OSHO FALA SOBRE
MEDITAÇÃO
Não há necessidade de meditar todo o tempo. Umas poucas vezes no
dia e apenas por uns poucos minutos é o bastante.
Existem
algumas poucas coisas que se fizer demais podem ser prejudiciais.
Por
exemplo, os últimos estudos dizem que se você fizer algum exercício
corporal por vinte minutos e depois fizer o mesmo exercício por
quarenta minutos, o benefício não será dobrado. E se você
fizer por sessenta minutos o benefício se tornará prejudicial.
É exatamente como quando você come algo que é benéfico. Se você
comer muito não será benéfico, isso se tornará prejudicial.
Assim, a matemática comum não funciona.
Sempre
que você encontrar tempo, apenas por uns poucos minutos, relaxe o
sistema de respiração, nada mais – não há necessidade de
relaxar o corpo inteiro. Sentado num ônibus, ou num avião, ou
num carro, ninguém perceberá que você está fazendo alguma
coisa. Apenas relaxe o sistema de respiração. Deixe que ele seja
como quando ele está funcionando naturalmente. Então feche os
olhos e observe a respiração entrando, saindo, entrando,
saindo...
Não
concentre. Se você concentrar, irá criar problemas, porque então
tudo se tornará uma perturbação. Se você tentar se concentrar
sentado num carro, então o barulho do carro se tornará uma
perturbação, a pessoa sentada ao seu lado se tornará uma
perturbação.
Meditação
não é concentração. Ela é simples consciência. Você
simplesmente relaxa e observa a respiração. Em tal observação,
nada é excluído. O carro está fazendo barulho – isso está
perfeitamente Ok, aceite isso. O trânsito está movimentando –
isso está Ok, faz parte da vida. A pessoa sentada ao seu lado está
roncando, aceite isso. Nada é rejeitado. Você não tem que
estreitar sua consciência.
Concentração
é um estreitamento de sua consciência de modo que você se torne
focado num ponto, mas tudo mais se torna uma concorrência. Você
está brigando com tudo mais porque você tem medo de que aquele
ponto seja perdido. Você pode se distrair e isso se torna uma
perturbação. Por isso você precisa de isolamento, dos Himalaias.
Você precisa ir a Índia e para um quarto onde você possa
sentar-se silenciosamente, sem ninguém perturbando você de modo
algum.
Não,
isso não é certo – isso não pode se tornar um método de
vida. Isso é isolar a si mesmo. Isso tem alguns bons resultados
– você se sente mais tranqüilo, mais calmo – mas esses
resultados são temporários. É por isso que você sente
repetidas vezes que aquela sintonia foi perdida. Uma vez que você
não tenha as condições nas quais ela pode acontecer, ela se
perde.
A
meditação na qual você precisa de certos pré-requisitos, na
qual certas condições precisam ser atendidas, não é meditação
de modo algum – porque você não será capaz de fazê-la quando
estiver morrendo. A morte será uma dispersão. Se a vida
dispersa, pense sobre a morte. Você não será capaz de morrer
meditativamente, e então toda essa coisa é inútil, é perdida.
Você novamente morrerá tenso, ansioso, na miséria, no
sofrimento e criará imediatamente o seu próximo nascimento no
mesmo padrão.
Deixe
que a morte seja o critério. Qualquer coisa que possa ser feita
mesmo enquanto você estiver morrendo é real – e isso pode ser
feito em qualquer lugar; em qualquer lugar e sem condições como
requisito. Se algumas vezes as boas condições estiverem ali,
tudo bem, você desfruta delas. Se não, isso não faz qualquer
diferença. Mesmo na praça do mercado você pode fazê-la.
Não
deve haver qualquer tentativa de se controlar a respiração,
porque todo controle é da mente, assim a meditação nunca pode
ser uma coisa controlada.
A
mente não consegue meditar. Meditação é alguma coisa além da
mente, ou abaixo da mente, mas nunca na mente. Assim, se a mente
permanecer observando e controlando, isso não é meditação;
isso é concentração.
Concentração
é um esforço da mente, ela traz as qualidades da mente ao seu
ponto máximo. Um cientista se concentra, um soldado se concentra,
um caçador, um pesquisador, um matemático, todos se concentram.
Essas são atividades da mente.
A
qualquer tempo medite. Não há necessidade de ter um tempo pré-determinado.
Use qualquer tempo que tiver disponível. No banheiro, quando você
tiver dez minutos, simplesmente sente-se debaixo do chuveiro e
medite. De manhã, depois do almoço, por quatro, cinco vezes, em
pequenos intervalos – apenas de cinco minutos – medite, e você
verá que isso se tornará uma constante nutrição.
Não
há necessidade de fazê-la por vinte e quatro horas.
Apenas
uma xícara de meditação é o bastante. Não precisa beber todo
o rio. Apenas uma xícara. E faça isso o mais fácil possível. O
fácil é o certo. Faça o mais natural possível. Simplesmente faça
quando você encontrar tempo. E não faça disso um hábito,
porque todos os hábitos são da mente e, na verdade, a pessoa
real não tem qualquer hábito.
(OSHO
– Nothing to Lose But Your Head - Cap. 5)
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