Conexão Brasil                                                       novembro de 2006
 

 

O Trabalho do Osho no Brasil

- depoimentos -
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      A proposta desta seção é ser um canal para depoimentos de pessoas que que se dedicam ao que chamamos de uma maneira abrangente "O Trabalho do Osho no Brasil". Uma questão delicada e polêmica, sobretudo por que Osho não está mais em seu corpo para responder de forma documentável aos questionamentos que surgirem, nem para referendar ou rechaçar as eventuais colocações que pretendemos que aqui sejam feitas.

      Permanece aberto um convite a todos os nossos leitores, sannyasins e amigos do Osho, para que nos escrevam manifestando seus pontos de vistas a respeito das questões aqui levantadas, principalmente aqueles que se sentem envolvidos e comprometidos de alguma forma com o trabalho do Osho. Essas manifestações irão constituir a matéria que pretendemos estar divulgando nesta seção nos próximos números.  

      A manutenção desta seção depende exclusivamente das respostas que recebermos a este convite. Esta é uma seção interativa.

      Neste mês recebemos quatro depoimentos.

 

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Depoimento da Dilkusha:

   Embora tenha "encontrado" Osho em 1997, portanto, há nove anos atrás, eu nunca havia experimentado suas meditações. 
  
Meu encontro com Osho se dava sempre através dos seus livros e, quando descobri os sites do Osho Brasil e do Osho Sukul, através dos textos alí disponíveis.
  
Já havia procurado por um centro de meditação Osho em São Paulo, mas não consegui descobrir nenhum e acabei deixando a idéia de lado. Até que no inicio deste ano, o Subuddha enviou ao Conexão, um belo e entusiasmado relato de sua experiência em Poona e, para minha alegria, anunciava ali seu propósito de abrir um Centro Osho de meditação em São Paulo.
  
Aderi imediatamente à sua proposta e juntamente com algumas outras pessoas, acabamos iniciando nossos encontros no Espaço Oasis onde, soubemos então, o Taza já ministrava as meditações do Osho. 
  
Aos poucos nosso projeto inicial de alugar um imóvel para montar o Centro foi se confrontando com uma realidade bem mais difícil do que imaginávamos, principalmente pela questão financeira.
  
O mais importante para mim foi a descoberta das meditações do Osho. Em muitos anos de prática meditativa tradicional, jamais havia experienciado algo tão intenso e, ao mesmo tempo, tão pleno de leveza e prazer.
  
Nesse meio tempo tornei-me sanyassin e tenho procurado a cada dia tornar os ensinamentos do Mestre uma realidade sempre presente em minha vida. Não é nada fácil, a jornada de encontro ao nosso verdadeiro ser é cheia de percalços e armadilhas. 
  
Mas o que realmente importa é que sinto a presença e o amor do Osho o tempo todo comigo, não apenas nos momentos em que estou meditando. Em todas as horas do meu dia, sua luz é uma fonte de inspiração.
  
Nosso projeto do Centro ainda não se concretizou, mas tenho a certeza de que ele acontecerá. Estamos nos reunindo num espaço pequeno, ainda somos poucos, porém o desejo de que a mensagem do Mestre se espalhe e alcance cada vez mais pessoas está sempre presente.
  
A experiência que as meditações de Osho proporcionam se tornou imprescindível para mim e será muito bom poder vivenciá-la com cada vez mais pessoas.
  
um grande abraço
  
Dilkusha
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Depoimento do Ashara:

                                Qual o objetivo do FESTIVAL AMIGOS DO OSHO?  

   Esta foi uma pergunta que nos chegou de uma pessoa interessada em participar do próximo Festival Amigos do Osho, em Fortaleza, de 28/12 a 01/01.  
   Eu poderia simplesmente responder que é para meditar, celebrar e fazer amigos.  
   Mas refletindo mais sobre essa pergunta achei que seria importante ter o objetivo do Festival mais claro e definido. Então, várias outras perguntas me vieram, como: O que é meditação? O que é ser um discípulo do Osho? O que é um Osho Centro de Meditação? Qual é a importância da visão 

do Osho para o mundo atual? Como essa visão está sendo difundida? Quem são as pessoas que estão trabalhando nessa difusão?  Qual é a experiência dessas pessoas que vivem a visão do Osho? O que estão fazendo para isto? Como podemos nos juntar a esse time (caso você sinta que quer)?  
   Estas são perguntas e questões que eu gostaria que fossem temas para serem abordados durante o Festival. O objetivo não é mudar o ponto de vista de ninguém, porém abrir novas possibilidades para expandirmos o alcance da visão do Osho no planeta e dentro de nós mesmos.  
   Acho que podemos fazer isso, simplesmente ouvindo a experiência pessoal de cada um que viveu e vive de alguma forma a conexão com o Osho, sua visão e suas meditações.  

