, é importante
sabermos como surge um Centro.
Oficialmente um Centro de
Meditação só pode usar o nome Osho, quando ele é filiado à
Osho Commune International de Puna-Índia. A permissão para se
usar o nome Osho no Centro é concedida pela Osho Global
Connections. Os Centros de Meditação do Osho regularmente
filiados estão listados no site oficial do Osho: www.osho.com/centers
.
Paralelamente a esses Centros oficiais, existem um número muito
grande de outros Centros e espaços criados e coordenados por sannyasins
experientes e dedicados à expansão da mensagem do Osho, mas que
optaram por não assumir essa filiação. É de se esperar que os
Centros oficiais sigam mais regularmente as orientações oriundas
de Puna. Na
prática, porém, nem sempre isso ocorre. Há alguns Centros oficiais bastante
ativos ao lado de outros totalmente inativo. Por outro
lado, há
centros não filiados a Puna com uma rica programação de eventos,
alguns totalmente devotados ao trabalho do Osho enquanto outros
não são tão criteriosos e agregam ao espaço trabalhos de
outras fontes.
Muitos
sannyasins mais experientes e outras pessoas que conhecem bem a
mensagem do Osho às vezes lançam dúvidas e
questionamentos em relação a estes espaços que não guardam
fidelidade às orientações do Osho. De fato, a mistura de Osho com
orientações e técnicas de outras fontes podem confundir as
pessoas, sobretudo aquelas que estão chegando agora, sem
conhecimento maior do terreno em que estão pisando. O próprio Osho, ainda no corpo, nos alertou
muito sobre os riscos de se misturar orientações de mestres
distintos. Cada mestre tem sua metodologia para ajudar as pessoas
a se despertarem. Na série Satyam Shivam Sundram, discurso 6, ele
nos diz: " Pessoas que seguiram Mahavira chegaram e
pessoas que seguiram Buda também chegaram. Mas se você me
perguntar o que os 'trouxeram para casa", eu lhes digo:
totalidade, absoluta dedicação e comprometimento incondicional.
Não importa em que caminho você está, essas três condições
terão que ser atendidas."
Osho não
deixou sucessores, sempre contestou as religiões organizadas e não deixou uma cartilha´para ser seguida. Ao
contrário, ele colocou a responsabilidade em cada um de nós.
Assim, cada um é livre (e responsável) para fazer o que bem
quiser, até mesmo para abrir um Centro, misturar as técnicas
dele com outras antagônicas, usar o seu nome, ainda que sem a
permissão oficial e oferecer ao público uma miscelânea como
sendo a solução de todos os problemas. Cabe a mim, e a qualquer
um de nós, aguçar o nosso próprio discernimento, abrir os nossos próprios
olhos e ver o que estão fazendo ao nosso redor. Eu sou
responsável pelas escolhas que faço a cada momento de minha
vida. A responsabilidade é minha se fecho os olhos para tudo isso
e me entrego à liderança do primeiro que encontro pela rua, sem
ao menos procurar saber se ele é cego ou se tem visão, se
ele sabe o que está dizendo ou se é um mal informado bem
intencionado ou mesmo se ele é um charlatão.
Bem, essa
é uma questão geral sobre os centros ligados ao Osho, oficiais
ou não.
Uma outra
questão relacionada aos centros, diz respeito à sua
coordenação, às ações administrativas que garantem o seu
funcionamento. Estamos falando de quem coordena as atividades do
Centro. É de se esperar que esse alguém
conheça bastante a
mensagem do Osho e tenha muita prática em suas meditações,
tendo experienciado em si mesmo as transformações internas que
elas propiciam. Em geral, um coordenador de Centro é alguém que
tem uma ligação muito forte com Osho e sente uma vontade muito
grande de contribuir para a expansão de seu trabalho e de compartilhar
com outras pessoas a experiência de
meditar juntos,
Uma questão básica para o funcionamento de um Centro é a
sua vida financeira. Com a minha experiência pessoal de ter coordenado Centros
do Osho por mais de 10 anos, posso dizer que esse trabalho não traz retorno financeiro. Há
principalmente duas possibilidades para um Centro funcionar
ativamente durante um bom espaço de tempo. Uma delas é quando o
coordenador tem uma certa independência financeira e um tempo
disponível que lhe
permite desenvolver um trabalho
voluntário e prazeroso de orientar e meditar junto com as
pessoas. A outra possibilidade, mais comum nas cidades
maiores, é quando um grupo de terapeutas sannyasins resolvem se
associar para montar um espaço de crescimento. E, porque eles
têm essa ligação com Osho e conhecem o poder transformador de
suas meditações, decidem disponibilizar o espaço também para
que as pessoas possam ali meditar juntas. Quando isso
acontece, os atendimentos individuais e os trabalhos em grupos
podem propiciar um retorno financeiro para que o espaço funcione e continue
oferecendo as meditações do Osho. Mas nem
sempre esses projetos dão certo. Dependem das leis de mercado, da
lei da
oferta e procura, da concorrência de outros espaços, do
marketing utilizado pelos coordenadores do Centro para atraírem público,
enfim, essas coisas do mundo do mercado. Infelizmente, muitas
vezes o pessoal não consegue reunir o dinheiro
necessário para pagar aluguel, funcionários, contas de telefone,
luz e água, etc.
E quando isso acontece, o espaço é fechado, apesar de toda boa
vontade.
Assim, se
existirem as condições propícias numa cidadezinha do interior,
pode ser que ali funcione um Centro. Por outro lado, se numa
cidade como São Paulo não houver uma pessoa ou um grupo que
consiga reunir essas condições básicas, não haverá Centro.
O que se pode
dizer é que, sendo a prática das meditações do Osho a parte mais essencial do
seu trabalho, é muito importante haver um espaço onde as
pessoas possam meditar juntas e onde haja alguém disponível para
orientar e esclarecer. Um Centro de
Meditação oferece essas possibilidades e é um ponto de encontro
de buscadores que estão num mesmo caminho. Um Centro pode ser um
suporte importante para o processo de crescimento pessoal.
Se existe um Centro em sua cidade, com
certeza ele é mantido à custa de muita dedicação, trabalho e
pouco lucro por parte de seus coordenadores. Se ele não está
funcionando muito bem pode ser devido à falta de apoio dos
participantes. Se há dúvidas quanto à condução do Centro,
qualquer um pode chegar até seus coordenadores e, com muita
humildade e amor, mostrar os pontos que sente que poderiam
melhorar. Eu acho que todo
mundo que reconhece a importância do trabalho do Osho,
deveria dar todo suporte possível para que o Centro de sua cidade
continue funcionando. E, na verdade, esse suporte é para que o
trabalho do Osho continue se espalhando e mais pessoas possam se
beneficiar dele. Inclusive essas próprias pessoas que estão dando o
suporte.
Sw. Bodhi
Champak
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