Conexão Brasil                                                        fevereiro de 2005
 

 

Depoimentos

 

          Mensalmente temos publicado depoimentos de nossos leitores. Inicialmente eram depoimentos de sannyasins sobre o sânias. Depois, os depoimentos deixaram de ser exclusivos de sannyasins e os assuntos passaram a ser mais gerais. 
          Este é o último mês que estamos apresentando esses depoimentos no boletim. As razões para essa suspensão seção estão relatadas no preâmbulo da seção "Opiniões Pessoais", cuja leitura sugerimos.

          Dois depoimentos nos foram enviados neste mês, coincidentemente, ambos vieram do Espírito Santo. O primeiro é o do Jak Jony Faria Mota, de Guarapari-ES. 
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Sou psicólogo com especialização e mestrado em Ciência da Religião/UFJF-MG. Vivi na racionalidade até ler o Tao Te King. A partir daí fui procurar saber o porquê de terem me escondido tantas coisas. Voltei-me para os conhecimentos  e sabedorias "orientais' e tentei nos cursos de pós-graduação arrumar as informações recebidas utilizando-me das ferramentas das ciências sociais escrevendo duas dissertações: "Aspectos Xamânicos na gestat-Terapia: um estudo sobre o SER psicólogo" e "Pentecostalismo: 'con-tradição' protestante no Brasil".
Aí fechei minha participação 'acadêmica'. Fiz mais esforço do que qualquer outra coisa. Nada de espontaneidade... Porém encontrar com autores do tipo de Mircea Eliade, Rudolf Otto, Fritjof Schuom, Raimundo Panikar e outros do mesmo 'naipe' foi uma aventura interessante.
O melhor mesmo foi ter caído na minha mão livros do Osho - autor que, durante muito tempo foi considerado por mim mais um 'cientista da religião'.
Porém, aos poucos Ele foi tomando a dianteira e passou a ser lido todo os dias por mim e Heloisa ao deitarmos e levantarmos. Ocasião em que capítulos inteiros eram 'digeridos' com uma fome de quem, por muito tempo andou 'buscando' em terras áridas  mananciais que passaram a ser presenteados para cada um de nós de forma abundante e inesgotável por Este homem que hoje é considerado nosso Mestre - mesmo sem sabermos se ao afirmarmos isso, estamos correndo o risco de estarmos caindo em  grandes heresias.
Hoje, considero-me um Psicólogo Transpessoal. Na verdade , costumo referir a mim mesmo com o título de "porteiro". Quando encontro pessoas que querem um pouco mais do que o abstrato e o estético das sessões psicoterápicas; que querem mais do que conhecerem de suas psicologias forjadas no calor de suas 'culturas familiares' quando querem mais do que colorirem suas existências com uma forma mais criativa de viverem sem neuroses; quando querem, realmente, trilharem o caminho profundo e do alto - quando querem 'retornarem para Deus' , quando querem correrem o risco de serem  elas mesmas sempre em contato com a Realidade Única, eu me coloco como um 'irmão um pouco mais velho' que indica os caminhos por onde eu já tenha passado e conto das minhas experiências adquiridas naquele percurso. Isso tudo é claro, com a roupagem das terapias e teorias , que  acaba me servido de 'trilhos' para essa tarefa impossível de "nominar o inominável ".
Sempre digo que estamos sós e perdidos nessas terras capixabas que tem oferecido muito poucas oportunidades de estarmos com vocês, os nossos 'irmãos maiores'. Tirando umas vivências com o Prashanto, desde 1998, não foram muitas as nossas oportunidades de convivências com sanniasins. Chegamos a frequentar o Centro de Meditação em Vitória e participarmos de uns encontros e Campos de Meditação organizados por Nishok. Em Juiz de Fora conhecemos Shuba, Ketana e Pankaj  - com eles fizemos a AUM.
Dois vídeos que adquirimos no Osho Sukul/RJ , os livros, as páginas de Internet e as Meditações passaram a ser nossos 'objetos de poder' nesse  nosso processo de aprendermos a driblar nossas mentes e chegarmos  mais próximos do que é, verdadeiramente, essencial em cada um de nós.
Agora com os VCDs e as meditações em CDs, pretendemos - inicialmente nas quartas-feiras e depois de terça à quinta às 18:00 hs -, estarmos oferecendo no consultório no BIOCENTRUM ,  consultório de Psicologia Clínica e Terapia Corporal - Praia do Morro - Av Mônaco, 91 - Edifício Iracema Fonseca , Noites de Meditação: com  leituras  de trechos  de livros do Osho e aprensentações  dos VCDs. Não cobraremos por essa atividade. Pediremos que cada um traga algo para o "lanche compartilhado"  sevido após a meditação. 
Espero continuar esse nosso "bate-papo" em outras oportunidades!
             

O segundo depoimento que apresentamos é o da Alda Cristina/Ma Anurag Abhi, de Iúna. 

 

     

November 03, 2004 Boa noite Champak!
Estou agradecida pelo retorno tão rápido à minha "consulta", e ainda pela oportunidade em reler aquele texto sobre sannyas. Sei que não me pede isso, tão pouco sinto-me na obrigação em fazê-lo, mas exatamente por isso, sinto-me a vontade em lhe falar rapidamente sobre minhas experiências com Osho.
Eu o "conheci" há uns 3 anos, e confesso que não foi fácil aceitá-lo. Me sentia afrontada todas as vezes que lia algum de seus textos. Imaginava assim: "como pode, esse senhor que nem habita mais esse planeta, que viveu do outro lado do mundo, falar essas coisas pra mim?!" Até que uma frase de uma outra "linha" me alertou: "o que me incomoda no outro é meu". Então, talvez por orgulho em não querer me ver assim de forma tão arrogante, comecei a revê-lo sob um outro ponto de vista... E qual foi minha surpresa em descobrir que Osho falava sobre as coisas que eu precisava e queria saber, sentir, experimentar...
Já fiz workshops, vivências, renascimentos, meditações (temas diferentes) e leituras sobre Osho, entre outros. Ele também me ensinou sobre o zen, e que no estágio em que nos encontramos existem poucas verdades totais e muitas verdades parciais, e que devemos estar em seu encalço (das verdades) estejam elas onde estiverem...
Sou do interior do Espírito Santo, de uma cidadezinha chamada Iúna. Recebi uma criação quase tradicional, mas Osho me ensina ainda que não importa muito o lugar onde estou, não importa de onde eu vim, nem se tive muitas experiências com o que está fora, mas antes de tudo, se estou plena, centrada e em harmonia com o que está dentro...
Tenho consciência de que para continuar nesse caminho eu não preciso de um sannyas, no entanto o meu interesse em tê-lo vem necessariamente de não precisar disso. Por ser uma escolha livre e desimpedida, onde coração e razão se encontram em harmonia. O sannyas representa pra mim um carinho, um presente de quem, mesmo sem me conhecer individualmente, me amou, me ensinou e ainda me acompanha... Talvez pareça infantil, mas vejo "o sannyas" como uma forma carinhosa com que um pai ou padrinho se dirige ao seu filho ou afilhado, acalentando, encorajando, brincando...
Muito obrigada, também pela oportunidade!
Aguardo o formulário
Abraços e sorrisos
Alda Cristina (por enquanto?!)

December 13, 2004 , Bom dia Champak!!!
Lhe devo desculpas por não ter mandado notícias antes.
Enviei por e-mail aquele formulário, com foto, e dentro de uns cinco dias recebi meu "sannyas", que é Ma Anurag Abhi, que pelo que entendi significa: amor, agora sem medo.
Obrigada por tudo...

 

 

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