   Vou adiantar um pouco da minha experiência pessoal como exemplo do que podemos compartilhar.
   Conheci o Osho em 84 e depois de poucos meses de leitura e meditação fui fortemente atraído para visitar a sua comunidade no norte dos EUA. Lá tomei sânias (me tornei discípulo) e fiquei deslumbrado com a beleza daquela comunidade e daquelas pessoas. Era como se eu tivesse descoberto um outro mundo.  
   De volta para Fortaleza encontrei um grupo de amigos que toparam criar nossa própria comuna, que chamamos de Orange House (A Casa Laranja) em homenagem às cores que vestíamos nessa época.  
   Vivi em minha jornada com o Osho vários picos de êxtase, totalidade e muito preenchimento, mas por outro lado vivi também vales profundos de sofrimento, desesperança e frustração.  
   Na nossa pequena comunidade em Fortaleza vivi o primeiro grande pico de preenchimento... e depois de algum tempo, vivi também um grande vale de frustração.  
   Osho havia sido preso nos EUA e foi obrigado a deixar o país (*). Imediatamente a nossa pequena comuna se desestruturou e da mesma forma várias outras comunas do Osho no mundo inteiro. Os saniasins se afastaram e eu fiquei ‘boiando’ por pelo menos um ano. Até que o Osho assentou novamente na Índia e novamente recebi o chamado.  
   Fui um dos primeiros a chegar na comuna em Puna (hoje Osho Meditation Resort). Comprovei que o que eu havia vivido até então não era nada comparado a tudo que estava por vir. De 87 a 2000 vivi uma escalada de consciência que me levou às alturas. Nem mesmo a morte do Osho em 90 abalou essa acessão. Eu me sentia escalando os Himalaias, espiritualmente falando. Nessa época eu já me tornara um dos terapeutas e líderes de meditação da comunidade e eu realmente me sentia vivendo nas alturas.  
   Até que em 2000 veio o segundo grande vale que durou aproximadamente quatro anos. As razões desse segundo vale foram muitas, mas uma particularmente me pegou. Eu queria continuar vivendo em Puna, bebendo na fonte a energia do Mestre. Podiam dizer que Osho estava em todo lugar, mas para mim, aquele lugar era o espaço mais lindo e energético do planeta. Lá eu me sentia e ainda hoje, me sinto em casa.
No início tentei me agarrar desesperadamente em algum galho. Era exatamente a época em que começou o mercado de oferecimento de ‘iluminações intensivas’ e eu quase fui atraído por um deles. Um fato interessante é que o mesmo valor que eu tinha para investir em um curso de supervisão na Osho Multiversity era cobrado por um desses cursos de iluminação, exatamente o mesmo valor. Eu ouvia o Mestre me dizer: “Você tem duas opções, mas a escolha é sua”. Escolhi a supervisão e hoje sinto que fiz a escolha certa. Esse é um bom exemplo das centenas de piadas cósmicas que a existência me pregou no decorrer desses anos.  
   Vivi esse vale por alguns anos e pouco a pouco uma luz no fim do túnel começou a aparecer. Foi quando veio a decisão juntamente com minha parceira de trocarmos nossa casa por um sítio, onde construímos uma outra casa e o que hoje é o Estação Zen.  
   Nesse segundo vale sinto que penetrei conscientemente no fundo do poço e me sinto saindo de lá fortalecido e com muito mais confiança na vida. Me vejo frequentemente perguntando a mim mesmo, na hora de uma decisão importante: “O que eu tenho a perder?” Sinto que passei conscientemente por um vale bem profundo e isso me deixou mais confiante e com coragem de arriscar mais.  
   Hoje eu compreendo o poder que tem a meditação e o poder que tem a conexão com um Mestre. Porque houve momentos na minha jornada espiritual em que eu me vi sozinho na escuridão e se não fosse a luz da minha própria consciência e o Mestre sussurrando no meu ouvido frases como: “Vá um pouco mais... Aceite esse momento... Isso também passará”, eu  certamente não suportaria esses momentos e recuaria ou me apegaria em qualquer galho seco na descida do abismo.  
   E hoje a quantidade de galhos secos que estão sendo ofertados no mercado é enorme. Tem galho seco se dizendo iluminado, galho seco oferecendo toda sorte de terapia, galho seco usando as palavras do Osho sem ao menos indicar a fonte e toda sorte de ‘tronchura’.  
   Mas confesso que, acima de tudo isso, estou vivendo um momento de muito amor, clareza, preenchimento e paz interior. Curtindo minha mulher, meu filho, muitos amigos e preparando este espaço – Estação Zen - para continuar sendo mais um campo de consciência do planeta. Um Campo Búdico ou simplesmente um Campo Osheânico. Não significa que não vivo também momentos de aflição, raiva e desesperança, mas esses momentos estão perdendo gradualmente a força sobre mim. E o que sobra é puro prazer e deleite.  
   Este é então nosso convite a você que vive, simpatiza ou quer conhecer a visão do Osho.  
   Venha meditar, curtir e celebrar conosco neste final de ano!!!  
   Muito amor, paz e consciência,  
   Swami Prem Ashara  
   Estação Zen < www.e-zen.com.br >

(*) Veja mais sobre a trajetória do Osho no seu magnífico livro Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto.
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Depoimento de Ma Anand Chandra:

Minha Experiência com Osho

   No final de 89 eu estava me preparando para viajar para Puna e as pessoas à minha volta me perguntavam: “Mas Índia?! O que é que você vai fazer na Índia?” Aí então quando eu desanimava, pegava meus dois livros de Osho de cabeceira, Raízes e Asas e A Arte de Morrer. E o entusiasmo me voltava e a decisão de viajar para Puna ficava mais forte.
   Eu havia feito recentemente no Rio um grupo que durou dois anos e meio, com dois sannyasins, Satbodi e Jiwan Maria e eu estava começando a ler Osho de uma forma diferente do passado, em que a mídia arrasava Osho como “o guru do sexo” e outras etiquetas depreciativas.
   Eu na verdade queria ir para a Osho Commune conhecer esse homem que me tocava muito como mulher, pelo respeito e admiração profundos que ele tinha pelas mulheres; e queria também experiênciar o enfoque da terapia na comunidade, pois apesar de trabalhar naquela época como médica pediatra eu também trabalhava com hipnose.
   Mas eu estava completamente determinada a não tomar Sannyas e a não pertencer a nenhum grupo, pois no passado eu havia sido comunista e pude realizar que nada havia mudado realmente na União Soviética.
   Osho vinha todas as noites no pódio do Budha Hall, onde milhares de pessoas de branco cantavam e dançavam, se entregavam e gritavam Osho. E para minha surpresa eu também. Era uma loucura linda que na época eu não compreendia; e no quarto dia me veio uma decisão: “Vou tomar Sannyas.” E assim foi. Eu tive muita sorte de ter encontrado como amigo um Sannyasin Sulafricano, Vishrant, que já há catorze anos estava com Osho, a quem eu na minha ingenuidade perguntava muitas questões sobre Osho e Sannyas.
    Osho tinha muita dor, ele havia sido irradiado numa prisão dos Estados Unidos, por ser um “homem perigoso” para o sistema e a sua saúde estava se deteriorando; mas mesmo assim ele vinha todas as noites no Budha Hall, estimulando as pessoas com a sua energia poderosa, dançando com elas e depois se sentava na sua cadeira branca, fazia a sua meditação; e tudo era silencio.
   Às vezes ele não aparecia por causa da dor, mas já estava preparando seu povo para quando ele não estivesse mais no corpo. E ficávamos lá com a cadeira vazia, celebrando e meditando.
   Um mês e meio depois da minha chegada a Puna,em 19 de Janeiro de 1990, nós brasileiros estávamos nos preparando para fazer um show de lambada à noite para arrecadar fundos para o Osho Times Brasileiro, quando chegou a notícia que nós não queríamos acreditar: Osho havia deixado o corpo. Foi um choque.
   Era uma noite gelada em Puna e nós acompanhamos Osho pelas ruas cantando, dançando, chorando e celebrando, assim como ele queria que fosse, até chegarmos ao forno crematório.
   Como uma Sannyasin recente eu não pude naquela época sentir e avaliar completamente a perda do meu Mestre Iluminado Osho.
   Voltando no fim do mesmo ano e assistindo os discursos no Robe Branco no Budha Hall, foi aí que eu senti a perda profunda do Mestre e chorei muito, a dor que não havia chorado antes.
   Em muitas idas e vindas de Puna para o Brasil, do Brasil para Puna, em que eu permanecia às vezes três meses, 06 meses e até mesmo 01 ano, trabalhando, fazendo treinamentos, conhecendo gente de todas as partes do mundo e a mim mesma, eu fui aos poucos compreendendo a visão de vida e de consciência que Osho ensinava; apesar de meus questionamentos e resistência, mas também aceitação e entrega; senti também como é importante trazer os seus ensinamentos para o Brasil, ter um Centro de Meditação de Osho perto de mim, compartilhar com as pessoas aquilo que eu aprendi e que ainda estou aprendendo.
   E o que estou aprendendo, é que é importante trazer a meditação para nossa vida diária, relaxar no que está aí, observar sem se julgar. E se amar com tudo que somos, assim como é.

Anand Chandra, foi iniciada em 31 de Dezembro de 1989 em Puna. No certificado estava escrito Bliss Shining;
Médica pediatra ,trabalhou muitos anos com crianças e bebês em 2 hospitais federais. 
Mestre Reiki, há 12 anos trabalha como terapeuta.
Trabalha com sessões individuais de Reiki, Leitura de Chakras e Energia, Raízes e Asas, Gestalt, Animus-Anima (Masculino-Feminino), Aconselhamento, Terapia da Respiração, Leitura e Massagem de Aura-Soma, Metamorfose(trauma fetal), Experiência Somática -prevenção e cura de stress e trauma, Canalização.
É facilitadora dos seguintes Workshops: Seminários para Transformação de Tensão e Stress, A Mágica do Coração, Iluminando Corpomente, a Alquimia da Respiração, Zen.Teatro da Consciência, A Linguagem Esquecida, Falando com o Corpo, Não Mente, Reiki, A Roda da Vida e da Morte que este ano vai acontecer em 24 de Novembro residencial.
Treinamentos de que participou em Puna-Índia:
Esoteric Training e Metaphysical Reading com Wadud e Waduda (Ciência Esotérica e Leitura de Energia), Counseling (Aconselhamento), Breath Training com Devapath (Terapia da Respiração), Accepting Death Training, com Veetman (Aceitando a Morte), Celebrating Life, Celebrating Death com Maneesha, (Celebrando a Vida, Celebrando a Morte), Hypnosis Training (treinamento de Hipnose), No-Mind (Não -Mente), Aura-Soma Level 1 and Intermediate (Nível Básico e Intermediário de Aura -Soma), How to lead a Seminaire for Transformation of Tension and Stress (Como dirigir um seminário para a transformação de tensão e stress), Family Constellation Training (Treinamento de Constelação Familiar), Actor´s Training com Prasadam (Treinamento de ator), Theater Director Training com Jivan Mary (Treinamento de Direção de Teatro), Talking to the Body Training com Madita (Falando com o Corpo), Mestrado em Reiki em 1995.
Em Londres, Metamorphic Thecnique Training (Metamorfose-trauma fetal).
No Brasil, mas tendo começado o básico em Puna, Somatic Experience, for preventing and Healing Traumas(Experiência Somática-Prevenção e Cura de traumas ). 
Em Portugal dirigiu A Mágica do Coração e o Reiki 1 no Centro de Meditação em 95 e 96; na Holanda em 98, em Haia, A Roda da Vida e da Morte;na Bulgária, Sofia, em 2000, A Mágica do Coração; na Rússia em 2002 em São Petersburgo, A Roda da Vida e da Morte e também uma noite de Zen Theater.
Contatos com Chandra: Telefones:2205-8835, 9448-0895, e-mail:anandchandra99@hotmail.com 
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Depoimento do Rafeek

    Gostei muito do espaço no Osho Conexão "O trabalho do Osho no Brasil”. Ranvita e Eu (Rafeek) recebemos o Sannyas em 1984 em Rajeneesh Puran, desde então fomos várias vezes para Poona e temos trabalhado aqui em Mogi das Cruzes (SP) com as meditações do Osho e muitas pessoas se transformaram e pediram sannyas. Em 1986 recebemos do Osho o nome Champa Rajeneesh Sannyas Ashram, para nosso espaço.Depois que o Osho deixou o corpo muita coisa mudou em Poona e teríamos que recredenciar nosso espaço, mas recebemos diretamente do mestre em Poona este nome, e ficamos trabalhando assim. A Ranvita lançou um livro "Os místicos" que na verdade é nossa história nesta busca nestes 22 anos de sannyas.Tem sido muito gratificante esta busca, e sempre aconteceu muitas mudanças em nossas vidas (incluindo 03 filhos e três netos...) Hoje somos sannyasins avós... Nosso amor pelo Osho é cada vez maior e continuamos a trabalhar juntos ou individualmente. 
Rafeek 
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